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Ações Comunitárias

Amasf da Unesc completa quatro anos
de atendimento às pessoas portadoras de Fibromialgia

Aniversário foi comemorado com palestra, depoimentos e integração no auditório Edson Rodrigues (Fotos: Décio Batista/Agecom/Unesc)

“Hoje é um dia muito especial para mim e para todos os fibromiálgicos. No dia primeiro de outubro de 2020, foram iniciados os primeiros atendimentos e tratamentos, que resultaram na concretização dos nossos sonhos. Como fibromiálgicos conquistamos a esperança e o tratamento e uma melhor qualidade de vida. O Ambulatório de Atenção à Pessoa com Fibromialgia da Unesc (Amasf), é um avanço não só para Criciúma, mas para toda Santa Catarina. Por meio desse modelo criado pela Universidade, nasceram muitos outros em vários municípios e estados do Brasil”, comemorou a presidente da Associação Girassol dos Fibromiálgicos do Extremo Sul Catarinense, Gisele Cunha, portadora de Fibromialgia há 27 anos em evento de comemoração aos quatro anos do projeto. O encontro foi realizado no Auditório Edson Rodrigues nesta terça-feira (1º/10).

A presidente ainda destacou as diversas conquistas alcançadas após a instalação do Amasf. “Neste curto período já tivemos várias vitórias, e muitas conquistas. Nossos direitos se transformaram em leis e hoje já usufruímos dos benefícios adquiridos com o cartão fibromiálgico, o cordão com girassóis impressos que nos identifica, a gratuidade nas passagens de ônibus. São vitórias que mostram a nossa existência, isso sem falar da inclusão na Lei de Portadores com Deficiência (PCD)”, destacou Gisele.

O encontro desta terça-feira foi de confraternização, reflexão e de muita gratidão, principalmente aos profissionais que fazem parte da equipe do Amasf, bem como das pessoas que estão em tratamento. Neste período, cerca de 10 mil atendimentos foram realizados e atualmente 110 pessoas são beneficiadas com um atendimento da equipe multiprofissional, composta por: fisioterapeutas, psicólogos, dentistas, farmacêuticos, nutricionistas, enfermeiros e profissionais de Educação Física.

Apoio da reitora

Conforme a coordenadora do Amasf e das Clínicas Integradas da Unesc, Carine dos Santos Cardoso, o projeto nasceu da visão e idealização da reitora Luciane Ceretta e tem se consolidado como um exemplo de excelência em saúde e inclusão. “Este momento representa não apenas a celebração de um marco temporal, mas o reflexo do esforço contínuo de todos os envolvidos para fazer a diferença na vida de tantas pessoas”, destacou.

Para Carine, graças à liderança da reitora, que plantou a semente deste projeto, hoje a Universidade tem a alegria de ver culminar em ações concretas como a Lei Estadual para Portadores com Deficiências (PCD), que inclui a pessoa com fibromialgia. “Um marco legislativo que reforça nosso compromisso com a inclusão e o bem-estar de pessoas com deficiência. Esse avanço é uma demonstração clara de como a dedicação e o trabalho conjunto podem transformar a realidade de muitos. Nestes quatro anos, o Amasf se destacou não só pelo atendimento de qualidade, mas também pela inovação e humanização nos serviços prestados. Cada passo dado é motivo de orgulho e celebração, pois reflete o empenho de uma equipe comprometida com a saúde pública e a inclusão social”, comentou Carine.

A coordenadora ainda expressou profunda gratidão à Associação de Girassóis, que tem sido uma parceira incansável em todas iniciativas. “Expresso gratidão também a toda a nossa equipe, dedicada e que trabalha com comprometimento e paixão todos os dias. Sem o apoio e a colaboração de cada um, essas conquistas não seriam possíveis. Estamos profundamente gratos a todos que caminharam conosco nesta jornada e reiteramos nosso compromisso em continuar atuando com responsabilidade e paixão, sempre em busca de uma sociedade mais justa e inclusiva”, completou.

Reconhecimento

A fisioterapeuta Luana David Lessa, atuando no Amasf desde a sua criação, relatou que o Ambulatório nasceu a partir da necessidade das pacientes fibromiálgicas que sofriam muito naquela época.

“A nossa Reitora Luciane Bisognin Ceretta abraçou a causa e conseguimos prestar os atendimentos. Desde então, nós realizamos os atendimentos de forma semanal, com uma equipe com profissionais nas sete áreas de saúde. O Amasf tem como objetivo melhorar a condição de saúde desses pacientes, aliviar essa dor que muitas vezes é muita intensa”, comentou a fisioterapeuta.

Luana ainda acrescentou que o trabalho no Amasf é constante. “Estamos sempre avaliando os casos dos pacientes, sempre com vários olhares profissionais. Com isto obtivemos resultados significativos com o modelo de atendimento nestes quatro anos. Nosso Ambulatório se tornou uma referência, por ser o primeiro no tratamento do paciente com fibromialgia, em todo o Brasil”, concluiu a profissional.

Felicidade

Para completar a data comemorativa, a equipe da Amasf convidou a professora dos cursos de Enfermagem, Medicina e Farmácia e tutora do Programa de Residência Multiprofissional da Unesc, Amanda Luiz Maciel, para falar sobre felicidade.

“Trago a mensagem para os pacientes sobre a felicidade como estratégia de bem viver. Apresento dicas para o dia-a-dia que nos ajudam a encontrar a felicidade. Alguns têm impactos na qualidade de vida, como a relação com o sono, alimentação, atividade física, música e muitas outras coisas simples que podem auxiliar nesta busca. Cito também sobre gratidão, aceitação e resiliência. Uma coisa muito importante para repassar ao grupo, é que quanto mais resiliente, mais se consegue vencer as adversidades”, concluiu Amanda.

Carta de uma Fibromiálgica

Conviver com fibromialgia

Conviver com a fibromialgia não é tarefa fácil e muito menos para os fracos. Esta afirmação é de alguém que tem o diagnóstico fechado da doença há oito anos, época em que pouco se sabia ou comentava sobre ela, mas está aprendendo a conviver melhor com a fibromialgia desde que iniciou tratamento, nos últimos três anos.

As dificuldades são inúmeras e principalmente desafiadoras. Afinal, viver com dores em várias partes do corpo e sem um medicamento que consiga removê-las tornam o cotidiano desesperador. Talvez por este motivo seus portadores queiram se isolar por vergonha de reclamar das fortes dores e incontáveis visitas aos consultórios, sendo que grande parte dos médicos e demais profissionais da área da saúde, ainda desconheça ou desconfie da fibromialgia.

E, se profissionais da saúde não sabem ao certo lidar com ela, imagine familiares, amigos e colegas de trabalho que convivem com um fibromiálgico?

Pois bem, eu garanto que é bastante difícil mesmo! Eu sou a pessoa que fez a afirmação no início deste texto. Luciane Beloli, 48 anos, jornalista, casada, mãe de um jovem de 20 anos e fibromiálgica diagnosticada há oito anos.

Adversidades

As dificuldades em conviver com a fibromialgia iniciam desde o diagnóstico que é muito difícil de se chegar.Como a maioria dos especialistas acredita que ela atinge o cérebro, pelas terminações nervosas que não conseguem qualificar a intensidade do estímulo da dor, associada a diversas outras causas como psicológica, emocional e também fisiológica, o organismo vai cada dia mais sendo acometido com dores inexplicáveis. 

Dói braço, perna, cabeça, couro cabeludo, mão, pé, tornozelo, quadril, coluna, pescoço, ombro, braço, fora as diversas situações de intestino irritável, às vezes preso, às vezes solto, sendo que pode ser apenas um sintoma ou outro que se destaca, porém, pode ser tudo junto. Por isso eu falo que não é para os fracos. 

Precisa ser muito forte para conseguir conviver com a fibromialgia. Estar em tratamento com uma equipe multiprofissional é a chance dos fibromiálgicos terem mais conhecimento sobre o que acontece em seus organismos e serem orientados de forma correta por profissionais que se dedicam ao tema, o que melhora significativamente a qualidade de vida. Sou prova viva disso!

Há três anos minha médica recomendou que eu procurasse na Unesc o Ambulatório de Atenção à Saúde da Pessoa com Fibromialgia (Amasf), e a diferença do antes de depois é enorme. A fibromialgia sumiu? As dores acabaram? Não! Elas permanecem, porém, já consigo identificar se “tal dor” é da fibromialgia, qual exercício eu devo fazer em casa para aliviar ou qual pensamento devo combater e, principalmente, qual foi o gatilho para que manifestasse desconforto tão forte. Tudo isso é possível em virtude do conhecimento compartilhado pelos profissionais do Amasf que realmente se dedicam a compreender melhor esta doença.

Luciane Beloli

Reveja abaixo algumas matérias publicadas em nosso site, acessando cada link:

Amasf promove diálogos sobre fibromialgia e saúde intestinal em referência ao Maio Roxo

Amasf Unesc: um refúgio em meio às dores da fibromialgia

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