
A manhã deste sábado (5/7) foi de integração, reflexão e celebração no Quilombo Maria Rosalina, em Araranguá. A comunidade quilombola recebeu uma ação comunitária promovida por acadêmicos de Enfermagem e pesquisadores do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) da Unesc, que uniu saúde, cultura e educação popular em prol da equidade e do enfrentamento ao racismo estrutural.
Durante as atividades, foram oferecidos serviços de saúde, orientações preventivas, atendimentos básicos e ações educativas que valorizaram as referências negras e indígenas de Santa Catarina. Entre elas, o destaque foi para a distribuição do Kit de Leitura Afrocatarinense, composto por obras de autoria negra voltadas à formação crítica e antirracista da população, além da apresentação do Jogo da Memória Sankofa, uma ferramenta lúdico-educativa que narra a trajetória histórica dos movimentos negros e indígenas no estado.
A coordenadora do Neabi, Normélia Ondina Lalau de Farias, ressaltou a importância do momento para dar visibilidade à comunidade quilombola de Araranguá. “Muitas pessoas desconhecem que em Araranguá existe uma comunidade quilombola. E segundo, porque estamos aqui confraternizando a aquisição desse espaço onde passa a funcionar uma escola quilombola. Sabemos a importância da educação não só para quem está fora dos quilombos, mas principalmente para essa comunidade, que pode preservar a cultura e garantir a presença dos seus dentro do próprio quilombo. Esse espaço é bastante aconchegante e já percebemos os primeiros sinais dessa educação acontecendo. Para nós do Neabi, fica a grande importância de registrar esse momento, pois lidamos com Ensino, Pesquisa e Extensão, e isso fortalece o nosso trabalho”, afirma.
Para o professor e pesquisador do Neabi, Douglas Vaz Franco, a manhã foi marcada pelo sentimento de celebração e pertencimento. “Hoje nós realizamos o primeiro encontro do Quilombo Maria Rosalina. É uma festa de celebração do primeiro ano de certificação da terra quilombola no Sul do estado. O Programa de Participação Social com Educação Popular nos Territórios, do Neabi, também faz está junto com a escola quilombola”, conta.
A coordenadora da Educação Escolar Quilombola, Luciana Gonçalves Mina, enfatiza que a presença do Neabi e da Unesc reforça o trabalho diário de luta por direitos e reconhecimento. “Para nós esta parceria é importante, porque o Neabi é um núcleo de estudos afro-indígenas e nós, como educação escolar quilombola, temos muitas coisas atreladas a eles. Trocamos muitas ideias e isso ressignifica a nossa luta diária enquanto educação. E a Unesc estar nessa parceria, para nós, é muito gratificante”, comenta.