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Neabi Unesc lamenta a perda de duas mulheres que marcaram a história de Criciúma

O Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) da Unesc expressa profundo pesar pelo falecimento de Maria dos Santos Lima, aos 93 anos, e Margarida Souza Santiago, aos 99 anos. Moradoras da histórica Vila Operária, as duas foram símbolos de resistência, luta e legado para a comunidade negra da região.

Margarida Souza Santiago, por sua vez, dedicou sua vida à formação de seus filhos, a maioria deles professores. Margarida também teve uma forte ligação com a Unesc, por meio de sua filha Liene Santiago, que trabalhou como telefonista na instituição e hoje dá nome ao bloco P da Universidade. Liene, assim como sua mãe, simboliza o esforço e a valorização da educação, características marcantes de Margarida. Margarida foi sepultada na quinta-feira (23/01), deixando um exemplo de luta e resiliência que continuará a inspirar gerações.

Maria dos Santos Lima foi uma das primeiras professoras de Criciúma, tendo lecionado por décadas na Escola Coelho Neto. Além de educadora, Maria esteve envolvida nas atividades do Clube União Operária, ao lado de seu esposo, Aldo Lima, que presidiu a instituição. O clube desempenhou um papel importante na organização social e cultural da comunidade negra da Vila Operária.

Maria também é lembrada por sua determinação em proporcionar educação de qualidade para as novas gerações, um valor que perpetuou em sua família, com uma de suas filhas atualmente cursando mestrado na Unesc. Maria faleceu nesta sexta-feira e será sepultada no sábado (25/01).

Ambas as mulheres residiam na Vila Operária, um bairro histórico fundado para acolher trabalhadores das minas de carvão, e foram testemunhas vivas das transformações econômicas e sociais de Criciúma. A coordenadora do Neabi, Normélia Ondina Lalau de Farias, destaca o impacto dessas mulheres.

“Maria e Margarida foram mulheres que estiveram à frente de seu tempo, marcando suas trajetórias com resistência, luta e dedicação às políticas afirmativas. Elas abriram caminhos para outras mulheres negras e se tornaram exemplos que não podem ser esquecidos. A Vila Operária é parte essencial dessa história, um espaço que surgiu para abrigar mineiros e onde essas mulheres se destacaram como líderes em suas famílias e comunidades. Nossos passos vêm de longe, e o legado delas nos lembra da importância de continuar caminhando com coragem e determinação”, disse Normélia.

“As perdas não apenas deixam um vazio na comunidade, mas reforçam a necessidade de preservar e valorizar o legado de mulheres negras que, com suas histórias de superação, contribuem para a construção de uma sociedade mais igualitária. Elas são mulheres que viram a educação como uma forma de transformação”, finalizou a coordenadora.

 

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