Em celebração ao mês dedicado ao Meio Ambiente, professores da Unesc realizaram atividades junto aos alunos do Colégio Marista, de Criciúma. Na primeira ação, as turmas das séries iniciais do ensino fundamental acompanharam os pesquisadores Carlyle Torres Bezerra de Menezes e Renato Carola, junto às orientandas de pós-graduação, de uma expedição de observação do Rio Criciúma.
“A primeira observação ocorreu no Morro Cechinel nas proximidades das 18 nascentes do Rio Criciúma. Infelizmente não foi possível levar as crianças para ver pelo menos uma das nascentes porque toda a área de acesso está cercada em função de um grande empreendimento imobiliário. Neste primeiro ponto de observação os professores explicaram os conceitos de bacia hidrográfica, nascente e mata ciliar; e ressaltaram a importância de o poder público proteger todas as nascentes dos rios que nascem no território municipal”, relata Carola.
“O segundo ponto de observação ocorreu próximo à Rua Henrique Lage, local onde as crianças puderam ver as águas do rio e sentir o odor que circula pelo ar naquele espaço, causado por esgoto não tratado despejado no rio, observaram plantas que sobrevivem e resistem aos resíduos jogados por moradores e usuários que não demonstram consciência ambiental. O último ponto de observação ocorreu no Bairro Santa Augusta, no trecho onde o Rio Criciúma deságua no Rio Sangão. Neste trecho as crianças observaram o rio poluído, mas com mais vegetação em duas margens. Observaram um trecho mais longo com aspectos mais naturais, apesar dos resíduos poluentes e da coloração decorrente dos esgotos não tratados”, acrescenta.
O encerramento da expedição ocorreu no Horto Florestal da Unesc. “Em círculo, junto ao verde das plantas, reunimos todo o grupo para o fechamento da expedição. As crianças relataram suas impressões sobre o que viram e sentiram durante o percurso. Sabemos que a expedição nesses pontos específicos da cidade era algo novo para todos. Por isso ouvimos relatos demonstrando surpresa, tristeza e descontentamento com o descuido das nascentes e do rio. Nesse momento surgiu a ideia de enviar uma carta ao prefeito com a solicitação de maior atenção, recuperação e renaturalização do Rio Criciúma”, conta Bezerra.
A professora do Colégio Marista, Graziela Rediere diz que a oportunidade de explorar os aspectos históricos, naturais e culturais relacionados ao Rio Criciúma foi transformadora. “Foi mais do que uma atividade extracurricular, mas sim uma ‘aula viva’, em que mergulhamos em reflexões profundas sobre o nosso papel na sociedade e a importância vital da preservação dos recursos naturais. Cada momento compartilhado conosco foi enriquecido pela paixão e dedicação demonstradas pela equipe da Unesc. Desde as informações históricas fascinantes até as discussões sobre a conservação ambiental, cada detalhe contribuiu para uma experiência que não apenas ampliou nossos horizontes, mas também inspirou um compromisso renovado com a sustentabilidade e o cuidado com nosso meio ambiente”, relata.
