
Com o objetivo de alinhar e orientar os docentes sobre as diretrizes educacionais da Graduação Multi para o segundo semestre de 2025, as pró-reitorias de Ensino (Proen) e de Pesquisa Pós-Graduação, Inovação e Extensão (Propriex), realizaram, na noite da última segunda-feira (14/7), no Auditório Ruy Hülse, o painel “Interações entre Ensino e Pesquisa”, para a abertura oficial da Formação Permanente.
Para a reitora em exercício, Gisele Silveira Coelho Lopes, o dia de abertura da Formação Permanente de docentes foi um marco na história da Universidade. “É a consolidação da Graduação Multi da Unesc, um modelo pedagógico pautado na formação pela experiência, no qual o nosso estudante está no centro do processo de aprendizado. Estamos muito felizes com a qualidade do painel que tivemos nesta noite, um diálogo entre o Ensino e a Pesquisa, numa prerrogativa de trabalharmos a educação científica para que o professor possa utilizar como método de ensino-aprendizagem, possibilitando que os nossos acadêmicos tenham as competências desenvolvidas para resolver problemas complexos”, avaliou Gisele.
Na visão de Gisele, esse é o propósito de uma Universidade Comunitária, comprometida com a formação de excelência e no sentido de colocar o estudante no centro da experiência. “Hoje foi um dia de muito diálogo, muita construção coletiva, reflexão e aprendizado, seguindo nesta terça-feira com outras inúmeras experiências que serão compartilhadas com todos”, concluiu a reitora.
Frente à organização da Formação Continuada, a pró-reitora de Ensino, Graziela Fátima Giacomazzo, comentou que esse encontro de docentes para o segundo semestre, está focado na excelência acadêmica.
“Estamos trabalhando todos os elementos e componentes da matriz da Graduação Multi, junto com os coordenadores, com NDE dos cursos, com os professores, focalizando principalmente na relação entre o Ensino e a Pesquisa. Compreendemos que a Unesc, uma Universidade com reconhecimento nacional e internacional em Pesquisa, tem que estabelecer e fortalecer o elo entre o Ensino e a Pesquisa, como forma de aprendizagem aos nossos estudantes”, explicou Graziela.
A pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação, Inovação e Extensão, Vanessa Moraes de Andrade, aproveitou a oportunidade para fazer uma ampla apresentação dos “Retratos da Pesquisa na Unesc”, relatando a evolução, os impactos e perspectivas futuras para a Universidade.
“Na minha apresentação destaquei o posicionamento da Unesc como referência estadual e nacional nas áreas de pesquisa, internacionalização e inovação. Ressaltei que estamos em primeiro lugar entre as universidades não estatais de Santa Catarina em Pesquisa e Internacionalização, além de ocuparmos a 12ª posição nacional nestes segmentos. A Universidade investe fortemente na formação científica desde a graduação, com 393 bolsas distribuídas entre estudantes, docentes e funcionários “, destacou Vanessa.
A pró-reitora ainda divulgou que a estrutura do campus conta com mais de 100 laboratórios, entre eles os multiusuários, que atendem não somente a comunidade acadêmica interna, mas também pesquisadores externos, empresas e a comunidade em geral, consolidando o papel da instituição, como uma Universidade Comunitária aberta e inclusiva.
“Esses números e investimentos representam mais do que indicadores quantitativos; são verdadeiros impulsionadores de novas perguntas e caminhos para a ciência, que permitem à Unesc contribuir de maneira ainda mais efetiva para o desenvolvimento regional e nacional”, finalizou Vanessa.
Temas abordados
“Indissociabilidade – A Pesquisa como componente formativo no Ensino Superior”
Representando as Ciências Sociais aplicadas, o professor Thiago Henrique Francisco apresentou o título:
“Indissociabilidade – A Pesquisa como componente formativo no Ensino Superior”.
“A proposta é no sentido de aproveitar os recursos que temos na Graduação Multi, a exemplo da estrutura do nosso Plano de Ensino, para pensar numa integração com a Pesquisa, sendo um diferencial pedagógico nos nossos cursos. Ela nos permite não só a melhoria do processo de ensino e aprendizagem, mas também a ampliação do impacto social dos nossos cursos. Seria uma provocação, para ampliarmos o potencial de impacto e de relevância, tanto pedagógica, quanto social das nossas disciplinas e por consequência de todo o projeto pedagógico”, salientou Francisco.
Interações entre Ensino e Pesquisa: movimentos possíveis na área da saúde
A enfermeira, professora e pesquisadora, Fabiane Ferraz, com ampla experiência em saúde coletiva e educação em saúde, representou as Ciências da Saúde.
“Educação é uma prática social, histórica, dialógica e permanente entre o professor, o estudante e o mundo, logo, deve ser dialética e politicamente situada, e se articular com as demais práticas sociais (saúde, infraestrutura, segurança, condições de trabalho e renda, arte e cultura, entre outros. Tudo começa pelo exemplo do professor, ao mostrar seu jeito de ser no mundo, ao demonstrar na prática suas convicções. A pesquisa mobiliza a boa prática docente, pois proporciona compreender a realidade do acadêmico, do contexto social e dos saberes envolvidos na aprendizagem”, comentou Fabiane.
“Pressupostos para pensar a relação entre ensino e prática científica no Ensino Superior: perspectiva a partir da teoria da educação”
O professor Matheus Bernardo Silva, escalado para falar pela área de Humanidades, Ciências e Educação, trouxe aos presentes o material denominado: “Pressupostos para pensar a relação entre ensino e prática científica no Ensino Superior: perspectiva a partir da teoria da educação”.
“Procurei dar ênfase em três pressupostos de maneira mais geral. O primeiro princípio, coloquei sobre a importância do conhecimento científico, para que os acadêmicos possam se apropriar desse conhecimento e nesse sentido poder atuar de uma maneira satisfatória, de uma maneira coesa, no seu campo de atuação.
No segundo pressuposto, como possibilidade estratégica de evidenciar esse processo de apropriação do conhecimento científico, coloquei a importância da relação entre pergunta e resposta no processo formativo do aluno, onde para poder materializar essa relação pergunta e resposta é necessário a pesquisa científica. E por fim, no último pressuposto, algumas possibilidades na relação entre de fato a prática científica e o ensino, onde eu evidencio um método pedagógico que eu venho trabalhando, de uma teoria da educação, onde temos a relação entre instrumentalização e problematização”, relatou Silva.
“Ela já existe? Ou podemos começar? – Pesquisa no Ensino da Engenharia
A professora e pesquisadora Sabrina Arcaro, representando as Ciências, Engenharias e Tecnologias, conduziu a palestra: “Ela já existe? Ou podemos começar?” – Pesquisa no Ensino da Engenharia, voltada a docentes da área tecnológica.
“Nesta atividade destaquei a importância de integrar a cultura científica ao ensino de graduação, mostrando que a pesquisa pode (e deve) fazer parte do cotidiano da sala de aula. Minha narrativa foi conduzida a partir da trajetória de Nara, uma estudante de Engenharia que não se via como pesquisadora, e de uma professora igualmente inquieta, mas sem saber por onde começar. A transformação de ambas ocorre com a chegada do professor Elídio, vinculado à pós-graduação, que se torna mentor da docente e inspira a aluna.
Com linguagem acessível, Sabrina demonstrou que inovações em engenharia dependem de pesquisa, e que qualquer docente pode iniciar essa jornada com apoio, mentoria e inserção em redes científicas. Casos como o de Nara, segundo ela, não são exceção — são possibilidade.
A palestra também apresentou dados que evidenciam a urgência de ações como essa: embora a engenharia represente 17% da produção científica aplicada, menos de 20% dos docentes da graduação estão envolvidos com projetos de pesquisa (MEC/CAPES, 2022).