Organizado pelo Laboratório de Planejamento e Gestão Territorial, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) e aos cursos de Engenharia de Agrimensura e de Geografia da Unesc, o Seminário de Pesquisa em Planejamento e Gestão Territorial (SPPGT) foi encerrado nesta quinta-feira (18/11). Foi a décima segunda edição do evento, que tratou do tema “Paisagem e Território”.
Entre os objetivos dos três dias de debates e trocas de informações, a abordagem metodológica para definição dos valores relacionados à paisagem e território, com foco no desenvolvimento social, ambiental e tecnológico embasado na qualidade dos valores reconhecidos na paisagem pelos grupos sociais.
Tópicos da programação
A abertura do evento, na última terça-feira (16/11), contou com a presença de autoridades e, logo após, a palestra “Geoturismo, Geodiversidade e Geoconservação – alguns exemplos”, proferida pelo professor Antônio José Teixeira Guerra, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O convidado pontuou os valores da geodiversidade para desenvolver o geoturismo. A relevância do tema foi enaltecida pois o professor demonstrou, por exemplos, como se deve proceder o planejamento de territórios de geoparques, uma fala pontual já que está em curso um processo do gênero envolvendo a região de Praia Grande, no extremo Sul catarinense.
Na segunda noite do 12º SPPGT, nesta quarta-feira (17/11), foi destacada a temática “Planejamento e Gestão da Paisagem Urbana” pelas palestrantes Daiane Regina Valentini, da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Larissa Carvalho Trindade, do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF) e Camila Marques Zyngier, do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec-BH).
O primeiro tema do evento desta quarta foi apresentado pela professora Daiane. Com o título “O Planejamento da Paisagem e os Desafios do Desenvolvimento para Cidades Médias e Pequenas”, Daiane pontuou reflexões sobre os desafios do planejamento frente aos conflitos socioespaciais e ambientais e as demandas do desenvolvimento no século 21. Segundo a professora, esta reflexão tem como objeto de estudo cidades médias e pequenas que se desenvolvem a partir de um método de abordagem espaço-temporal com a utilização de mapeamento por geoprocessamento e sistemas de informações geográficas. “O meu estudo visa mostrar estudos acadêmicos que simulam as dinâmicas de transformação das paisagens naturais e culturais para cidades médias e pequenas, com propostas baseadas nos princípios de multifuncionalidade, conectividade e interatividade ecossistêmica” explicou.
A professora e funcionária do IPUF, Larissa Carvalho Trindade, apresentou a palestra “A Paisagem e o Planejamento: Inspirações, Indagações e Inquietações a partir da prática do Poder Público Municipal”. Em sua participação, a ex-docente do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unesc (entre 2010 e 2015) falou sobre o papel da paisagem em ações de planejamento urbano, tendo por base a experiência profissional junto à autarquia municipal do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF).
“A partir de exemplos práticos, é possível demonstrar questões referentes às diferentes escalas, etapas e agentes envolvidos, bem como a importância da implementação e do monitoramento dos planos, convidando os ouvintes a uma reflexão conjunta sobre o tema”, enfatizou.
O assunto de encerramento da noite desta quarta ficou a cargo da arquiteta e educadora do Ibmec de Belo Horizonte (MG), Camila Marques Zyngier. Palestrando sobre “Impactos da Geovisualização como suporte na Construção de um Plano Diretor”, ela apresentou estudos de caso que comprovem o impacto do uso das ferramentas e métodos de geovisualização como suporte na construção de Planos Diretores participativos.
“Os grandes impactos da geovisualização dentro do suporte que esta ferramenta pode trazer para o plano diretor, estão realmente dentro da construção e da interação que você consegue fazer quando você visualiza o processo. Quando os técnicos visualizam o processo que estão trazendo para população, quando a população responde a esses técnicos, visualizando as próprias proposições. No momento em que eu visualizo o que o outro está pensando, eu consigo estabelecer um canal de comunicação mais eficiente com esse outro ou com esses outros”, frisou.
Camila citou, ainda, que “a visualização abre esse canal em suas diversas possibilidades, nas possibilidades bidimensional, tridimensional, na imersão e até na revisão em todas as instâncias que a gente precisa ter dentro de um plano diretor”.
A palestra de encerramento, na noite desta quinta-feira (18/11) destacou o tema “Geodiversidade, Gestão e Educação”, com Marian Helen da Silva Gomes Rodrigues, chefe do Parque Nacional da Serra da Capivara(ICMBio), Luiz Henrique Fragoas Pimenta, coordenador do projeto de Gestão Compartilhada do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e Paulo Antonio Dantas de Blasis, da Universidade de São Paulo (USP). Assista no vídeo abaixo:
Ao longo dos três dias de trabalhos do 12º SPPGT foram realizadas a apresentação e discussão de 51 artigos nas salas dos grupos temáticos, que serão aprimorados para futura publicação em formato e-book.
Realização
A realização do 12º SPPGT contou com o apoio de Fapesc e Capes e a participação do Laboratório de Arqueologia Pedro Ignácio Schmitz (Lapis). Deram suporte ao evento, também, os programas de Pós-Graduação em Direito (PPGD), Desenvolvimento Socioeconômico (PPGDS), Educação (PPGE) e Ciências Ambientais (PPGCA) e dos curso de Arquitetura e Urbanismo, Ciências Biológicas, Engenharia de Agrimensura e Geografia, todos da Unesc, além do Grupo de Pesquisa em Áreas Protegidas do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais.
