A importância da Geografia e de sua aplicação prática na compreensão e na busca por soluções para os problemas ambientais contemporâneos, foi enfatizada na 11ª Semana Acadêmica de Geografia de 2024. Na noite de quarta-feira (29/05), o Auditório Edson Rodrigues, no bloco P, foi palco de uma discussão aprofundada sobre os “Eventos climatológicos no Rio Grande do Sul e Extremo Sul de Santa Catarina”, e reuniu especialistas para debater os desafios climáticos enfrentados pela região.
O evento estudantil anual teve início na noite de segunda-feira (27/05) com uma cerimônia de abertura no Hall da Reitoria, acompanhada da exposição “Acervo e Varal Geográfico”. As atividades de terça-feira (28/05) foram realizadas no LabGeoRH, bloco L, com uma oficina intitulada “Cartografia para sala de aula”, ministrada pelo engenheiro agrimensor Gabriel da Silva Sousa.
A coordenadora do curso de Geografia, Yasmine de Moura da Cunha, ressaltou a relevância de a sociedade estar atenta à discussão das questões teóricas e metodológicas atuais da Geografia no Brasil e no mundo. “A Geografia proporciona uma visão holística que abrange não apenas aspectos físicos, como clima e relevo, mas também questões hidrográficas, sociais e econômicas. Em consideração aos diversos atributos da graduação, os acadêmicos sugeriram abordar a temática dos eventos climáticos no Rio Grande do Sul e no extremo sul de Santa Catarina, e convidaram especialistas da área para enriquecer os diálogos”, explicou Yasmine.
A Semana é organizada por membros do Centro Acadêmico (CA) Rosa dos Ventos e o Curso de Geografia da Unesc, junto a uma comissão organizadora composta por discentes da graduação e da Pós -graduação (Mestrado em Geografia), docentes e técnicos, os quais prepararam todas as etapas do evento.
Geografia em ação
O presidente do Centro Acadêmico, João Gabriel Aguiar Vieira, compreende a crescente intensidade do aquecimento global e dos fenômenos climáticos e destaca que a 11ª Semana Acadêmica de Geografia é fundamental para fornecer uma visão ampla e interdisciplinar para analisar os diversos aspectos naturais e humanos que moldam os espaços.
“Locais onde historicamente não chovia muito, enfrentam um aumento na precipitação, enquanto mudanças climáticas ocasionais ocorrem em outros lugares. Perguntas como ‘por que houve tanta chuva?’ e ‘por que os rios transbordaram?’, são questões que convidamos especialistas a abordar e explicar”, esclareceu João.
Segundo Gabriel, à medida em que a tragédia ganhou destaque mundial, estudantes de Geografia, acompanhados por professores e especialistas, optaram, durante a semana acadêmica, por analisar os fatores que culminaram na catástrofe no Rio Grande do Sul, para compreender as razões por trás do ocorrido e buscar meios de prevenir futuros desastres.
“É um tema amplamente discutido atualmente e possui forte relação com a Geografia. As cheias nos rios têm uma dimensão histórica, pois os rios naturalmente inundam as planícies próximas e mais baixas. Ao longo do tempo, as pessoas construíram moradias nessas áreas. Com as variações sazonais dos rios, há épocas de baixa e de alta, o que resulta nas inundações das construções. Além disso, há questões sociais a considerar, que incluem o impacto psicológico enfrentado pelas mais de 600 mil pessoas desabrigadas”, afirmou Gabriel.