O Programa de Formação Permanente de Docentes da Unesc realizou mais um encontro com formações conduzidas pelos professores do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE). Uma das temáticas abordadas foi “Como identificar o sofrimento psíquico durante a jornada acadêmica”, com o objetivo de orientar os docentes a auxiliar os estudantes, encaminhando-os para um espaço de escuta, acolhimento e cuidado.
A atividade, organizada pelo Programa Acolher na noite de quarta-feira (17/07), foi ministrada pelo coordenador Zolnei Vargas Ernesta de Córdova e pelas psicólogas Larissa Mazzucco Bianco e Camila Maciel. Criado em 2019, o Programa Acolher visa à promoção da qualidade de vida e da saúde mental dos acadêmicos. “É importante os docentes entenderem como encaminhar estudantes para o Programa, utilizando-o como ferramenta de apoio”, pontuou Vargas.
“O Programa Acolher da Unesc utiliza quatro ferramentas de cuidado aos estudantes, em modalidades individuais ou coletivas. Entre elas, se destaca a Psicoterapia Breve, focada em melhorar rapidamente a qualidade de vida dos acadêmicos. Os ‘Grupos Psicoterápicos – Desatando Nós’ permitem trocas e vivências entre estudantes, enquanto os encontros ‘Naturezas do Acolhimento’ são voltados para demandas específicas em sala de aula”, explicou o coordenador.
“Já ‘Diálogos Acolhedores’ abordam temas emergentes e específicos da vida acadêmica. O programa integra ações da Residência Multiprofissional de Saúde Mental com diversos setores internos e externos da Universidade, como Nuprevips, Sama, Clínicas Integradas da Unesc, Neabi e a Rede de Atenção à Saúde dos Municípios”, acrescentou.
Sinais de alerta
Durante o encontro, o diálogo entre docentes e psicólogos abordou as vivências práticas vivenciadas dentro do Programa Acolher, e informou a importância de ficar atento aos sinais de que algo está errado. “A influência de fatores financeiros, vida amorosa, vida familiar, trabalho, mídia e pressão social pode sobrecarregar o estudante e tornar a graduação um desafio. Assim, o Acolher possui práticas interventivas para ajudar professores a distinguir entre cansaço normal e sinais de que o estudante precisa de ajuda”, alertou a psicóloga Larissa Mazzuco.
“A transição para a vida universitária envolve a adaptação à rotina de estudos, mudança de cidade ou morar sozinho e o retorno aos estudos após um período afastado do ambiente educacional. Esses fatores, junto com a adequação às normas e metodologias de ensino e a dificuldade de desenvolver laços de amizade no contexto acadêmico, influenciam a saúde mental do estudante”, acrescentou Mazzucco.
Conforme a psicóloga do Acolher Camila Maciel, a formação teve a proposta de ajudar professores a detectar o sofrimento do acadêmico e compreender a necessidade de encaminhamento. “Os docentes têm o dever de perceber quando um estudante apresenta comportamentos atípicos. Identificar sinais de problemas de saúde mental, como excesso de faltas, cansaço excessivo ou agitação. Isso é essencial para avaliar se o estudante necessita ou não ser encaminhado ao Programa Acolher”, salientou.
Sessões colaborativas
A formação também incluiu sessões sobre outras temáticas, como “Práticas Inclusivas: Adaptando Avaliações para Alunos com Deficiências e Transtornos”, ministrada pela gestora do Sama, Zélia Medeiros Silveira, e “A prática do exame físico no percurso formativo do enfermeiro”, conduzida pela coordenadora de Pós-Graduação Lato Sensu da Unesc, Mágada Tessmann. Além disso, o curso de Pedagogia ofereceu a sessão “Pedagogia Decolonial: O que, Como? e Por Quê?”.
O curso de Ciências Contábeis abordou o tema “Tecnologias aplicadas à Contabilidade Rural” para os professores inscritos. A temática “Minha Disciplina está curricularizada! E Agora?” foi ministrada pela diretora de Extensão e Ações Comunitárias, Fernanda Sônego.
A Formação Permanente de Docentes, organizada pela Pró-Reitoria de Ensino, Diretoria de Ensino e Assessoria Pedagógica Universitária (APU), oferece uma série de sessões colaborativas sobre temas como Graduação Multi, Desenvolvimento Profissional Docente, Metodologias de Ensino e Aprendizagem, Avaliação das Aprendizagens, Formação para Novos Docentes e Saúde Mental.
A programação inclui palestras, oficinas, minicursos, rodas de conversa e grupos de discussão e promove um ambiente de aprendizado democrático e colaborativo.