Ciência da Velocidade

Unesc se prepara para a segunda edição do projeto Ciência da Velocidade

Iniciativa reúne escolas públicas e privadas para promover a ciência por meio da prática e da inovação. (Fotos: Daniela Savi/Agecom/Unesc)

A Unesc está nos preparativos finais para lançar a segunda edição do projeto Ciência da Velocidade, uma olimpíada científica que une teoria e prática para despertar o interesse de estudantes do Ensino Médio pelas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM). As inscrições serão abertas em breve pelo site da Universidade e podem participar escolas públicas e privadas.

O projeto é uma iniciativa dos cursos de Engenharia Mecânica e Engenharia de Materiais da Unesc, em parceria com a Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Uma das novidades é a ampliação da estrutura do evento, com a possibilidade de instalação de duas pistas simultâneas para realização das etapas regionais, o que vai otimizar a logística da competição.

Segundo o coordenador do projeto, professor Felipe Zanette da Silveira, a proposta é transformar a forma como os alunos se relacionam com as disciplinas exatas, ao permitir que eles experimentem, criem e inovem.

“O projeto permite aplicar na prática os conteúdos de Física, Química e Matemática. Além de promover o aprendizado técnico, queremos estimular a criatividade e o pensamento inovador dos estudantes. A Base Nacional Comum Curricular é (BNCC) já propõe essa abordagem por projetos, e nossa ação se encaixa perfeitamente nesse contexto escolar”, explica Silveira.

A expectativa para a segunda edição é ampliar o alcance do projeto para mais regiões de Santa Catarina. “Recebemos muitos relatos positivos na primeira edição. Agora, além de fazer pequenos ajustes, queremos crescer, alcançar mais escolas, envolver mais equipes e oferecer novas experiências aos participantes”, acrescenta ele.

Segundo o docente, é comum que, ao mencionar a disciplina de Física, os discentes fiquem apreensivos, mas acreditamos que unir teoria e prática, é essencial. “Queremos aproximar os professores desses participantes nesse processo, criando um ambiente em que todos se sintam à vontade para aprender, tirar dúvidas e inovar”, destacou ele.

Experiência

Na primeira edição, a equipe Flash, da EEB José do Patrocínio, de Siderópolis, foi a grande campeã. A conquista foi resultado do empenho de alunos do 2º e 3º ano do Ensino Médio, da professora de Física e do engajamento da escola.

Segundo a diretora da instituição, Mariângela Rossa de Souza, para a escola, o projeto foi realmente algo inovador, principalmente por envolver uma disciplina como Física, que normalmente é vista pelos alunos como desafiadora. “Foi surpreendente observar o nível de engajamento deles. Eles realmente se dedicaram, correram atrás por conta própria. Montaram os carrinhos, testaram, ajustaram, tiraram dúvidas com a professora. Era comum a gente passar pelos corredores ou pelo galpão e ver as equipes reunidas, discutindo, analisando, buscando soluções. Foi um envolvimento muito bonito de ver”, observou ela.

Ela explica que, geralmente, os projetos mais comuns nas escolas envolvem disciplinas como Matemática ou Português, que são as áreas básicas. “Ver um projeto de Física despertar tanto interesse e participação foi sair totalmente da zona de conforto e os alunos toparam esse desafio. O mais interessante é que eles buscaram conhecimento por iniciativa própria para fazer o carrinho funcionar. Isso, para a escola, foi extremamente gratificante”, ressaltou a diretora.

“Receber a premiação de primeiro lugar foi ainda mais especial. Participar já é algo incrível, mas conquistar o primeiro lugar em um projeto novo, com uma proposta completamente diferente, foi a prova de que todo o esforço valeu a pena. Os alunos partiram de um ponto zero, sem nenhuma referência anterior, e conseguiram atingir o objetivo. Isso é resultado da dedicação conjunta entre alunos, professores da escola e também da interação com os professores da Universidade”, disse.

O professor da Unesc, Estevan Grosch Tavares, que também participou da organização do projeto, reforça que, apesar dos desafios da estreia, a primeira edição cumpriu com excelência sua missão.

“A primeira edição foi bastante movimentada, especialmente considerando que tínhamos uma equipe de professores reduzida para organizar um evento como esse. A segunda edição vem justamente para corrigir as falhas e lacunas da anterior. A gente costuma dizer que o primeiro livro sempre tem erratas, e a segunda edição aparece para aperfeiçoar. O mesmo vale aqui: a primeira edição cumpriu seu propósito com sucesso, e agora nossa expectativa é ir além, ou seja, alcançar mais participantes, expandir para uma área maior, envolver mais equipes e repetir, ou até superar, o sucesso anterior”, complementou Tavares.

A professora de Educação Física da escola vencedora, Anilcéia Savi, também notou o impacto positivo da ação. Foi algo diferente do que normalmente trabalhamos na escola. Saiu da teoria da sala de aula e foi para a prática, o que trouxe um aprendizado muito mais dinâmico. Além dos conteúdos, eles também exercitam o trabalho em equipe, a solidariedade e o companheirismo. Tudo isso é fundamental para o projeto, e também para a formação pessoal deles. Eles se uniram, aprenderam muito e se divertiram ao mesmo tempo”, afirmou Anilcéia.

Entre os jovens que participaram do evento, esteve a estudante Kiuelen Yasmin de Sousa Gomes, de 16 anos. Ela relembra com entusiasmo como foi participar da competição. “Estávamos bem tensos, sem saber o que esperar. Mas decidimos ir, participar, e acabou que ganhamos. A ficha demorou pra cair. A gente voltou pra cidade com as medalhas no peito, ainda sem acreditar e queremos participar desta edição”, defendeu.

O estudante Luiz Gabriel de Souza, 18 anos, conta que foi uma experiência muito  inovadora. “Foi uma experiência muito nova e diferente pra gente. Ficamos bem nervosos, especialmente porque o carrinho foi finalizado só na última semana, praticamente no último dia. Ainda tinha coisas pra arrumar, detalhes importantes, inclusive a questão da medida em centímetros, que era bem exigente. A gente precisou desmontar uma parte do carrinho e remontar de novo. Foi tenso, mas no fim deu tudo certo. Foi uma experiência muito incrível. E, com certeza, queremos participar da próxima etapa também”, adiantou.

Etapas do projeto

O Ciência da Velocidade acontece em cinco etapas:

  • Inscrição de escolas, alunos e professores
  • Quiz para escolha do capitão de equipe
  • Formação dos grupos nas escolas participantes
  • Etapas classificatórias presenciais em diversas cidades
  • Final estadual, com as equipes vencedoras, prevista para novembro de 2025.

 

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