
A moda e o vestuário catarinenses ganharam protagonismo nesta terça-feira (11/11) com o InovaSul: Transformando Setores – Setor de Moda e Vestuário, realizado no Centro de Inovação Criciúma (CRIO). A iniciativa da Unesc, com apoio do Sindicato da Indústria do Vestuário Sul Catarinense (Sindivest), Núcleo de Moda do Sul Catarinense (NMSC) e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), reuniu lideranças empresariais e pesquisadores para debater os caminhos do segmento e projetar estratégias que fortaleçam a competitividade e a sustentabilidade nos próximos anos.
Com programação que envolveu apresentação de dados, trabalhos em grupo e plenária de resultados, o encontro integrou o Criciúma Fashion Future, evento que conecta inovação, design e desenvolvimento regional. A proposta foi discutir as perspectivas para o setor, com destaque para o papel estratégico da moda na economia do Sul catarinense e as oportunidades que surgem a partir da inovação em produtos, processos e novos negócios.
“A Unesc possui em seu DNA o compromisso com o desenvolvimento regional. Quando reunimos empresários, pesquisadores e lideranças para olhar com atenção para um setor tão importante quanto a moda e o vestuário, cumprimos a nossa missão de Universidade Comunitária, ao conectar conhecimento, inovação e pessoas em favor do crescimento sustentável do Sul catarinense. Esse encontro é um movimento coletivo de fortalecimento de um segmento que gera oportunidades, identidade e valor para a nossa região”, enfatizou a reitora em exercício da Unesc, Gisele Silveira Coelho Lopes.
O primeiro encontro foi voltado aos CEOs e diretores das organizações, para discutir os resultados do estudo e o que se almeja alcançar a partir dele. “O nosso objetivo é pensar a inovação aplicada ao processo e ao ensino, além de mostrar que é possível fazer sustentabilidade com identidade, com o fortalecimento da sustentabilidade socioambiental no segmento”, afirmou a gerente de Inovação da Unesc, Elenice Engel.
Desafios e caminhos apontados
Os dados apontados pelos grupos de trabalho foram apresentados pelo coordenador do Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico da Unesc, Afonso Valau da Silva Junior. “Foram citados desafios como a matéria-prima, a mão de obra, a qualidade dos produtos e a relação com fornecedores”, revelou.
Já entre as oportunidades, destacaram-se a capacitação de profissionais, a união do setor, a atração de fornecedores e o fortalecimento da região como vitrine de qualidade.
“A nossa região precisa que as empresas se unam. A iniciativa da Unesc de reunir o setor e promover essa discussão é extremamente relevante. Esperamos que, com os dados tabulados, possamos enxergar com mais precisão os caminhos a seguir e direcionar melhor os nossos negócios”, citou o presidente do Sindivest, André Spadel.
O futuro, segundo os participantes, passa por mostrar valor ao cliente, reduzir a dependência de poucos compradores, ampliar mercados e agir de forma colaborativa, não como empresas isoladas, mas um polo de inovação e desenvolvimento coletivo.
“Este é um evento inovador. Algo que precisávamos para dar maior visibilidade à área da confecção. Reunir empresários, trocar experiências e perceber que todos enfrentam desafios semelhantes foi positivo. A partir desse estudo, esperamos ações concretas voltadas à qualificação, investimento em tecnologia e melhoria de processos”, enfatizou a coordenadora de Melhoria de Processos da empresa Ufo Way Jeans, Sabrina Cameira.
Panorama e dados do setor
Os números apresentados pelo pesquisador do Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico e de Inovação da Unesc, Tiago Fabris, reforçam a relevância do setor na economia catarinense e nacional. No cenário global, a moda e o vestuário respondem por 3,7% das exportações mundiais, com a Ásia dominando 70,6% do mercado — sendo a China responsável por 40%. Já o Brasil se destaca na América do Sul, com 82,9% de conteúdo nacional em suas exportações.
Em Santa Catarina, o setor é um dos pilares da economia: são mais de 8,9 mil empresas e 165 mil empregos, movimentando R$ 24,2 bilhões. A região da Amrec ocupa a quinta posição estadual em participação no segmento, com Criciúma entre os dez principais polos, somando 317 empresas e cerca de 4,9 mil empregos formais.
Conforme Fabris, os ciclos econômicos atuais indicam um cenário de crescimento moderado, mas consistente, com Santa Catarina crescendo acima da média nacional: 7,1% no estado contra 3,6% no país.
“Esses indicadores revelam um cenário de oportunidades e desafios, especialmente no fortalecimento das cadeias produtivas locais e na busca por maior inserção internacional”, destacou.
Um ecossistema de inovação em movimento
O InovaSul é um projeto da Unesc, desenvolvido pela Agência de Desenvolvimento, Inovação e Transferência de Tecnologia (Aditt) e pelo Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico e de Inovação, com apoio do MCTI. A iniciativa envolve mais de 300 empresas em 10 fóruns regionais, com debates sobre tendências econômicas, inovação em produtos e processos, criação de novos negócios e sustentabilidade nas dimensões econômica, ambiental e social.
Em edições anteriores, o projeto mapeou oportunidades para os ramos do plástico, químico e turístico, por meio de uma metodologia de diagnóstico e construção coletiva que orienta o desenvolvimento regional.
“A inovação acontece quando nos reunimos para pensar juntos. Cada empresa que se abre ao diálogo e à troca de experiências contribui para construir um setor mais forte, sustentável e competitivo”, concluiu Elenice.





















