Os professores do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSCol) da Unesc, vinculados ao Grupo de Pesquisa Atenção à Saúde e Epidemiologia (GPASEpi), participaram, recentemente, do treinamento dos entrevistadores que atuarão na pesquisa “Multimorbidade e Desigualdades Sociais entre as Comunidades Indígenas no Brasil”, a ser realizada na Terra Indígena Guarita, no município de Tenente Portela (RS).
A pesquisa é resultado de uma parceria entre o PPGSCol, a Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS), a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e o King’s College London (Reino Unido).
Os professores Antônio Schäfer e Fernanda Meller representaram o PPGSCol durante a capacitação, cujo foco foi a qualificação da equipe de campo para atuação sensível e eticamente comprometida com as realidades das comunidades indígenas.
“Essa é uma oportunidade única de contribuir para a produção de conhecimento qualificado sobre as condições de saúde das populações indígenas, frequentemente invisibilizadas nas estatísticas nacionais”, destacou Schäfer.
A pesquisa investigará a ocorrência simultânea de múltiplas doenças crônicas (multimorbidade) e sua relação com as desigualdades sociais enfrentadas por comunidades indígenas no Brasil. O estudo também busca compreender como fatores sociais, econômicos e territoriais influenciam os padrões de adoecimento nessas populações. 
A Terra Indígena Guarita é uma das maiores do Rio Grande do Sul em população indígena, com aproximadamente sete mil indígenas. O território está localizado nos municípios de Tenente Portela, Redentora e Erval Seco, e enfrenta desafios históricos relacionados à demarcação territorial, acesso a serviços de saúde, educação e saneamento. A presença de diversas aldeias e contextos socioculturais distintos tornam o território um espaço estratégico para compreender os impactos das desigualdades sociais na saúde indígena.
Segundo Fernanda, a participação do PPGSCol demonstra o compromisso da pós-graduação com a produção de conhecimento comprometido com a justiça social. “Participar dessa pesquisa nos aproxima ainda mais dos territórios e nos desafia a pensar políticas públicas e estratégias de cuidado que respeitem os saberes e as especificidades das comunidades indígenas”, afirmou ela.
A coleta de dados será realizada nos próximos meses na Terra Indígena Guarita, com apoio das lideranças locais.
