A saúde mental de populações vulneráveis está no centro das discussões quando o assunto é prevenção ao suicídio. Em alusão ao Setembro Amarelo, mais uma ação comunitária foi promovida pelo Programa Acolher, em parceria com a Secretaria de Políticas de Ações Afirmativas, a Residência Multiprofissional em Saúde e o Departamento de Diversidade Humana (DDH), com apoio da Diretoria de Extensão, Cultura e Ações Comunitárias da Unesc.
O evento, realizado na última semana, na sala de Dinâmica 2 da Clínica de Psicologia, foi uma roda de conversa focada na saúde mental da população de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexuais, assexuais e pansexuais, além de outras identidades de gênero e orientações sexuais (LGBTQIAPN+).
De acordo com a coordenadora da Secretaria de Diversidades e Políticas de Ações Afirmativas, Janaína Damásio Vitório, o encontro foi extremamente gratificante. “Essa atividade nos permitiu dialogar sobre questões que geram sofrimento e, por vezes, levam a pensamentos suicidas. Falamos sobre racismo, capacitismo, intolerância e, principalmente, a dificuldade das famílias em lidar com a sexualidade dos filhos devido à homofobia e transfobia”, destacou Janaína.
Durante o encontro, alguns participantes compartilharam as histórias e receberam acolhimento do grupo. “Pactuamos que realizaremos intersecções entre os temas de campanhas como o ‘Outubro Rosa’ e o ‘Novembro Azul’, relacionando-os com as vivências da população LGBTQIAPN+”, acrescentou a coordenadora.
Encontros reflexivos e acolhimento
Para o coordenador do Programa Acolher, Zolnei Córdova, essas ações são essenciais para enfrentar as pautas opressoras impostas pela sociedade. “O Programa Acolher, em parceria com a Secretaria da Diversidade, tem se dedicado a pensar na saúde mental de jovens adultos, especialmente aqueles que enfrentam desafios relacionados à orientação sexual. Sabemos que esse grupo, muitas vezes, lida com rejeições tanto no âmbito familiar quanto no pessoal. Por isso, o Programa busca oferecer apoio. Atendemos muitos jovens da comunidade LGBTQIAPN+ e, para lidar com essas questões, realizamos encontros reflexivos às quintas-feiras, com foco no acolhimento, generosidade, empatia e cuidado”, afirmou.
A ação seguiu com a apresentação de dados epidemiológicos e estatísticos sobre a saúde da população LGBTQIAPN+, o que serviu como base para as discussões que se seguiram. “Alguns participantes compartilharam vivências pessoais e como essas experiências impactam a saúde mental. Isso trouxe um momento de acolhimento e cuidado coletivo”, explicou a técnica do Programa Acolher, Larissa Mazzucco.
Ao final, uma dinâmica de grupo reflexiva foi conduzida e permitiu que cada participante avaliasse as próprias experiências de vida em relação a temas como preconceito, exclusão, medo e o direito à saúde. “Esse foi um momento muito importante para discutirmos o acesso à saúde, especialmente em um contexto de violência e sofrimento que afetam diretamente a saúde mental da população LGBTQIAPN+”, concluiu Larissa.