Arte e Cultura

Mulheres e crianças indígenas da comunidade Guarani visitam a Unesc

A atividade busca promover o empoderamento das participantes (Fotos: Éverton Horacio/Agecom/Unesc)

Além da geração de conhecimento científico, a Unesc é uma Universidade Comunitária conhecida por abraçar diversas causas sociais com objetivo de contribuir com o desenvolvimento da região, mas também por acolher todos que a procuram, seja para estudos ou visitas. Um exemplo disso aconteceu na tarde desta quinta-feira (12/5), com a visita de um grupo de mulheres e crianças indígenas da comunidade Guarani ‘Nhu-Porã’, de Torres,Rio Grande do Sul. A visita foi organizada por meio do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da prefeitura de Torres e proporcionou uma visita guiada pelo Museu da Infância, Espaço de Exposição Toque de Arte e aos espaços do Museu de Zoologia da Unesc – professora Morgana Cirimbelli Gaidzinski. 

De acordo com a assistente social do município gaúcho, Gabriela Pereira Colombo, as participantes fazem parte do grupo de Convivência e Fortalecimento de Vínculos ofertado pelo Município. Ela salientou que o objetivo da viagem até a Universidade é gerar espaços em que elas possam se sentir reconhecidas, empoderadas e que, a partir disso, consigam construir novos projetos de vida dentro da própria comunidade.

“Esse serviço não é exclusivo para a população indigena. Ele é complementar à políticas de base, como o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif) e o Serviço de Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi), sendo oferecido também para outras faixas etárias que incluem crianças, adolescentes e até idosos, mas com prioridade para os povos tradicionais”, explicou.

Ainda de acordo com Gabriela, na aldeia também existe atuação de políticas sociais para diversas faixas etárias, porém com um olhar mais direcionado às mulheres.

Conexão com o campus 

A coordenadora do Museu de Zoologia, professora Morgana Cirimbelli Gaidzinski,  foi recebê-los pessoalmente.Segundo ela, a visita de mulheres indígenas em foi uma experiência profundamente significativa. “Além de encher de orgulho, esse encontro reforça o compromisso do Museu  em ser um espaço de diálogo, escuta e valorização de diferentes saberes”, destacou

“As mulheres indígenas carregam consigo histórias, tradições e conhecimentos ancestrais que enriquecem nossa visão sobre a biodiversidade e a relação entre o homem e natureza, já que são comunidades que historicamente protegem e vivem em harmonia com o meio ambiente”, completou.

Projeto Acadêmico

A visita das mulheres indígenas à Universidade foi desenvolvida para atender a um projeto de intervenção da acadêmica da sétima fase de Serviço Social, Sandra Rabello de Oliveira de Freitas, que faz estágio no serviço de convivência e fortalecimento de vínculos. Sandra disse que escolheu atuar ao lado das mulheres, depois de visitar a comunidade delas.

“Foi um grupo com o qual  me identifiquei. Eu vi a realidade em que elas vivem e estou amando esse espaço. Com isso, criei um grupo chamado ‘Mulheres em Movimento’, que atualmente foi alterado para o idioma guarani a pedido delas”, explicou. 

Ainda de acordo com Sandra, ao conhecê-las, logo percebeu que eram mulheres fortes e guerreiras, porém com pouca voz. Além disso, destacou que foram as próprias indígenas que escolheram a Unesc como destino.

“Nós buscamos dar total autonomia. A meta do nosso grupo é que elas se sintam pertencentes a um lugar, fortalecidas e que se sintam unidas para que entendam a força que elas têm enquanto mulher”, acrescentou.    

Criando memórias

Uma das visitantes foi a senhora Jéssica Lopes que estava acompanhada de sua bebê. Ela disse que vem da comunidade ‘Nhu-Porã’ – que em português significa “campo bonito”. Jéssica contou que nunca havia saído de dentro da aldeia que reside e realizou o sonho de visitar um museu. Ela ficou feliz porque pôde conhecer pela primeira vez um jacaré, graças ao acervo da Unesc.

“Eu estou muito feliz em estar aqui e essa experiência está sendo muito maravilhosa, porque eu sempre quis conhecer esses animais aqui expostos. Alguns eu vejo perto da minha casa que fica no meio da floresta, mas assim empalhados dá uma peninha”, compartilhou.

 

 

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