Durante a Semana de Meio Ambiente e Valores Humanos da Unesc, o Projeto de Fortalecimento dos Comitês de Bacia Hidrográfica do Sul Catarinense debateu a temática da gestão e governança adaptativa climática, com o Auditório Edson Rodrigues lotado de professores, acadêmicos e profissionais da área, além dos representantes das diretorias dos comitês. A mesa-redonda, realizada na noite dessa terça-feira, 04, evidenciou a experiência do ProFor Águas no apoio técnico-científico aos Comitês das Bacias dos Rios Tubarão e Complexo Lagunar, Urussanga e Araranguá e Afluentes Catarinenses do Mampituba, e destacou a importância do papel da Universidade como atual Entidade Executiva dos Comitês.
A temática abordada durante o evento, inclusive, tem ganhado ainda mais destaque nos últimos tempos, devido às catástrofes climáticas que ocorrem com cada vez com mais frequência por todo o país, sendo o Estado do Rio Grande do Sul o último caso extremo e de grandes proporções registrado.
A mesa-redonda foi conduzida pelo coordenador geral do ProFor Águas Unesc e coordenador adjunto do Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais (PPGCA), professor também no curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, doutor Carlyle Torres Bezerra de Menezes.
“Se analisarmos as situações que estamos vivenciando, perceberemos que elas têm se multiplicado cada vez mais. O conhecimento científico é fundamental, devido à necessidade de implantação de uma agenda urgente para o enfrentamento dessas situações extremas. Neste contexto, proporcionamos um importante debate sobre as contribuições do ProFor Águas Unesc, principalmente, diante dos desafios dos efeitos das mudanças climáticas sobre os recursos hídricos e a sociedade”, destacou o coordenador geral do ProFor Águas Unesc.
Participação dos Comitês
A abertura do evento também contou com a participação da presidente do Comitê Araranguá e Afluentes do Mampituba, Eliandra Gomes Marques; do presidente do Comitê Tubarão, Complexo Lagunar e Bacias Contíguas, Woimer José Back; e da representante do Comitê Urussanga, prof.ª Yasmine de Moura da Cunha. “Foi um momento muito importante para discutir a gestão e governança dos recursos hídricos frente às emergências climáticas por meio de experiências consolidadas dos Comitês”, afirmou Eliandra.
Para Back, muitos estão adormecidos e acomodados com a situação, mas eventos como a mesa-redonda e outros trabalhos dos Comitês e do ProFor Águas servem para colocar o debate na pauta. “Neste ano teremos eleições municipais, então precisamos fazer esse assunto ser discutido nas campanhas, buscando sempre implementar melhorias e viver com as chuvas sem maiores danos para as estruturas e para as pessoas”, evidenciou o presidente do Comitê Tubarão e Complexo Lagunar, na abertura do evento.
Na mesma linha, a representante do Comitê Urussanga reforçou que a discussão foi muito importante, principalmente por conta dos eventos traumáticos e catastróficos registrados recentemente. “Tudo isso tem relação com a questão de gestão governança dos recursos hídricos, bem como com as alterações climáticas. São alertas que vêm e muitos não dão atenção até que aconteçam situações nessa proporção”, completou Yasmine.
Temáticas destacadas
O professor Menezes abriu a mesa-redonda, apresentando um panorama geral do tema, considerando o grande desafio da sociedade na prevenção, enfrentamento e mitigação dos impactos socioambientais dos eventos extremos climáticos. Em seguida, o “Desafio na construção da governança à gestão e segurança hídrica” foi o tema da abordagem do coordenador técnico do ProFor Águas, prof. Dr. Jose Carlos Virtuoso.
Na sequência, a técnica em Gestão Ambiental, Me. Ana Paula Matos falou sobre a “Experiência com Política Hídrica, PSA e restauração ecológica”; assim como a técnica em gestão hídrica e engenheira ambiental e sanitarista que presta suporte direto ao Comitê Araranguá e Afluentes do Mampituba, Sabrina Baesso Cadorin, juntamente com a técnica de apoio à Gestão do ProFor e engenheira ambiental, Simoni Daminelli Vieira, detalharam o projeto de Educação Ambiental desenvolvido para o órgão.
Por fim, a técnica em gestão hídrica e engenheira florestal que presta suporte direto ao Comitê Tubarão e Complexo Lagunar, Mhaiandry Benedetti Rodrigues Mathias explanou sobre o Projeto de Diagnóstico do Esgotamento Sanitário na Bacia, destacando a importância do saneamento adequado; e a jornalista Francine Ferreira ressaltou o papel da comunicação estratégica na mobilização social e no fortalecimento dos Comitês.