A equipe do artista lageano Lucas Speranza, conhecido como Cenora, encerrou na noite desta quarta-feira (3/07), a exposição “O tempo voa e quem não voa com ele se atrasa” na sala Edi Balod, do bloco administrativo da Unesc. A mostra esteve aberta à visitação durante um mês.
A exposição, que começou em 2022 em Florianópolis como iniciativa independente, conta com a produção executiva e curadoria de Gabi Bresola, expografia e montagem de Júlio Gubert, e produção da Ombu Produção e Rudolfo Auffinger. Esta é a segunda etapa do circuito de 2024, que teve início em Joaçaba, passou por Criciúma e seguirá para Itajaí e finaliza em Lages.
A difusão do trabalho de Lucas Speranza promove o diálogo com artistas de outras regiões, como foi o na Universidade. A mostra está inserida no contexto acadêmico das Artes Visuais, que amplia as oportunidades de intercâmbio artístico e cultural dos estudantes.
“Estar na Unesc é motivo de muito orgulho. Transitar por vários lugares nos dá um sentido do que estamos fazendo. É um privilégio estar na Sala Edi Balod, uma espécie de sala de aula expandida, onde temos a sorte de contar com pessoas como a coordenadora do curso, Daniele Cristina Zacarão Pereira, e a saudosa professora Odete Angelina Calderan, que foram fundamentais para a nossa chegada à Instituição”, expressou a curadora.
Impacto acadêmico
Durante o encerramento, Gabi Bresola juntamente da equipe, compartilharam o processo que foi pensado para a exposição em forma de bate-papo. “O trabalho do Cenora, que é um jovem artista catarinense, vem para enriquecer a formação acadêmica dos estudantes”, pontuou.
A exposição reúne mais de 18 obras, e inclui telas e composições pictóricas que retratam cenas de pessoas passando na rua, subjetividades e afazeres diários, a natureza, e memórias pessoais representadas por bois e passarinhos. As obras também destacam as linhas das cercas que delimitam o espaço rural, o facão na cintura e o tema do Contestado. Elementos como caixas e toalhas de mesa em tecido são marcas registradas do trabalho de Lucas Speranza.
“Achei a exposição libertadora no sentido da arte, em poder ver algo totalmente fora do nosso contexto dentro da Universidade, tanto em questão de moldura quanto de tinta. Os traços únicos do artista, as cores, as imperfeições e a representatividade do cotidiano me cativaram. Na tela com a imagem do boizinho, lembrei do meu pai e de como ele iria gostar de ter essa arte na parede da casa dele”, expressou a acadêmica da primeira fase do curso de Artes Visuais, Sara Ugioni Meller.
O projeto inclui uma publicação digital, um audiobook do artista acessível para pessoas cegas ou com baixa visão e material educativo que pode ser impresso em escolas. Todos, disponíveis no site ombuproducao.com/otempovoa.