Ações Comunitárias

Acadêmicos de Ciência da Computação da Unesc desenvolvem soluções tecnológicas para Apae de Criciúma

Três protótipos foram desenvolvidos para oferecer uma melhor qualidade de vida ao alunos e colaboradores da instituição (Fotos:Divulgação/Agecom/Unesc)

Um grupo de 10 estudantes do curso de Ciência da Computação da 2ª e 3ª fase, orientados pelos professores Ênio José Peruchi e Luciano Antunes, visitaram a Apae de Criciúma na última sexta-feira (4/4), para demonstrar vários protótipos desenvolvidos, sendo três construídos e cedidos para a instituição que começará a utilizá-los a partir da próxima semana.

A visita faz parte do projeto de curricularização da Extensão do curso, que visa aplicar os conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula e aplicá-los em situações reais. Durante a visita, os alunos apresentaram três protótipos desenvolvidos no segundo semestre de 2024:

A Caixa Divertida: um dispositivo que utiliza botões coloridos e músicas para auxiliar pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) a expressar e compreender emoções.

A acadêmica Maria Paula da Silva Cardoso foi a idealizadora da iniciativa. “Esse projeto propõe aos professores uma forma didática diferente e inclusiva de trabalhar os sentimentos com pessoas com TEA, que muitas vezes enfrentam dificuldades para expressar suas emoções. A Caixa Divertida é equipada com botões coloridos, cada um representando uma emoção: felicidade, tristeza, raiva, nojo e medo”, explica.

Maria Paula ainda detalha como funciona a sua caixa. “Ao apertar, por exemplo, o botão amarelo ‘Felicidade’, é tocada uma música alegre. Nosso objetivo é facilitar o entendimento e a expressão dos sentimentos por meio da tecnologia, promovendo o desenvolvimento social e cognitivo dos estudantes. As músicas são pré-selecionadas, mas podem ser personalizadas de acordo com as necessidades dos alunos” concluiu a acadêmica.

A Luz na mira: um jogo interativo que testa o reflexo e a atenção dos jogadores por meio de luzes e efeitos sonoros, visando estimular os sentidos dos beneficiários da Apae.

Segundo a criadora deste projeto, Samantha Nunes, o protótipo permite que dois jogadores compitam entre si para ver quem obtém a melhor pontuação.

“O objetivo é apertar o botão que acender (entre os cinco botões disponíveis para cada jogador) o mais
rápido que puder, testando o reflexo e atenção dos jogadores. O objetivo foi desenvolver um brinquedo com luzes e efeitos sonoros, para ter um maior estímulo sensorial”, resumiu a acadêmica.

Dispositivo de Aprendizagem Numérica: uma ferramenta pedagógica que ensina lógica numérica para pessoas com TEA, utilizando leds e um teclado numérico.

Conforme explicou o autor do projeto, Carlos Miguel Webber Mobel, a proposta oferece aos professores uma abordagem pedagógica inovadora e inclusiva para ensinar lógica numérica a indivíduos com
TEA e que enfrentam desafios no desenvolvimento do raciocínio lógico.

“Trata-se de uma caixa equipada com nove luzes de led, um teclado numérico e um alto-falante. Ao ser ativado, o dispositivo acende uma quantidade aleatória de luzes e o usuário deve pressionar o número correspondente à quantidade de leds acesos. Se a resposta estiver correta, um som de “beep” é emitido, o sistema reinicia e uma nova combinação é exibida. Em caso de erro, o dispositivo emite três sons sonoros e reinicia. O objetivo é utilizar a tecnologia para estimular a aprendizagem da lógica numérica, promovendo o desenvolvimento cognitivo e social dos usuários”, explicou Carlos Miguel.

“Essa experiência é fundamental para a formação dos nossos universitários, pois os prepara para enfrentar desafios reais com compromisso social. Por meio da identificação de demandas reais da Apae, os acadêmicos desenvolvem soluções tecnológicas voltadas à melhoria da qualidade de vida dos alunos e colaboradores da entidade”, afirma o professor Ênio.

Conforme o também coordenador do curso, Luciano, essa ação é realizada semestralmente com as turmas da 2ª e 4ª fase, no âmbito do Projeto Interdisciplinar, uma atividade que integra as disciplinas desses períodos do curso.

“O projeto oferece aos estudantes uma oportunidade valiosa de aplicar, na prática, os conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula, o trabalho em equipe e a interdisciplinaridade, contemplando a grade curricular da Graduação Multi”, relatou o coordenador.

Luciano ainda completou: “Durante esse processo, os acadêmicos aprimoram as competências técnicas,
como análise de sistemas e desenvolvimento de software, enquanto praticam o trabalho colaborativo e interdisciplinar, integrando diferentes áreas do conhecimento. Além disso, o contato direto com a realidade da Apae contribui para o desenvolvimento de uma consciência social mais sensível às questões da inclusão,
cidadania e humanização, despertando o crescimento pessoal, a empatia e responsabilidade nos futuros profissionais”, ressaltou.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *