Em uma ação de preservação e celebração da história de um dos personagens mais icônicos de Santa Catarina, a Unesc, por meio do Centro de Memória e Documentação (Cedoc), coordena o projeto cinematográfico que conta a trajetória de Dom José Gomes, ex-bispo da Diocese de Chapecó, de forte atuação no Oeste catarinense, entre as décadas de 1970 e 1990.
As gravações do média-metragem intitulado “Dom José Gomes – Toca Pra Frente!”, realizadas em grande parte em Chapecó, encerraram em fevereiro. Agora, o filme está na fase de montagem, seguido da inclusão da trilha sonora, mixagem, libras e audiodescrição. O projeto deve ser todo encerrado no fim de julho, sendo que o lançamento deve ocorrer em setembro.
“A produção do filme é um marco para a Unesc e para a preservação de uma parte da história de Santa Catarina. Dom José Gomes foi uma figura central na vida social e religiosa do Oeste catarinense, e contar a sua história é uma maneira de honrar seu legado e suas contribuições”, ressalta a reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta.
O projeto, coordenado pelo Cedoc, é uma iniciativa que, conforme a reitora, vai além do simples registro histórico. “Ele busca inspirar e educar as futuras gerações sobre os valores de liderança comunitária e compromisso social. A dedicação e o rigor na pesquisa e na produção garantem que o filme seja um retrato da trajetória de vida de Dom José Gomes. A nossa Universidade tem o compromisso de promover a cultura e a educação, e este filme é uma manifestação concreta disso”, acrescenta.
Produção
A produção foi dirigida por Sander Hahn, com co-direção de Chico Caprário. Já o ator Reveraldo Joaquim, interpreta Dom José Gomes. Além disso, a equipe conta com a direção de fotografia, de Pedro Oliveira e a direção de arte da professora Aurélia Honorato. A produção executiva está sob a responsabilidade do professor do curso de Teatro da Unesc, Luiz Gustavo Bieberbach, e com a coordenação geral do projeto do professor Paulo Sérgio Osório.
O coordenador do Cedoc e do projeto, Paulo Osório, conta que a produção do filme chegou à Unesc por uma solicitação do Instituto Dom José Gomes (IDJG), que solicitou recursos junto ao deputado federal Pedro Uczai, por meio de emenda parlamentar, sendo que a viabilização se deu pela Unesc.
“A pesquisa foi feita por toda a equipe a partir do Cedoc, em colaboração com o Centro de Organização da Memória do Oeste Catarinense (Ceon), além dos membros do Instituto Dom José Gomes e da Cúria Diocesana de Chapecó. Temos parceiros que contribuíram com documentos e acervo. O instituto e a Cúria possuem todo o acervo do bispo, inclusive, a indumentária, os acessórios e os objetos utilizados no filme são originais, utilizadas por Dom José Gomes”, cita Osório.
O personagem
Natural de Erechim, no Rio Grande do Sul, Dom José Gomes foi o terceiro bispo da Diocese de Chapecó, onde teve atuação importante na reorganização das comunidades do Oeste catarinense. “Ele esteve presente, por exemplo, do Conselho Vaticano Segundo e da Conferência Episcopal de Medellín, momentos em que a Igreja Católica fez a opção pelos pobres, então, havia uma perspectiva do concílio que ele trouxe e, digamos, ‘levou à risca’, como se dissesse: ‘esta é uma tarefa e levarei à risca’. Então, ele começou a organizar a população que, digamos, estava esquecida. Mas não ficava à frente dos movimentos, mas sim formava e orientava, dando protagonismo à comunidade”, relata o coordenador do Cedoc, Paulo Osório.
