Pesquisa

SCT: Workshop de Arqueologia faz imersão
na história dos povos originários

Evento realizado paralelamente à Semana de Ciência e Tecnologia da Unesc destaca o papel da alimentação e da preservação do patrimônio arqueológico (Fotos: Divulgação e Thiago Oliveira/ Especial Agecom)

Patrimônio arqueológico e a história e cultura dos povos indígenas: uma imersão na alimentação dos povos originários e comunidades tradicionais. Esse é o tema da 10ª edição do Workshop de Arqueologia, evento que é realizado paralelamente à Semana de Ciência e Tecnologia (SCT) da Unesc.

 Até a quarta-feira (22/10), pesquisadores do Laboratório de Arqueologia Pedro Ignácio Schmitz (Lapis) irão receber alunos da região. No roteiro, os grupos contarão com oficinas intituladas que remetem a quatro mil anos de história, visita ao laboratório, além de atividades práticas relativas à alimentação dos povos originários e comunidades tradicionais.

“A programação que a gente pensou para esse ano é voltada a desenvolver essas atividades educativas, de socialização, desse conhecimento científico que a gente também produz dentro do laboratório. Fazer essas ações educativas com a comunidade escolar de municípios aqui da região, para proporcionar a eles esse conhecimento, ter esse diálogo mais próximo também com pesquisadores, destacando o papel da alimentação, pensando nesses grupos pré-coloniais, como é que eram os seus modos de vida, aonde eles se instalavam, quais eram os ambientes que essas culturas se desenvolviam, como elas interagiam com o meio ambiente e quais eram os recursos que elas exploravam”,  explicou Suliano Ferrasso, doutorando do Programa de Pós-graduação de Ciências Ambientais (PPGCA).

Na manhã desta terça-feira (20/10), os alunos do 6º ano da Escola Judite Duarte de Oliveira, do bairro Sangão, em Criciúma, participaram das atividades. Além de conhecer a estrutura do Laboratório, os estudantes aprenderam a história dos povos originários da região e a forma como eles se alimentavam.

Curiosos, não perderam a chance de fazer muitas perguntas para os pesquisadores. “Eles são questionadores, ansiosos. E eu penso que o aprender vai além da sala de aula. Conhecer outras narrativas, outras formas de ver a história, ver os artefatos, faz com que eles tenham a noção daquilo que estávamos falando lá na sala de aula. Trazer eles aqui, ver eles assim curiosos. Eu fico deslumbrada vendo eles perguntando, fazendo essa associação do que a gente vem conversando e com o que está sendo aprendido aqui”, destacou a professora Bruna Oliveira, que acompanhou os alunos.

Para a pesquisadora Annie Souza Marques, mestranda do PPGCA, o workshop é fundamental para levar esse conhecimento às escolas. “A arqueologia é um conhecimento de todos da humanidade. O arqueólogo faz essas descobertas para conseguirmos compreender um pouco do nosso passado, mas concretizar também esse presente que a gente tem. Saber reconhecer como patrimônio da humanidade é um braço da educação patrimonial. A gente se sente muito lisonjeado e feliz em poder estar passando isso para as escolas e para as futuras gerações em saber reconhecer esse patrimônio”, salientou.

“Temos um grupo que é multidisciplinar. Pesquisadores com formação em Arqueologia, História, Biologia, Geografia, Turismo, Artes, Pedagogia e todos dialogam com essa temática da arqueologia, de trazer esse conhecimento, sempre com o compromisso de dialogar com a comunidade. O grande objetivo é mostrar quais eram os povos regionais, quais eram os povos pré-coloniais que aqui viveram, como viveram, potencializando essa questão da alimentação, um elemento central das nossas atividades e das nossas oficinas aqui”, ressaltou Suliano.

Para os alunos, é um conhecimento que fica. “Faz três anos que eu trago os alunos aqui e eles ficam maravilhados. Os meus alunos lá do oitavo e do nono, que vieram aqui quando estavam no sexto, comentam até hoje o que eles aprenderam”, completou Bruna.

O evento é oferecido pelo Lapis, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA), junto dos cursos de História, Ciências Biológicas e Gestão de Turismo.

Nessa segunda-feira (20/10), o workshop recebeu estudantes da educação infantil da Escola Municipal Pascoal Meller. A agenda de visitas segue até esta quarta-feira (22/10).

SCT 2025

A 16ª Semana de Ciência e Tecnologia (SCT) da Unesc segue até o dia 25 de outubro, com uma ampla programação voltada à ciência, inovação e sustentabilidade. Neste ano, o tema é “Planeta Água – A cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território”, em sintonia com o movimento nacional.

O evento conta com o patrocínio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (CREA-SC) e apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

A programação completa está disponível no site unesc.net/sct2025.

Texto: Thiago Oliveira/Especial

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