A saúde mental dos jovens tem se tornado um dos grandes desafios da atualidade, especialmente para aqueles em situação de vulnerabilidade socioeconômica. As dificuldades nessa área impactam diretamente o desempenho acadêmico, a vida profissional e o bem-estar pessoal dos estudantes, agravadas, muitas vezes, pela falta de acesso a tratamentos eficazes. Para ampliar as opções de suporte, às intervenções digitais surgem como uma alternativa promissora, oferecendo acolhimento e ferramentas baseadas em evidências científicas.
No Brasil, um estudo está sendo realizado por quatro Universidades e a Unesc é uma delas, por meio do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSCol). O estudo, intitulado “Diz aí, Universitário”, tem como objetivo avaliar a viabilidade de uma intervenção digital baseada na terapia cognitivo-comportamental.
Desenvolvido especialmente para universitários, o programa foi co-criado por estudantes e especialistas que compreendem os desafios da vida acadêmica. Já testado na África do Sul, o método demonstrou eficácia na redução do estresse, da ansiedade e da depressão. Os participantes relataram melhora no manejo emocional e recomendaram a experiência a outros colegas.
Durante as sessões online, conduzidas por um psicólogo, os estudantes aprenderão estratégias simples e práticas para lidar com o estresse, manter o foco e fortalecer a resiliência emocional.
A coordenadora do estudo na Unesc, professora doutora Cristiane Damiani Tomasi, explica que nessa primeira etapa serão selecionados 32 estudantes para integrarem o estudo, sendo oito de cada Universidade participante. Poderão se inscrever estudantes beneficiários do Programa Universidade Gratuita, do Programa Universidade para Todos (Prouni) ou de famílias cadastradas no Bolsa Família. A intervenção será realizada por meio de 10 sessões online em grupo, via plataforma Zoom, com foco no desenvolvimento de habilidades para lidar com desafios cotidianos.
“O programa foi projetado para auxiliar os estudantes na jornada acadêmica, fornecendo ferramentas para lidar com emoções intensas, manter a motivação e aumentar a autoconfiança. Além disso, será um espaço de aprendizado e apoio mútuo, onde os participantes poderão se sentir acolhidos e fortalecidos”, destaca Cristiane.
A coordenação geral do estudo é de Sara Evans-Lacko, da LSE e no Brasil a pesquisa é coordenada por Carolina Ziebold, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Como participar
Podem se inscrever estudantes de graduação da Unesc, com idade entre 18 e 30 anos, que sejam bolsistas integrais do Universidade Gratuita ou Prouni, ou que pertençam a famílias beneficiárias do Bolsa Família. As sessões do grupo da Unesc acontecerão às quintas-feiras, às 17h30. As vagas são limitadas.
Conforme Cristiane, essa fase piloto é fundamental para avaliar a metodologia e realizar ajustes antes da expansão do projeto, prevista para o segundo semestre, quando mais estudantes e universidades serão incluídos.
“Esta etapa nos permite identificar desafios e aprimorar o programa, garantindo que ele seja eficaz e atenda às necessidades dos participantes”, pontua.
Além do Brasil, o programa também está sendo desenvolvido por pesquisadores na África do Sul e no Reino Unido.
Os interessados podem acessar o link para inscrição no seguinte endereço: https://redcap.unifesp.br/surveys/?s=934N8TF9J7JAP3H9
