A professora do curso de Psicologia Fernanda Fernandes e acadêmicos da Liga Acadêmica de Psicologia Hospitalar, Cuidados Paliativos e Luto (LAPHLU) da Unesc, mediaram, na manhã desta sexta-feira (17/10), uma roda de conversa em alusão à campanha Outubro Rosa. A atividade teve como tema: “Entre o estigma e o silêncio: a importância da fala aberta na conscientização e na busca por ajuda no tratamento do câncer”.
O objetivo da iniciativa foi abordar o estigma do câncer e a importância da comunicação aberta, visando promover a conscientização e estimular a busca precoce por ajuda. A conversa aconteceu na sala 104 do Bloco P.
Por meio de terapia musical, a professora mediou o bate-papo com o grupo que se reuniu para buscar informações e apoio. “A roda de conversa foi importante para que pudéssemos falar para além da prevenção do Câncer de Mama neste Outubro Rosa, pensando também no cuidado com quem está realizando o tratamento. Falamos sobre alguns tabus, sobre o silêncio e a angústia de não buscar ajuda ou de não saber onde ter acesso.A proposta de hoje foi justamente de construirmos essa ideia de como ir buscar esse cuidado, rompendo com o silêncio que está na alma, que precisa falar, que precisa traduzir, compartilhar enquanto está vivenciando um momento que é tão desafiador como o tratamento oncológico”, pontuou a professora.
Mensagem de apoio
Elô Ramos é paciente oncológica desde 2022 e se deslocou de Sombrio para participar da roda e dar seu testemunho. “Me tornei terapeuta integrativa após passar pelo câncer e poder levar tudo isso que eu vivenciei. A importância de cuidar do corpo, da mente e do espírito, durante o tratamento, isso fez muita diferença para mim e trouxe um resultado muito bom. Eu senti o chamado, um propósito maior para levar isso às outras mulheres também. Estar aqui, nessa roda de conversa, ter oportunidade de compartilhar um pouco da minha história, aprender muito com quem estava aqui foi muito gratificante. Tudo isso me motiva ainda mais a seguir com essa missão”, comentou.
Elô ainda destacou que são muitos fatores para chegar no desenvolvimento do câncer. “Se trata de uma doença multifatorial e, infelizmente, os fatores emocionais e psicológicos também são muito presentes e pouco falados. Eu vivenciei isso na pele e hoje gosto de compartilhar minha experiência, destacando que não é só a questão da alimentação e o estilo de vida, envolve a mente, as emoções e muitas vezes isso é esquecido”, destacou.
Uma das participantes do encontro, a egressa do curso de Psicologia, Camila Cardoso Molinari reforçou a importância de se ter um momento como este.
“Como é importante fazer essas trocas com pacientes, estudantes e professores e receber essa conscientização também sobre o luto e o trabalho com cuidado com as pessoas. O que levamos dessa manhã é a importância do cuidado e do amor próprio. Sou paciente oncológica, estou passando pelo processo do tratamento do Câncer de Mama e consigo abordar com mais propriedade sobre isso, compartilhando para outras pessoas para que deem atenção ao autocuidado e a prevenção, sempre”, frisou.
