A professora doutora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSCol) da Unesc, Susana Cararo Confortin, é uma das autoras de um estudo internacional pioneiro, liderado pela Universidade da Austrália do Sul (UniSA), e publicada recentemente na revista científica The Journal of Sport and Health Science. O estudo científico estabelece novos valores de referência para a força de preensão manual, considerada um biomarcador confiável para avaliar saúde e envelhecimento.
A pesquisa contou com a colaboração de 140 cientistas de todo o mundo e reuniu dados de 100 estudos observacionais, abrangendo 2,4 milhões de adultos de 69 países, representando 71% da população global.
Os novos valores de referência foram organizados em percentis, facilitando a classificação dos níveis de força muscular classificados como: Baixa força: abaixo do 20º percentil; Força um pouco baixa: entre o 20º e 39º percentis; Força moderada: entre o 40º e 59º percentis; Força um pouco alta: entre o 60º e 79º percentis; e Alta força: acima do 80º percentil.
Conforme a pesquisadora, essas classificações podem ser aplicadas na prática clínica para identificar indivíduos em risco, monitorar o envelhecimento saudável e acompanhar a eficácia de políticas públicas de saúde.
Para Susana, fazer parte de uma pesquisa internacional com impacto mundial é uma experiência enriquecedora e desafiadora para qualquer pesquisador. “A nossa contribuição no estudo sobre a força de preensão manual, conduzido por uma equipe global de cientistas, exemplifica a relevância de integrar um projeto que combina dados robustos, metodologias avançadas e a colaboração de especialistas de diferentes contextos”, disse ela.
Essa oportunidade, segundo a pesquisadora, não só amplia o alcance do conhecimento gerado pela pesquisa, mas também permite a troca de experiências, a construção de redes acadêmicas sólidas e a aplicação de descobertas em um cenário mais amplo.
Um marco
Pela primeira vez, foram criados valores de referência internacionais que levam em consideração idade e sexo para a força de preensão manual. Este dado é medido com um dinamômetro que avalia a força máxima exercida em poucos segundos. A pesquisa revelou que a baixa força muscular está associada ao maior risco de mortalidade, doenças cardiovasculares e incapacidades físicas, ressaltando a importância desse indicador para monitoramento de saúde.
“Além disso, o estudo estabelece parâmetros que podem transformar a prática clínica, orientando políticas de saúde pública e beneficiando populações ao redor do mundo. Participar de um trabalho com essas características reflete o compromisso com a produção de ciência de alta qualidade e com o impacto positivo na saúde coletiva”, enfatizou ela.
Impacto
Os novos padrões permitirão análises consistentes entre e dentro dos países, além de oferecer feedback individual para intervenções de saúde personalizadas. “A força de preensão é um indicador fundamental para a saúde ao longo da vida adulta, e agora temos uma base sólida e padronizada para utilizá-lo em escala global”, destaca. O estudo também oferece informações para políticas públicas, permitindo identificar tendências ao longo do tempo, monitorar melhorias na saúde e avaliar o impacto de iniciativas voltadas para o bem-estar da população.
“Fazer parte de um estudo internacional que promove avanços no entendimento e no monitoramento da saúde é motivo de orgulho e gratidão. Essa experiência reforça o compromisso com a construção de conhecimentos que têm o potencial de transformar vidas, impactar políticas públicas e oferecer soluções inovadoras para desafios de saúde em escala mundial”, finalizou Susana.
Confira o estudo completo aqui: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2095254624001741