Tosse, hipertensão arterial sistêmica, cefaleia, manifestações oculares de doenças sistêmicas e as dermatoses mais frequentes nos atendimentos em Unidades Básicas de Saúde (UBS) foram alguns dos assuntos elencados no último dia da 17ª Jornada Científica e 5º Simpósio Multiligas, evento encerrado nesta quinta-feira (4/11). Os eventos, realizados de forma 100% virtual, foram transmitidos pelo canal da Unesc TV no YouTube.
A médica endocrinologista Thaís Areias de Oliveira tratou da temática “Obesidade e dislipidemia: simplificando a abordagem na atenção primária”. Ela destacou que a doença considerada crônica, complexa e multifatorial vem crescendo constante. “A previsão para 2025 é que 2,3 bilhões de pessoas estejam acima do peso, em todo o mundo, o que é impactante”, comentou.
Dados de 2020, apontam que 55% da população está com excesso de peso e 19,8% é considerada obesa. “Esse percentual em 2006 era de 11%. Cresceu quase 70% nos últimos 13 anos”, enumerou. “A gente que tratar a obesidade porque 31 doenças ou mais são causadas ou pioradas por ela. Não se pode negligenciar as alterações fisiológicas e comorbidades relacionadas à obesidade”, ressaltou Thaís.
Ela observou, ainda, que é preciso enxergar o paciente obeso como portador de uma doença crônica que precisa ser tratada de maneira continuada. “Tratar a obesidade com resultados é também respeitá-la como doença, cujo tratamento inclui a compreensão de suas alterações fisiopatológicas e acolhimento do paciente”, destacou.
Cefaleia e tosse
O neurologista Fernando Topanotti Tarabay abordou “A cefaleia na atenção básica: princípios básicos para o melhor desfecho”. Conforme ele, todos os pacientes com enxaqueca devem ter prescrição para tratamento de crise, já que se trata de uma doença crônica e incurável.
Ele ressaltou que 18% das mulheres têm enxaqueca, sendo 4,4% com aura. “Enxaqueca com aura por si aumenta em 2,5 vezes casos de AVC. Já aura e tabagismo aumentam em nove vezes o risco”, ressaltou. Ele falou ainda das medicações adequadas e os cuidados com o paciente.
O pneumologista Renato Piuco Matos tratou de tosse, outro tema importante durante a Jornada de Medicina. “Falar sobre tosse é importante, principalmente em virtude da sua prevalência, já que a mesma afeta 10% da população. Portanto vai atender tosse, seja atenção básica ou plantão. É mais comum em homens, porém mais paciente do sexo feminino procuram atenção”, disse.
Ele ainda citou os cuidados que o profissional deve ter com o paciente. “Exames de imagens e funcionais são essenciais na investigação. E sempre tratar causa não o sintoma”, emendou Renato. Também fizeram parte da programação a oftalmologista Gabriela Zambon, que destacou as manifestações oculares das doenças sistêmicas, e a dermatologista Luana Rocha que mencionou as dermatoses mais frequentes nas Unidades Básicas de Saúde.
Relembre como foi o primeiro dia da Jornada Científica de Medicina clicando aqui. Assista abaixo o último dia de programação da Jornada de Medicina na Unesc TV:
