Nessa segunda-feira (25/11), Florianópolis se tornou palco da abertura do 1º encontro presencial do Fórum de Universidades pela Paz (FOUP), reunindo especialistas, acadêmicos e líderes internacionais em uma reflexão sobre os desafios e caminhos para a construção da paz. O evento, que acontece até quarta-feira (27/11), celebra também o lançamento da Carta de Florianópolis, um compromisso coletivo que norteará ações futuras na promoção da paz e do entendimento global.
Durante a abertura, a reitora da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte e presidente da Associação Brasileira de Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem), Cecília Raquel Maia Leite, destacou que o Fórum é essencial para a consolidação da educação como um alicerce na construção de uma sociedade mais justa e pacífica.
“As 46 instituições afiliadas à Abruem, com sua presença capilarizada e interiorizada em todas as regiões do Brasil, têm um papel estratégico nesse processo. Por meio de ações de Ensino, Pesquisa e Extensão, podemos ampliar o alcance de iniciativas voltadas para a promoção da cultura de paz, fomentando o protagonismo de nossas comunidades acadêmicas e contribuindo de forma decisiva para transformar realidades e reduzir desigualdades”, concluiu.
Com a presença de Instituições de Ensino Superior de todo país, órgãos governamentais e organizações da sociedade civil, o FOUP tem como objetivo fomentar a produção de conhecimento e incentivar discussões sistêmicas sobre as múltiplas dimensões da paz. Durante os três dias de evento, os participantes estão convidados a pensar coletivamente, propor soluções e identificar oportunidades para a transformação social, com base em experiências prévias e no respeito às diversidades culturais e identitárias.
A presidente da Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe), Luciane Bisognin Ceretta, afirmou que as universidades são território de alta produção, possibilidade e capacidade para discutir temas como este. “A cultura de paz não deveria ser um tema complexo, mas é. A prática da tolerância tem que ser muito discutida nas nossas instituições, por exemplo. A intolerância, talvez seja o vetor que leve a tanta desordem e a tanta incapacidade de dialogar em todos os segmentos sociais, em todos os países do mundo. Ela tem nos impedido de uma cultura de paz mais significativa e o território das nossas universidades é o local para trabalharmos essas questões. Nós temos inúmeras ações efetivas e projetos que podemos desenvolver. Se reunirmos e compartilharmos, veremos que temos muitas coisas boas acontecendo”, destacou.
O Fórum também marca o lançamento do Centro de Estudos Avançados pela Paz na América Latina, uma iniciativa que busca consolidar a região como referência em estudos e práticas pela paz. A Carta de Florianópolis, que será amplamente divulgada após o evento, reforça o compromisso dos participantes em atuar de forma integrada e contínua para promover ações concretas e transformadoras.
Da reflexão à ação
O destaque da programação ficou por conta do painel de abertura “Universidades pela Paz: da reflexão à ação”, que contou com dois renomados especialistas internacionais. O Dr. Francisco Gorjón, referência mundial em mediação, compartilhou sua vasta experiência como autor de mais de 50 obras sobre resolução de conflitos, incluindo o premiado “O Poder da Mediação”. Já a Dra. Susan Andrews, psicóloga e antropóloga formada por Harvard, apresentou abordagens inovadoras que integram sabedoria ancestral e neurociência moderna, defendendo práticas que promovem a saúde mental e a empatia em diferentes contextos sociais.
“A base de uma cultura de paz começa consigo mesmo. Muitas causas da violência hoje estão em nossa mentes. Precisamos criar mentes pacíficas se quisermos criar uma cultura pacífica. Precisamos superar sentimentos como raiva, ciúmes, etc. Portanto precisamos de pessoas mentalmente saudáveis”, comentou Andrews.
Estiveram presentes na solenidade de abertura o reitor do Instituto Federal de Santa Catarina, Prof. Maurício Gariba Junior; o Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Prof. Irineu Manoel de Souza; o presidente da Universidade do Estado de Santa Catarina, Prof. José Fragalli; e o Presidente da Associação Brasileira de Instituições Educacionais Evangélicas (ABIEE), Marcos Ziemer.