A arte contemporânea invade a Unesc com a exposição ‘Vida, Viagem Intergaláctica, Destino Alma’, assinada pelo artista Ricardo do Rosário, de Florianópolis. A mostra, aberta ao público até o dia 16 de dezembro, oferece uma experiência sensorial e reflexiva que busca explorar os sentimentos de solidão e a busca por pertencimento por meio da figura do astronauta.
“Trouxe para cá a exposição Vida, Viagem Intergaláctica, Destino Alma, que é resultado de uma pesquisa realizada ao longo de um ano e meio sob a mentoria da minha curadora, a Meg Roussenq. Durante esse período, explorei temas relacionados à criação do universo. Ao perceber a imensidão do cosmos, decidi que precisava de um elemento central para expressar essa vastidão de forma artística. Foi então que escolhi o astronauta como símbolo”, explicou o artista.
A ideia de usar o astronauta, conforme ele, surgiu como uma representação perfeita dos sentimentos de solidão e distância emocional. “Ele é um ser distante da terra e de tudo o que ama, capturando perfeitamente a essência do que eu queria transmitir. A exposição é composta por três séries e duas instalações, cada uma refletindo essa jornada pessoal e emocional”, destacou o artista.
Em um contexto em que a saúde mental se tornou uma preocupação central, especialmente após a pandemia, a exposição oferece uma reflexão sobre conexões humanas e o isolamento. “Utilizo o astronauta como símbolo da ausência e solidão, representando o ser isolado, sem amigos ou familiares. Com isso, destaco a importância de criar memórias ricas e significativas, seja com a família ou com amigos”, afirmou ele.
A abertura da exposição ‘Vida, Viagem Intergaláctica, Destino Alma’ na Unesc foi marcada por uma profunda reflexão sobre a importância das relações humanas e o resgate da essência. A pró-Reitora de Pesquisa, Pós-Graduação, Inovação e Extensão da Unesc, Gisele Coelho Lopes, destacou a relevância dos projetos desenvolvidos pela instituição, cada um com uma trajetória consolidada ao longo dos anos.
“Esses projetos só se concretizam graças às pessoas que se dedicam e abraçam a causa, transformando-a em realidade. Vivemos em tempos em que, muitas vezes, deixamos de nos perceber como seres humanos, esquecendo que nossa essência necessita de cuidado, alimento e, acima de tudo, atenção. O ser humano tem sido deixado em segundo plano, ofuscado pelo simples ‘fazer’ ou ‘ter’. Quando isso acontece, nos perdemos e deixamos de construir relações sólidas, ficando presos às superficialidades que deveriam ser sobre convivência e cuidado mútuo para uma vida mais saudável”, refletiu Gisele.
“A digitalização das relações nos afastou ainda mais de nossa essência, mas sua obra proporciona uma experiência sensorial que nos convida a refletir. É uma honra tê-lo conosco e saber que a Unesc foi escolhida para receber essa exposição. Sua arte tem o poder de transformar, de nos fazer reconhecer nossa própria existência, lembrando-nos da importância de nos respeitarmos e de voltarmos nosso olhar para dentro, valorizando quem somos”, acrescentou Gisele.
A coordenadora do Setor de Arte e Cultura, Amalhene Baesso Reddig, lembrou que a mostra faz parte da 147ª exposição temporária da Unesc e já tem diversas turmas com visitas agendadas. “O Campus Unesc nos convida para ativação do olhar contemplativo para arte e natureza. Receber o projeto de Ricardo no edital de exposições temporárias foi uma conquista importante, pois seu trabalho é realmente notável. Cada visita é registrada para celebrar o impacto da exposição e reforçar seu valor para a comunidade acadêmica e o público em geral”, disse, lembrando ainda que o novo edital de exposições está aberto.
Lenita ainda reforça que são muitas obras distribuídas pelo Campus e o espaço cultural Unesc “Toque de arte” contribui nesse sentido. “O artista doou uma obra da exposição para o acervo artístico”, acrescentou.