Em celebração ao Dia dos Povos Originários, celebrado em 19 de abril, a Unesc promove diversas ações que fazem parte da programação do 6º Abril Indígena – Aldear a Universidade para a Justiça Social.
Entre as atividades, está a palestra da autora do livro “Oboré, quando a Terra Fala”, Martha Batista de Lima, que na manhã desta quinta-feira (11/04), falou aos alunos do Colégio Unesc. Além disso, ela também fez a entrega de exemplares da obra para a Universidade e ministrou palestra a acadêmicos de graduação no período noturno. “Por meio da palestra recontamos a história dos povos originários a partir da visão dos indígenas”, resume Martha.
A obra de Martha é fruto de um encontro histórico entre sete etnias indígenas de todo o Brasil e reúne os representantes em momentos de abertura ao diálogo, que saem do local para o global, do território para o planeta, dos povos originários para a civilização planetária atual.
“Temos no país o Centro Brasileiro de Transdisciplinaridade do qual eu fiz parte e fui convidada para levar a representatividade do povo do Brasil ao Congresso Mundial Transdisciplinaridade, no México. Escolhi, em um primeiro momento, 15 nomes indígenas, destes que puderam comparecer, sete permaneceram até o final, devido à sua história, relações e momentos que estavam vivendo. Isso começou em 2019”, relata Martha.
“Sou radialista em Florianópolis e, certa vez, ao entrevistar um professor, ele falou em futuridade e Transdisciplinaridade, duas palavras que me tocaram a mente e o coração. Eu busquei saber o que era isso porque eu já achava que tinha uma visão diferente do mundo, das pessoas e de toda a minha formação de vida. “Eu busco informações sobre o meu estar no mundo desde os seis anos de idade. Me identifiquei como uma sonhadora lúcida e isso me leva a buscar explicações para este fenômeno”, acrescenta.
A coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi), Normélia Ondina Lalau de Farias, que já foi diretora do Colégio Unesc, ressalta a importância em tratar dos temas antirracistas e promover ensinamentos sobre os povos originários. “Trouxemos uma professora para conversar com os alunos sobre os povos originários, em especial, que nós ainda sabemos pouco. Eles são os verdadeiros donos da terra, são aqueles dos quais sabemos pouco. Sabemos que no Brasil, antes da chegada dos portugueses e da diáspora africana, existia um povo nesta terra”, relata.
Para a pró-reitora de Ensino da Unesc, Graziela Amboni, que acompanhou o ato oficial de entrega de livros à Biblioteca Professor Eurico Back, a obra é recebida com entusiasmo, com a certeza de que irá enriquecer muito o acervo da Universidade.
“Não existem ainda muitas obras sobre essa temática e será muito importante para a Pesquisa acadêmica que tenhamos esses exemplares. As pessoas estão se especializando cada vez mais no tema e publicando novos títulos para que a sociedade como um todo tenha conhecimento a respeito”, destacou.
Receber a autora pessoalmente, para a coordenadora da Biblioteca Central da Unesc, Elisangela Just, foi uma grande honra. “Gratidão à Marta, que veio aqui nós a dar o privilégio de conhecer a sua história e de outras pessoas para que cada vez mais a gente possa estar se aproximando, entendendo e respeitando a nossa diversidade. Parabéns a todos os envolvidos da nossa Universidade, que de alguma forma ou de outra tem uma relação com essas temáticas e ajudam a difundir o respeito e o reconhecimento por todos os povos”, acrescentou.
Os livros foram adquiridos por meio do Neabi e seu centro de custo para o acervo da biblioteca.
O evento foi organizado pela coordenadora do Neabi, Normélia Ondina Lalau de Farias; pelo pesqusiador do Neabi, Douglas Vaz Franco; pela coordenadora do curso de História Michele Gonçalves; pelo oordenador do Laboratório de Arqueologia Pedro Ignácio Schmitz (LAPIS) Juliano Bitencourt; pelo representante do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) Carlos Renato Carola; e pela historiadora Liziane Acordi, representando o Centro de Memória e Documentação (CEDOC).