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Sala de exposição artística Edi Balod inaugura mostra de obras que homenageiam artistas com trajetória na Universidade

Exposição ficará aberta à visitação até o dia 13 de julho e contém objetos expostos pela primeira vez (Fotos: Éverton Horacio/Agecom/Unesc)

A sala de exposições da Unesc Edi Balod está com uma grande novidade para o público. Foi oficialmente aberta a exposição “Meandro pedagógicos, caminhos poéticos: arte, cultura e ciência”. As obras são produções de quatro artistas, sendo eles, Jorge Ferro, Jussara Guimarães, Gilberto Pegoraro e  Edi Balod. Com curadoria do professor da Unesc, Mikael Miziescki, a exposição foi organizada por estudantes da sétima fase do Curso de Artes Visuais – Licenciatura, a partir da disciplina de Laboratório de Ensino da Arte 4. 

Para facilitar a compreensão do público, foi disponibilizado um texto de curadoria, ou seja, um resumo que explica os significados da produção. Segundo a explicação, as obras evocam as trajetórias singulares de cada um dos quatro artistas que, mesmo tendo origens distintas, encontraram na cidade de Criciúma um terreno fértil para a convergir seus percursos. 

Ainda no informativo há uma analogia aos rios que se entrelaçam, entre eles as águas do Rio Araranguá. A tradução desta leitura remenda às trajetórias migrantes que cada autor desenhou e que por isso atravessaram a formação de gerações de licenciados e bacharéis no curso de Artes Visuais da Unesc, que em 2025 celebra 55 anos.

Edi Balod

Dos quatro artistas que possuem obras sendo expostas, apenas o filho caçula de dois irmãos, o professor Edison Baegli Balod, conhecido artisticamente por ‘Edi Balod’, se encontra vivo. Na tarde desta quarta-feira (18/6), realizou uma visita na sala que leva o próprio nome. Segundo ele, sua carreira na Universidade teve início quando precisou substituir uma professora, o que lhe garantiu 27 consecutivos de salas de aula.

“Depois desse período, viajei para diversos países, o que me permitiu conhecer novas técnicas de produção e quando precisei retornar ao Brasil consegui trazer algumas peças de minha autoria”, lembrou.

Ainda de acordo com Balod, que inclusive já foi apresentador de uma rádio criciumense, dentro da própria família era comum encontrar talentos para diversas expressões artísticas. Após conhecer a exibição de obras, ele comentou sobre sentimento de poder encontrar várias produções pessoais ao lado de produções de amigos homenageados.

“Para mim é emocionante, pois me faz lembrar não apenas das pessoas, mas das amizades que construí com elas. Nós sempre tivemos um relacionamento muito positivo. Sempre andávamos juntos, inclusive, nossas primeiras amostras foram realizadas na Praça Nereu Ramos após a conclusão do calçadão”, relembrou. 

O professor lembra que nessa época alguns comerciantes pensavam que a presença deles na praça afastava os clientes dos estabelecimentos, percepção essa que foi ressignificada de forma positiva com o tempo.

“Haviam pessoas que nos criticavam com ‘’bando de cabeludos’, pois não compreendiam os benefícios que a nossa presença poderia trazer à eles. Na verdade, nós estávamos atraindo pessoas para a praça, pois tínhamos algo a mais. Nós levávamos músicas, varal literário e outras atividades e com o tempo escolas, clubes e instituições foram nos visitar”, recordou o docente.

Percepções

De acordo com Mikael Miziescki, curador da exposição, as obras são uma homenagem e travessia, porque celebram alguns mestres que, mesmo após a partida de três deles, seguem presentes nos gestos, nas matérias e nas ideias que deixaram como legado.

“No ferro e no alumínio soldados por Jorge, na argila viva de Jussara, nas cores intensas de Pegoraro e nas assemblages orgânicas de Balod, pulsa o vigor de quem soube transformar o deslocamento em pertencimento e a prática pedagógica em caminho poético”, comentou.

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