
Uma noite marcada pela emoção e concretização de um sonho que exigiu anos de dedicação e superação. A formatura da turma de Medicina da Unesc trouxe sorrisos, lágrimas e sensação de missão cumprida. Porém, não foi apenas o encerramento de um ciclo acadêmico, mas o início de uma nova jornada em que cada novo médico levará consigo o compromisso de cuidar de vidas e oferecer esperança.
A cerimônia simbolizou mais do que um marco na vida dos novos profissionais, mas foi um tributo ao esforço, à ciência e à empatia. Cada discurso, cada aplauso e cada olhar carregavam histórias únicas.
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A reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta lembrou que o momento é um dos momentos mais bonitos e significativos de uma Universidade, pois marca o retorno de profissionais para a sociedade, mas, mais que isso, melhores cidadãos.
“É um momento de especial emoção, pois tenho a honra de conduzir esta colação de grau como reitora em uma Universidade que tem 56 anos de história e de formação de profissionais nas diversas áreas do conhecimento e construída pelos mais de 50 mil egressos, pois cada um, deixa marcado na história da nossa Unesc, a sua vida. Vocês, que hoje concluem este curso, são exemplos claros da força, da coragem e da resiliência da Unesc, pois vivenciaram intensamente a superação destes desafios e venceram. Afirmo, portanto, que nossa Instituição contribui muito com o desenvolvimento humano, social e econômico. Nossa missão é justamente melhorar a vida das pessoas. Somos uma Universidade com mais de 50 convênios internacionais, mas também altamente comprometidos com a transformação da nossa região, do nosso estado e do nosso país”, relatou.
“Convivam em paz, tenham cuidado com a vida, com o trabalho alheio, tenham relações cooperativas, exercitem a cultura da não-violência e da paz, tenham coragem de gestos ternos e protetores, compreendam diferenças interpessoais, respeitem as culturas, sejam capazes de nutrir amor e compaixão, não ignorem interesses dos pares, enfim, aprendam que cada um de seus atos afetará outras pessoas daqui ou de acolá. Recomendo a todos que trabalhem bem, com afinco e maestria; mas não esqueçam da vida frugal, da satisfação interior e do crescimento pessoal”, acrescentou.
A reitora também mencionou que, entre os formandos, estava Paulo Henrique Pessoa Ghislandi, filho do colega de Unesc, Edenilson Luis Ghislandi. “Há 20 anos o Edenilson compartilha os dias da Universidade comigo e nos últimos sete tem sido meu companheiro diário, meu cuidador, protetor, um brasileiro corajoso que honra muito a capacidade que o ser humano tem de lutar por aquilo que quer. Muito obrigado por estar comigo todos os dias”, citou.
Trajetória
O paraninfo, professor Vilson Luis Maciel, lembrou que a noite é para celebrar um momento empolgante, afinal, é a colação de grau. Um momento marcado pela emoção que, para ele, começou no dia 6 de setembro, quando foi convidado para ser padrinho da turma. “Hoje, meu coração transborda duplamente de alegria e emoção, por terem vocês como afilhados e meu filho Lucas também recebendo a outorga do grau de Médico. Esta data ficará marcada para o resto de suas vidas. Por isso a responsabilidade que tenho com vocês. Hoje, deve passar um filme na cabeça de cada um. que inicia no recebimento da notícia que haviam passado no vestibular, até hoje”, comentou.
“A caminhada que vocês escolheram, médicas e médicos, foi uma das mais desafiadoras e, ao mesmo tempo, uma das mais nobres. Ao longo destes seis anos, vocês enfrentaram obstáculos que poucos imaginam. Cada madrugada de estudo, cada prova desafiadora, cada plantão desgastante; tudo isso faz parte da formação de vocês. A Medicina é, acima de tudo, uma profissão que lida com a fragilidade humana. Vocês aprenderam isso não apenas ao observar pacientes, mas ao viverem suas próprias histórias. A dor da perda de entes queridos deixa uma marca que faz de cada um de vocês não apenas médicos mais capacitados, mas também pessoas mais empáticas, mais sensíveis à dor alheia e mais comprometidas com o que realmente importa. A partir de hoje, o jaleco que vocês vestirem, não será apenas uma vestimenta. Ele carrega a responsabilidade de decisões que podem mudar vidas, de um toque que transmite esperança e de um compromisso inabalável com a ética e a empatia”, acrescentou.
Desafios deixados para trás
Os formandos atravessaram grandes desafios, noites sem sono e momentos de dúvida, mas também descobriram a força de persistir e crescer. Ao lado de familiares, amigos e professores, aqueles que se tornaram médicos celebraram, não apenas a conquista do diploma, mas o nascimento de um propósito maior.
“Contra todas as probabilidades, a turma 191 da Medicina da Unesc se uniu e aprendeu a conviver ao longo desses últimos anos. E digo ‘conviver porque, ao contrário de algumas turmas, a nossa relação não foi um amor à primeira vista. Nosso laço foi construído com paciência, desafios, percalços, votações e enquetes intermináveis. Mas, ao final, essa grande mistura de personalidades, amizades e senso de humor é o que nos torna únicos”, relatou um dos oradores, Mateus Antônio da Silva.
Ao seu lado, diante dos colegas, dos pais e dos amigos, a também oradora, Laís Madeira Constantino fez um questionamento aos novos médicos: o que é ser médico para cada um deles? Levamos seis anos para chegar até aqui, mas será que realmente sabemos o que nos espera? William Osler, renomado médico canadense, dizia que ‘a medicina é a ciência da incerteza e a arte da probabilidade.’ Trago essa frase hoje para que os doutores à minha frente lembrem que nossa profissão não é simples, e muito menos exata. A Medicina é cheia de nuances, de situações complexas e imprevisíveis. É isso que a torna tão desafiadora, e é isso que a torna apaixonante. Será que nós, lá em 2019, pensamos em tudo isso ao escolhermos esse curso? No começo é difícil dar sentido a todos os conteúdos. Começamos como calouros, aprendendo gametogênese e passeando de jaleco pelas ruas de um bairro”, relatou.
À medida que o fim do curso se aproximava, os estudantes se preparavam para o futuro. O estágio no Hospital São José proporcionou a primeira experiência com o acompanhamento de pacientes a longo prazo, incluindo os momentos difíceis de lidar com a morte e doenças graves. “Esses dias nos tornaram médicos, mas também seres humanos melhores”, citou Silva.
Com a formatura chegando, os formandos não esconderam a mistura de euforia e medo diante do futuro. A responsabilidade de se tornar médicos de fato se tornava palpável, e a importância dos mestres que acompanharam a turma durante todos os anos de graduação foi enfatizada. “Nossos professores foram mais do que educadores; foram confidentes, conselheiros e amigos”, expressou Lais.
A homenagem à turma foi marcada pela lembrança de alguns dos mestres que ajudaram a moldar a formação de cada um dos acadêmicos. “Cada um de vocês moldou quem somos e seremos enquanto profissionais”, complementou a formanda.
Entre as homenagens da noite, o presidente do Centro Acadêmico (CA) de Medicina, Iago Maciel, em nome dos colegas, reconheceu o trabalho realizado pela coordenadora Maria Inês da Rosa e da coordenadora-adjunta, Lêda Soares Brandão Garcia, que deixarão a função.
“Sob a sua liderança, o curso de Medicina da Unesc se tornou referência. Elas sempre demonstraram amor e cuidado em cada estudante. Esta cerimônia também marca o encerramento de suas gestões. Tenho a certeza que a educação médica do Brasil se tornou mais fortificada graças a vocês”, reconheceu.
Os novos médicos concluíram o ensino superior em uma das 20 melhores universidades não estatais do país, onde, como lembrou a reitora Luciane Bisognin Ceretta, a Pesquisa é pujante, o Ensino é de excelência, com todos os cursos de graduação com conceitos 4 e 5, e a Extensão representada pelos mais de 200 projetos comunitários transforma a vida das pessoas.
“A Unesc que temos hoje é uma Instituição comprometida, ao mesmo tempo, com a excelência acadêmica e com o seu papel social. Aos 56 anos, é uma Universidade plenamente consolidada que recebeu o resultado da avaliação do Ministério da Educação em que obteve conceito máximo em todos os 50 quesitos de avaliação: infraestrutura; projeto pedagógico; corpo docente; estrutura administrativa e de gestão; políticas de Pesquisa; de Extensão; de Internacionalização; entre outros. Recebemos o reconhecimento da Alesc com o prêmio destaque máximo em responsabilidade social; figuramos no Ranking Universitário Folha como primeiro lugar em Pesquisa, em Internacionalização e em Inovação entre as instituições não estatais do estado. Fomos Top of Mind como a Universidade mais lembrada na região e, ainda, recebemos o destaque de melhores lugares para se trabalhar no Brasil por meio de pesquisa de clima organizacional realizada por órgãos externos”, relatou.
“Surgimos desta região, pelo desejo da comunidade, e por isso temos forte relação com o desenvolvimento sustentável. A Unesc não tem finalidade lucrativa e reinveste os resultados na própria atividade educacional e é uma das maiores e mais importantes referências entre as universidades comunitárias brasileiras e catarinenses, pertencente à Acafe, a qual tenho a honra de presidir”, finalizou.