PPGSCol

PPGSCol da Unesc amplia estudo sobre saúde mental e condições de vida das gestantes em Criciúma

A partir desta quarta-feira (2/4), agentes de saúde do Município vão percorrer os bairros da cidade para a pesquisa. (Fotos: Daniela Savi/Agecom/Unesc)

A partir desta quarta-feira (2/4), agentes comunitárias de saúde de Criciúma vão percorrer diversas residências do município para dar início a uma nova fase da pesquisa “Influência das condições de vida de gestantes sobre a saúde dos filhos”. O estudo é desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa Atenção à Saúde e Epidemiologia (GPASEpi) do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSCol) da Unesc. Em parceria com o Município de Criciúma,  busca avaliar a influência das condições de vida das gestantes na saúde dos filhos.

A primeira etapa do levantamento foi realizada entre abril e dezembro de 2022, quando 428 gestantes, todas com 18 anos ou mais e no terceiro trimestre de gestação, participaram do estudo em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Criciúma. Agora, três anos depois, essas mesmas mulheres serão entrevistadas novamente para que os pesquisadores possam analisar a influência das condições de vida, hábitos e comportamentos durante a gestação na saúde das crianças.

A pesquisa é coordenada pela professora pesquisadora Fernanda de Oliveira Meller e pelos pesquisadores do PPGSCol, Antônio Augusto Schäfe; Isabel Oliveira Bierhals; Vanessa Iribarrem Avena Miranda, e conta com a participação de agentes comunitárias de saúde da cidade.

Para a reitora Luciane Bisognin Ceretta, a dedicação das agentes comunitárias de saúde e dos pesquisadores envolvidos neste trabalho é fundamental para que se possa coletar dados precisos e, a partir deles, promover ações concretas. “A pesquisa é um dos pilares da Universidade e isso nos permite identificar desafios, propor soluções e, acima de tudo, fortalecer o compromisso da nossa Universidade com a ciência e com o bem-estar social”, menciona Luciane.

“As informações obtidas terão um papel essencial na reestruturação das políticas públicas, com foco na saúde materno-infantil e na prevenção para gestantes. Além de subsidiar novos projetos, esses dados também reforçarão as iniciativas já em andamento”, destaca a pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação, Extensão e Inovação da Unesc, Gisele Coelho Lopes”, avalia a pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação, Extensão e Inovação da Unesc, Gisele Coelho Lopes.

Importância da Pesquisa

Segundo Schäfer, o estudo possibilita compreender o impacto dos hábitos maternos na saúde infantil. “Vamos acompanhar as mulheres que entrevistamos em 2022, quando estavam no terceiro trimestre de gestação. Agora, em 2025, queremos entender como está a saúde dessas mães e de seus filhos, que hoje têm entre dois e três anos. A ideia é analisar como as condições de vida, os hábitos e comportamentos durante a gestação refletem na saúde dessas crianças”, explica o pesquisador.

Vanessa destaca o apoio da Secretaria Municipal de Saúde e a importância do vínculo das agentes comunitárias de saúde com as participantes. “A coleta de dados será realizada por agentes que já possuem uma relação próxima com essas mulheres, facilitando o processo”, disse Vanessa. 

“Avaliaremos aspectos como alimentação, nutrição, práticas de atividade física, saúde mental, níveis de estresse e hábitos como consumo de álcool e cigarro, além dos cuidados com os filhos”, complementa Fernanda.

Benefícios

A professora Isabel reforça a relevância da continuidade do estudo. “Essa nova fase traz benefícios não apenas para as participantes, mas também para o aprimoramento das políticas de saúde do Município. Os dados obtidos ajudarão a traçar estratégias mais eficazes para o cuidado materno-infantil”, ressalta.

“A continuidade dessa pesquisa é fundamental para entendermos os impactos a longo prazo das condições de vida e da saúde mental das gestantes no desenvolvimento das crianças. Com esses dados, podemos contribuir para a formulação de políticas públicas mais eficazes e para a melhoria da assistência oferecida às mães e seus filhos na Atenção Primária à Saúde”, finalizou Fernanda.

 

Expectativa 

As agentes comunitárias de saúde desempenham um papel essencial para o sucesso da pesquisa. Cada uma recebeu uma lista com as mulheres que deverão ser entrevistadas em seu território. Na última semana, as agentes participaram de um treinamento conduzido pelos professores pesquisadores, no qual receberam orientações sobre as abordagens mais adequadas e as perguntas que deverão ser feitas durante as entrevistas domiciliares.

Daniela Teixeira de Oliveira, uma das agentes envolvidas, destaca a importância do contato direto com as participantes. Em 2022, ela também integrou a pesquisa como agente comunitária no bairro onde atua, Santa Luzia.

“Foi muito enriquecedor ouvir os relatos das mães, compreender suas dores e desafios. Agora, estamos em uma nova fase da pesquisa, e esperamos que elas aceitem responder ao questionário. Essa é uma oportunidade de identificar as necessidades atuais e contribuir para melhorias na saúde. Fico feliz por participar novamente. Tudo o que estiver ao meu alcance, farei de coração. Peço e espero que as mães nos recebam em suas casas e colaborem. Esta pesquisa é feita por elas e para elas. Todas as informações coletadas são fundamentais para promover mudanças significativas, que beneficiarão não apenas o presente, mas também as futuras gerações”, comentou.

“Espero compreender a realidade de cada criança nascida das mães entrevistadas na época da pesquisa. Quero observar como elas estão hoje, de acordo com as escolhas maternas durante a gestação, e analisar as diferenças entre aquelas que realizaram o pré-natal e as que não o fizeram, assim como os impactos do uso de substâncias e das diferentes práticas culturais em comparação às consideradas tradicionais”, salientou a agente de saúde que atua o bairro Renascer, Michelle Gonçalves.

Michelle ainda destacou que “com esta pesquisa, espero contribuir para melhorias no acompanhamento da gestação, do puerpério e da puericultura. Nosso objetivo é aplicar esses dados de forma eficaz na prática das Unidades Básicas de Saúde (UBS), promovendo um atendimento mais qualificado e direcionado às necessidades dessas famílias”, sublinhou ela. 

Livro compila resultados da primeira fase

Os resultados da primeira etapa da pesquisa foram reunidos no livro “Saúde das Gestantes de Criciúma”, publicado pela Editora Unesc. A obra está disponível tanto em versão impressa quanto digital e serve como referência para profissionais da área da saúde e pesquisadores interessados no tema.

 

 

 

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