
Um projeto criado durante a pandemia e que hoje é referência nacional no cuidado com pessoas com fibromialgia, o Ambulatório de Atenção à Saúde da Pessoa com Fibromialgia (Amasf) da Unesc, foi apresentado a representantes dos municípios de Capivari de Baixo; Tubarão; Forquilhinha; Gravatal e Imbituba.
O encontro, realizado na manhã desta segunda-feira (9/6), teve como objetivo compartilhar a experiência acumulada ao longo de cinco anos por uma equipe que atua com dedicação e compromisso no atendimento multiprofissional e interdisciplinar, voltado ao alívio dos sintomas e, principalmente, à qualidade de vida dos pacientes.
“Aqui, cada ser é único. Não temos uma fórmula fechada, mas um modelo de escuta, de acolhimento e de construção coletiva. É um projeto que nasceu do sofrimento de uma paciente, a Gisele, que levou a demanda à nossa reitora. A partir daí, estruturamos uma equipe com psicólogos; fisioterapeutas; farmacêuticos; nutricionistas; enfermeiros e outros profissionais que atendem em diferentes frentes”, resumiu a coordenadora das Clínicas Integradas em Saúde da Unesc, Carine Cardoso.
Capacitação como eixo fundamental
Entre as ações oferecidas pelo Amasf estão hidroterapia; hidroginástica; exercícios físicos orientados; acompanhamento psicológico; farmacêutico; nutricional; atendimento odontológico; consultas de enfermagem; grupos terapêuticos e ações educativas em saúde. Tudo isso estruturado com base em dados e fluxos personalizados para cada realidade.
“Realizamos levantamento para compreender a demanda de cada município e estamos preparados para oferecer consultoria e capacitação às equipes de saúde”, explicou a fisioterapeuta do Ameasf, Kalita Silveira Nunes.
Uma das defesas apresentadas durante o encontro foi a necessidade de capacitação dos profissionais da Atenção Primária nos municípios. “Não adianta apenas implantar práticas integrativas. É preciso conhecer profundamente o que é a fibromialgia. A dor não é qualquer dor. Envolve o corpo todo, interfere no emocional e precisa ser entendida por quem vai tratar. A lei existe, mas não basta. É preciso formar, capacitar e preparar as equipes”, frisou a presidente da Associação Girassóis, de Criciúma, Giselli Cunha, que acompanhou o nascimento do Amasf.
Referência nacional
O modelo desenvolvido na Unesc já foi apresentado em eventos estaduais e nacionais e recebe contatos frequentes de universidades e profissionais de diversas partes do Brasil. “As pessoas nos procuram o tempo todo porque não existe, em outro lugar do país, um ambulatório com essa estrutura multiprofissional voltado exclusivamente à fibromialgia”, citou Carine.
A proposta agora é expandir. A equipe do Amasf está preparada para oferecer consultoria técnica aos municípios interessados em implementar o modelo, respeitando as particularidades de cada rede de saúde.