O plenário da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), em Florianópolis, foi palco de um momento que ficará registrado na história de quatro pesquisadoras da Unesc e da Universidade em si.
A maior Universidade Comunitária do Sul catarinense é tão rica na produção de pesquisas e ciência que as homenageadas são de quatro segmentos distintos: a reitora Luciane Bisognin Ceretta, da Saúde; Normélia Ondina Lalau de Farias, da Química; Sabrina Arcaro, da Engenharia de Materiais e Vanilde Citadini Zanette, das Ciências Biológicas. Elas fizeram parte do seleto grupo homenageado na Sessão Especial em homenagem às Mulheres Cientistas, proposta pela deputada estadual Luciane Carminatti.
A reitora, inclusive, não escondeu a alegria em presenciar o reconhecimento de três colegas da Instituição. “Cada uma mais expoente que a outra nas áreas e nas lutas que empreendem no decorrer da trajetória profissional, produzindo um grande legado às áreas do conhecimento que representam. Estou muito feliz em compartilhar com elas um momento como esse”, enfatizou.
“Ao longo da história, as mulheres sempre estiveram na produção da ciência, no entanto, sempre escondidas atrás de nomes masculinos que representavam as pesquisas e os resultados. Este é um momento especial, portanto, porque confere visibilidade às mulheres que têm a autoria principal na construção da pesquisa e da ciência que produzem. De fato, momentos como este ressaltam a importância do potencial que a mulher tem nos diferentes lugares, inclusive na ciência”, acrescentou.
Abrindo caminhos
Professora de Química, Normélia Ondina Lalau de Farias, revelou que não consegue imaginar o estado de Santa Catarina sem o protagonismo dessas mulheres. “No entanto, no nosso dia-a-dia, muitas vezes, estas mulheres estão solitárias com desafios imensos que não são visibilizados. Esta homenagem serve para enaltecer que temos universidades, assim como a Unesc, com grande qualidade e que tem uma reitora como mulher. Nestas instituições, possuímos mulheres produzindo ciência, consumindo Pesquisa, Extensão e Inovação, falou Normélia, que também é coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi).
Sabrina Arcaro, que lidera o grupo de pesquisa em biomateriais e materiais nanoestruturados, salientou que ter um prêmio como este também é um grande incentivo para as futuras pesquisadoras. “Além de dar destaque para as mulheres que se dedicam à pesquisa, ter um prêmio como este ajuda as novas gerações a perceberem e se reconhecerem nesse lugar e terem consciência de que este é um local onde elas podem estar e fazer ciência na engenharia também”, comentou.
O objetivo do evento realizado na Alesc foi celebrar a excelência feminina na pesquisa e na produção de conhecimento. Trabalho este que a coordenadora do Herbário Raulino Reitz (CRI), da Unesc, Vanilde Cittadin Zanette, realizada há cerca de 40 anos. Mesmo com toda esta experiência, ela se emocionou com a homenagem.
“Este reconhecimento me toca muito. É algo que nos prestigia enquanto mulher e muda o cenário. Agradeço a todos os colegas que fazem parte dessa trajetória e à reitoria por me indicar a esse reconhecimento”, disse.
Para a deputada proponente da Sessão, a noite foi de grande emoção ao presenciar um momento de reparação histórica. “Espero que, com essa homenagem, a Alesc tenha conseguido retribuir de forma simbólica todo o empenho de vocês e a esperança que representam”, ressaltou.
