Arte e Cultura

Lançado na Unesc, livro une poesia e imagem
para valorizar patrimônios tombados

De autoria de Andressa Flor, “Retratos de Criciúma enfatiza a importância histórica, afetiva e crítica de 21 bens culturais da cidade. (Fotos: Marciano Bortolin e Daniela Savi/Agecom/Unesc)

Com foco na valorização do patrimônio cultural tombado de Criciúma, a artista visual Andressa Borges Gomes Flor lançou, na noite desta quinta-feira (29/5), o livro “Retratos de Criciúma: Registros Poéticos”. A obra foi apresentada ao público durante evento realizado no Espaço Cultural Toque de Arte com a presença de convidados, comunidade acadêmica e admiradores da cultura.

A publicação, que combina fotografias e textos poéticos, busca ampliar a percepção sobre a importância histórica, afetiva e crítica dos patrimônios tombados. “Durante a pesquisa, percebi que esses espaços carregam, não apenas uma relevância histórica, mas também uma dimensão afetiva e crítica, que dialoga com a memória, a identidade e a riqueza desses lugares”, salienta a autora.

Dividido nos capítulos “Lugares de Fé, Memória do Carvão e Arquitetura e Identidade”, a obra reúne mais de 80 registros fotográficos de 21 patrimônios culturais de Criciúma. Os exemplares foram distribuídos gratuitamente aos presentes e também serão encaminhados para escolas, bibliotecas públicas, associações e secretarias de educação e cultura da região Sul do estado.

“É uma obra que materializa todo um trabalho de dez anos de pesquisa. Desde a minha formação de 2013 eu participo de exposições e palestras relacionadas às artes visuais. Então formei um conjunto de obras e o tema identidade, fotografia e patrimônio sempre foi o que mais trabalhei. O que mais me chamou a atenção foram as visitas, porque são 21 lugares durante um ano, que reúnem a parte religiosa, as memórias do Carvão, entre outros”, cita Andressa.

Um trabalho de longa pesquisa

A criação do livro é resultado de uma trajetória investigativa iniciada em 2013, quando Andressa cursava Artes Visuais na Unesc. Desde então, a artista participou de diversas exposições, individuais e coletivas, aprofundando-se no tema do patrimônio cultural. A produção levou cerca de três anos e envolveu uma ampla equipe técnica para o desenvolvimento do projeto, pesquisa, diagramação e finalização editorial.

“A proposta é que o livro também sirva como fonte de pesquisa sobre Criciúma e inspire novos desdobramentos. Após a finalização da prestação de contas e do relatório do projeto, pretendo dar continuidade à pesquisa para estender esse olhar artístico e cultural a outros municípios da região, sempre com a mesma proposta: valorizar lugares de memória e fragmentos culturais locais”, completa.

Apoios e homenagens

A concretização do projeto foi possível por meio do apoio da Unesc e da NDTV, além do incentivo das empresas Metalúrgica Spillere, Refricril, Mademil e Farben. A obra foi viabilizada com recursos do Programa de Incentivo à Cultura (PIC), da Fundação Catarinense de Cultura e do Governo de Santa Catarina.

“Todas as obras que a Andressa fotografou, pesquisou e buscou depoimentos, são todas tombadas. Passamos diante deles e, às vezes, não temos essa percepção. É incrível ter este livro que vai agora servir para o município. É ótimo ver que o trabalho partiu de um sonho do seu TCC. Ela foi a desbravadora. É algo que ela sonhou e que agora se concretizou a partir do trabalho de muitas mãos, de uma equipe que realiza este trabalho há anos”, relata a pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação, Inovação e Extensão, Vanessa Moraes de Andrade.

Durante o lançamento, Andressa agradeceu as pessoas que contribuíram diretamente para a realização da obra. Entre eles, o  produtor cultural e esposo, Maxwell Sandeer Flor; a coordenadora do Setor de Arte e Cultura da Unesc e pesquisadora, Amalhene Baesso Reddig, a Lenita; a curadora, Odete Angelina Calderan (in memoriam); a curadora, Angelica Neumaier; a designer de capa, Bianca Goulart; o diagramador, Luiz Augusto Pereira; a revisora, Angélica Manenti; a coordenadora administrativa e financeira, Karina Alano Duarte e o captador de recursos, Deividi Paida.

A presidente da Fundação Cultural de Criciúma (FCC), Cristiane Uliana, salienta que o livro de Andressa é um presente no ano em que a cidade comemora o centenário, se tornando, ainda, um manual para o Município quando o assunto é patrimônio tombado. “Quando quisermos falar sobre este tema, sobre memória, vai ser por meio desta obra. Este olhar é importante porque não tínhamos um material que fale de bens culturais, sobre lugares de memória, da nossa identidade”, fala.

A coordenadora do Setor de Arte e Cultura da Unesc, Amalhene Baesso Reddig, a Lenita, lembra que o Espaço Toque de Arte, que rebele o lançamento do livro, existe há 25 anos e, pelo local, já passaram dezenas de artistas.

“É um equipamento local de magnitude que recebe artistas, escritores, performistas e tantos outros. Ter  parceria com a  Andressa e abrir a Unesc para receber o lançamento nos enche de orgulho e responsabilidade de pensar, junto com a autora, sobre a memória, a educação e o ambiente. Precisamos nos alertar e comprometer com inúmeras causas”, cita.

Como é tradicional, os artistas que lançam ou expõem no Espaço Toque de Arte, doam uma de suas obras para o acervo da Universidade. Com Andressa não foi diferente, que, além de distribuir exemplares para quem prestigiou o evento, doou também para a Unesc.

“A Andressa sonhou muito com isso. Fazer um produto que não seja um serviço. Na linguagem cultural, a dança é intangível, mas o livro é tangível, então é um produto cultural. A entrega deste produto, para nós, é a realização de um sonho. E agradeço a equipe que trabalhou durante esse um ano que foi de muita produção e execução, além dos dez anos de pesquisa”, relata o produtor cultural do Setor de Arte e Cultura da Unesc e marido de Andressa, Maxwell Sander Flor.

Outras informações sobre o trabalho podem ser encontradas no Instagram: @portfolio_andressa.

 

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