Ensino

Semana Acadêmica marca 55 anos do curso de Artes Visuais com oficinas, exposições e performances

Centro Cultural Jorge Zanatta foi o espaço escolhido para as atividades dos estudantes, egressos e professores (Fotos: Daniela Savi/Agecom/Unesc)

“Desde pequena, sempre fui apaixonada por arte. Por isso, participar desse evento é algo muito especial para mim, porque é uma oportunidade diferente de praticar e compartilhar a arte com outros colegas”, contou Amanda Souza Martins, estudante da 3ª fase do curso de Artes Visuais da Unesc, e que tem o desenho como grande companheiro do dia a dia. “Se eu não estou dormindo, estou desenhando. A maioria dos desenhos vem da minha cabeça. Meu avô também gostava muito de desenhar, e a gente passava horas juntos com lápis e papel, criando”, relembra Amanda, que encontra no papel, no lápis e na caneta suas ferramentas favoritas para expressar sentimentos e ideias. 

A fala da estudante representa a essência da Semana Acadêmica Integrada dos cursos de Artes Visuais e Teatro da Unesc, que encerra nesta sexta-feira (6/6), no Centro Cultural Jorge Zanatta. A programação ofereceu diversas atividades, como palestras com professores convidados, exposições, intervenções urbanas, performances, mostra de vídeos, rodas de conversa com egressos e um sarau de encerramento com atrações musicais e feirinha de arte. Ao longo dos cinco dias de programação intensa, foram realizadas 34 atividades, todas abertas à comunidade e contou com a presença de cerca de 170 estudantes, egressos e público em geral.

Segundo a coordenadora Daniele Zacarão, essa edição especial da Semana Acadêmica foi pensada como uma verdadeira celebração dos 55 anos do curso de Artes Visuais, apresentando à cidade o que é produzido em sala de aula e além dela. “Neste ano, decidimos fazer algo diferente, ou seja, saímos do campus com o objetivo de mostrar à comunidade tudo o que produzimos na Instituição. Todas as oficinas, palestras, exposições, performances e apresentações foram desenvolvidas por estudantes, professores, e também com a participação de egressos e ex-docentes. Muitas dessas ações nasceram dentro das próprias disciplinas curriculares”, explicou Daniele.

Djemili da Silva Vital, também da 3ª fase, destacou a importância da experiência. “Está sendo muito interessante ocupar esse espaço que é voltado para as artes e para a cultura que, na minha opinião, é exatamente onde a gente deve estar. É muito bacana a Universidade proporcionar isso para a gente. As palestras estão sendo ricas, sempre acrescentam algo novo. E essa troca com colegas de outras fases também é muito legal”, observou a estudante.

Caroline Simone Garbelotti Pereira, da 5ª fase, compartilhou a proposta do trabalho desenvolvido por sua turma. “Nossa sala é formada por estudantes de várias cidades, como Criciúma, Siderópolis, Cocal do Sul, Araranguá e Balneário Rincão. A ideia foi justamente valorizar os lugares de onde viemos, lugares que muitas vezes são invisibilizados, mesmo estando no nosso cotidiano. A gente passa por eles todos os dias, mas não os vê de fato”, enfatizou.

Ela explicou que o grupo partiu de registros fotográficos de áreas centrais, como a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), e da região da Próspera, refletindo sobre a presença da poluição urbana. “Reunimos essas imagens em horizontal, mesclando fotos reais com outras manipuladas por inteligência artificial. Nessas, criamos a presença da poluição onde ela não existia. A ideia é que o público observe e reflita, sem saber de imediato quais imagens são reais e quais são simuladas. A instalação causa um certo desconforto, porque também utilizamos a poluição sonora captada em locais como terminais, a própria Unesc, e outros espaços da cidade”, explicou ela.

Caroline ainda comentou a importância da integração entre as fases do curso durante o encontro. “Está sendo muito interessante. Em outros anos, eu não senti tanta proximidade entre as fases como agora. A gente tem visto exposições de outras turmas, participado de oficinas juntos. Isso gera troca e muita conexão. E trazer esse evento para a Fundação Cultural também é algo importante. Muita gente nem conhecia o espaço, que é uma referência cultural na região. Está sendo uma experiência muito rica e diferente”, sublinhou ele.

Quem também adorou a ideia foi o estudante da 5ª fase, Helton de Mello Novelletto. Não tem sentimento mais satisfatório do que esse, poder se expressar artisticamente na sua cidade, ser visto, ser ouvido, compartilhar sua poética com o lugar de onde você veio. A Unesc está proporcionando algo muito especial com essa semana, e eu só posso agradecer por estar vivendo isso”, comentou ele, lembrando ainda que ocupar esse espaço tem um significado imenso para ele. 

“Quando era pequeno, eu tocava violão aqui, acompanhava meu irmão em aulas de pintura, ou seja, cresci frequentando esse lugar. Estar de volta agora, é uma renovação muito grande. Como artista, posso dizer que é uma sensação de renascimento e poder reviver tudo isso onde os primeiros passos foram dados é muito satisfatório e realizador”, finalizou Novelletto.

 

 

 

 

 

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