Desde 2009 grandes eventos esportivos realizados ou recebidos pela Unesc são realizados no Ginásio de Esportes José Antônio Carrilho, uma das estruturas do amplo complexo esportivo do campus da Universidade.
A pessoa que dá nome ao espaço é o técnico e jogador de Basquete que também foi professor e diretor da Escola Superior de Educação Física e Desportos (Esede), que fazia parte da Fundação Educacional de Criciúma (Fucri).
Vindo de São Paulo, Carrilho chegou em Criciúma em 1973, após se formar em Educação Física na cidade de Bauru. “Eu saí à procura de um local para lecionar e o vice-prefeito de Criciúma na época, Fidelis Bach, com quem tenho parentesco, informou que precisava de um técnico de Basquete. Com uma carta de recomendação em mãos, vim para Criciúma e quando cheguei, o curso de Educação Física estava sendo criado. Dentro de dois meses, continuei como professor e técnico de Basquete”, relata.
“Eram três salas de aula nos blocos A, B e C, e fazíamos as aulas práticas no antigo Comerciário Esporte Clube, no Colégio Marista e na Vila Olímpica. Era uma verdadeira Via Sacra que os acadêmicos precisavam fazer”, acrescenta.
Em 1978, quando ele assumiu a direção da Esede, o curso era apenas matutino e possuía 93 estudantes. Como uma das primeiras ações, Carrilho expandiu as aulas para o período noturno. Ele conta que as dificuldades eram muitas na época, e que precisou usar a criatividade para superá-las. “Criamos a primeira discoteca da região, que foi chamada de Oba Oba’. Com os valores arrecadados adquirimos os materiais que faltavam. Tínhamos a quadra externa e as salas de aula. Não havia nada onde hoje é o complexo esportivo, tudo foi construído naquela época. Fui um pouco responsável por isso, mas muita coisa mudou, lógico, para melhor”, enfatiza.
Alicerce
O curso de Educação Física da Unesc completa 50 anos em 2024 e, para Carrilho, ele foi um alicerce para a carreira que viria a construir posteriormente. “A Fucri/Unesc me deu muito embasamento. Cheguei com 23 anos, era técnico e não administrador. No começo fiquei receoso em assumir a direção do curso porque eu senti que teria dificuldades, mas graças a Deus, deu tudo certo e hoje a Instituição é uma das melhores não só de Santa Catarina, mas do Brasil”, comenta.
Além de criar a “discoteca”, o ex-diretor lembra que, unido aos estudantes e corpo docente, criou a rifa de um Fusca para construir uma quadra coberta. “Todos se comprometeram em vender e sou apaixonado por aquele ginásio que conseguimos construir. Tem o outro ginásio que recebe o meu nome. Fico envaidecido, principalmente porque normalmente colocam o nome de pessoas já falecidas, e a Unesc tem este modelo de nomear o patrimônio com antigos colaboradores”, enfatiza.
Carrilho e os colegas do corpo docente também usaram a criatividade para atrair novos acadêmicos. Nos anos em que era diretor, adquiriu uma câmera fotográfica, registrou os estudantes em diversas atividades e passou a divulgar o curso em toda a região. “Com esta ação, ficamos apenas atrás do curso de Direito em número de estudantes”, revela.
“Depois de 38 anos de atuação na Instituição, tenho consciência que fizemos o melhor. A Unesc é uma potência. Tivemos vários reitores, mas a reitora Luciane Bisognin Ceretta é uma visionária e só temos a crescer com ela no comando da Universidade”, finaliza.
Confira mais um episódio da série “Unesc: 55 Anos de Histórias”: