
Em uma iniciativa conjunta, o setor de Arte e Cultura da Unesc e um grupo de colaboradores voluntários, com aval da Fundação Cultural de Criciúma, estão trabalhando para restaurar uma obra de arte da professora e renomada artista Jussara Guimarães. A obra, instalada há 29 anos no Terminal Central de Criciúma, foi apresentada junto à inauguração do Terminal Central de Criciúma, ocorrida em 6 de setembro de 1996, na gestão do prefeito Eduardo Pinho Moreira.
A ideia de salvar a importante obra pública de Criciúma partiu do Setor de Arte e Cultura da Universidade, sendo liderado pela coordenadora Amalhene Baesso Reddig, a Lenita, e tem como objetivo principal preservar o patrimônio cultural da cidade e celebrar o legado e memória da artista. A equipe está realizando um trabalho minucioso de coleta, análise, fotografia e recomposição de peças da obra, buscando identificar as causas da deterioração e encontrar soluções para a remontagem dos azulejos danificados e a recolocação no painel.
Colaboração e Voluntariado:
O projeto conta com a colaboração de diversos profissionais e voluntários, incluindo a ceramista Simone Milak, aluna de Jussara Guimarães, que se prontificou a remontar os fragmentos menores, e do professor e museólogo Idemar Ghizzo, coordenador do Laboratório de Conservação e Restauração (Lacor) da Unibave, que realizará uma análise técnica para identificar as causas do descolamento dos azulejos. Diversos outros amigos, artistas e ex-alunos, se juntaram à causa.
Desafios e Soluções
Um dos principais desafios enfrentados pela equipe é a incerteza quanto à existência de todos os fragmentos da obra. No entanto, o Laboratório de Pintura da Unesc já abriga 18 peças de azulejos 40×40, repassadas pela Fundação Cultural de Criciúma, que estão sendo recuperadas para serem cuidadosamente reinstaladas na parede do Terminal.
O painel artístico de 32m², foi produzido com 135 peças cerâmicas e instalado no corredor da galeria subterrânea do Terminal, localizada próximo a rampa de saída para a rua Conselheiro João Zanette.
Na obra, a artista retrata três elementos que ajudaram na construção do município: o carvão, o fumo e as etnias que colonizaram o solo criciumense. A técnica utilizada para a produção da obra foi a pintura em cerâmica com três queimas. O painel foi encomendado pela prefeitura, por meio do então diretor na época da Companhia de Urbanização e Desenvolvimento de Criciúma (Codepla), Fábio Carpes, responsável pela obra do Terminal Central.
Objetivos e Celebração:
A equipe espera concluir a restauração da obra ainda em 2025, com o objetivo de reinaugurá-la em excelentes condições, e incluí-la na programação de celebração do Centenário de Emancipação da cidade de Criciúma, demonstrando o compromisso da Universidade Comunitária com a preservação da história e cultura do município, tornando o local como mais um ponto para visitação pública e escolar.
“Além disso, o projeto busca sensibilizar a administração pública para a importância da preservação do patrimônio cultural da cidade e incentivar a criação de um sistema de registro, preservação e acompanhamento das obras de arte em espaços públicos”, observou a professora e pesquisadora Amalhene.