
A Penitenciária Feminina de Criciúma passará a contar, a partir do próximo semestre, com serviços especializados para o tratamento de mulheres privadas de liberdade que enfrentam a dependência de substâncias psicoativas. A iniciativa é resultado da ampliação do projeto já em curso no Presídio Regional masculino, por meio de uma parceria entre o curso de Psicologia da Unesc e o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), com atuação da 4ª Promotoria de Justiça de Criciúma.
A proposta foi definida em reunião realizada na última semana entre representantes da Universidade, do MPSC e da administração da unidade prisional. Segundo a coordenadora do curso de Psicologia da Unesc, Rosimeri Vieira, o bom resultado do trabalho com os homens motivou a expansão da iniciativa para o público feminino. “Já existe um trabalho desenvolvido com a ala masculina e, devido aos resultados positivos, nos foi solicitado esse mesmo trabalho com as mulheres”, explicou.
O programa será executado com a participação de acadêmicos da 7ª fase do curso, que cumprirão estágio curricular obrigatório em Psicologia Social. Os estudantes irão atuar em grupos terapêuticos com apenadas em situação de dependência química, realizando sessões semanais com grupos de oito a 10 participantes, totalizando 105 horas de atividades na unidade prisional.
O foco da iniciativa são mulheres que estão aguardando julgamento ou já realizando o cumprimento da pena, dando prioridade àquelas que estão próximas do livramento condicional ou da progressão do regime — etapas em que se retomam os vínculos sociais e familiares. A ideia é oferecer suporte psicológico qualificado neste momento de transição, como forma de contribuir para a reinserção social e redução da reincidência criminal.
“O projeto que iniciou lá atrás, em parceria com a Unesc com o objetivo de tratar os apenados usuários de drogas, na Unidade Penal Santa Augusta, vem agora dar um grande passo. Ampliar seu projeto para mais uma unidade: a feminina, a qual demonstrou interesse na ativação desse grandioso projeto. Estou muito feliz com esse próximo passo, para ajudar, também, as apenadas dependentes químicas, da unidade feminina. Meu desejo é poder ampliar esse projeto para todas as unidades espalhadas em nosso Estado”, comentou o promotor de Justiça Jadson Javel Teixeira.
Participaram do encontro que formalizou a nova etapa do projeto o assessor de Estágio Social, professor Zolnei Vargas; a orientadora de Estágio Social, professora de Larissa Abreu Queiroz; o promotor de Justiça, doutor Jadson Javel Teixeira; o assessor jurídico do MPSC, doutor Julio Baron; a diretora da Penitenciária Feminina de Criciúma, Virginia Gonzales; a coordenadora do Setor de Saúde, Iolanda Isoppo; a chefe de Segurança, Shane Zin; e as psicólogas da unidade, Maiara Mello e Larissa Leite.