A Unesc deu início às atividades do 5º Congresso Ibero-Americano de Humanidades, Ciências e Educação, com um evento de pré-lançamento realizado recentemente. O Congresso, que abordará o tema “Vidas em Risco e Crise Climática”, acontecerá entre os dias 10 e 13 de setembro deste ano, na Universidade. O evento promete proporcionar um espaço de intenso debate e reflexão sobre os desafios ambientais contemporâneos.
O Congresso contará com uma programação intensa que inclui conferências, mesas redondas, Grupos Temáticos (GTs) e minicursos.
O pré-lançamento realizado nesta terça-feira (22/03) contou com a palestra do doutor em História Ambiental e professor na Unicentro e na Udesc, Jó Klanovicz, que abordou a complexidade das crises climáticas e a impossibilidade de retornar ao “normal” pré-crise. Ele ressaltou a importância de entender as nuances históricas de cada desastre ambiental e a relevância da história na compreensão e mitigação das mudanças climáticas.
“Não há como voltar ao ‘normal’ de antes. O que temos é o anormal de antes e o anormal de depois”, destacou.
Ainda conforme Jó, do ponto de vista histórico não é possível comparar desastres em termos de tempo ou espaço, pois cada situação possui nuances específicas que impedem comparações diretas. “A história desempenha um papel fundamental nas ciências climáticas, pois nos permite analisar retrospectivamente e dar voz aos eventos passados, ajudando a compreender e enfrentar as crises atuais”, acrescentou o palestrante.
Durante o evento, a reitora Luciane Bisognin Ceretta destacou a relevância institucional do Congresso, que integra Ensino, Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação. “Neste ano, sobretudo, torna-se ainda mais premente a discussão do tema das crises climáticas e do risco que representa para a vida humana. Este evento proporcionará uma oportunidade ampliada para debater estratégias que possam corrigir as distorções causadas pela ação humana no modo como vivemos nas cidades e nas sociedades, o que tem agredido severamente o meio ambiente. As consequências dessas ações são evidentes em desastres recentes, como os ocorridos no Rio Grande do Sul”, comentou.
“A reflexão sobre a importância das questões climáticas deve transcender as dimensões políticas e ideológicas. Precisamos convergir para estratégias práticas que possam ser adotadas em todos os lugares, visando preservar o meio ambiente, cuidar do clima e, consequentemente, proteger a vida humana”, complementou Luciane.
Reflexão
A pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação, Inovação e Extensão, Gisele Coelho Lopes, destacou a importância especial deste evento na trajetória da Unesc. “É um evento que reúne temáticas que nos inquietam, trazendo à tona questões que precisamos abordar com mais sensibilidade. Ele nos permite olhar para o nosso entorno de maneira mais horizontal, percebendo que não basta apenas enxergar os problemas e nos acostumar com eles; é preciso ampliar nossa visão”, disse.
Conforme a pró-reitora, ao longo dos seus 56 anos, a Unesc tem atuado de forma vanguardista, enfrentando as dificuldades e desafios do nosso entorno. “Precisamos olhar para os problemas a partir de diferentes perspectivas científicas, convergir saberes e identificar possibilidades para propor soluções sustentáveis. Esse é o papel da Universidade, conforme nossa missão institucional. Acreditamos que as crises climáticas e o ambiente de vida não são exclusivos de uma única área do conhecimento, mas afetam todas as áreas de maneira abrangente”, pontuou Gisele.
O Pró-Reitor de Administração e Finanças, José Otávio Feltrin, afirmou que o tema do Congresso é de extrema relevância mundial. “Será uma oportunidade rica em possíveis soluções. A academia está demonstrando a importância de promover esses debates e de apresentá-los a governantes, empresários e demais interessados, pois isso pode fazer a diferença”.
Ele ressaltou que esse é o papel de uma Universidade comunitária, que, no DNA, integra a Pesquisa e os Programas de Pós-graduação (PPGs), promovendo debates que visam a proposição de soluções viáveis e aplicáveis. “Se todos derem apoio, conseguiremos mudar a realidade”, concluiu Feltrin, enfatizando a importância da colaboração coletiva para enfrentar os desafios climáticos e ambientais.
Perspectivas
O coordenador-geral do evento, Carlos Renato Carola, destacou a importância de trazer esse tema para a Universidade e para toda a região. “Esse é um tema adequado, correto, em um momento extremamente importante para o Brasil. As recentes tragédias, como as inundações no Rio Grande do Sul, evidenciam a necessidade de refletirmos sobre as alterações climáticas. Será um momento de muitas reflexões”.
Carola lembra ainda que o Congresso Ibero-Americano de Humanidades, Ciências e Educação, evento internacional da Unesc, é organizado a cada dois anos desde 2014 com a participação de pesquisadores de todos os estados brasileiros, além de estrangeiros da península ibérica (Portugal e Espanha), além de América Latina.
Para a vice-presidente da comissão organizadora, Andrea Rabelo, o Congresso foi construído ao longo dos anos com a participação de todas as áreas do conhecimento. “Todos os egressos, professores, pesquisadores e estudantes de graduação são bem-vindos a participar. O Congresso abordará questões pertinentes e discutirá como as mudanças climáticas estão afetando nosso dia a dia”, afirmou ela, destacando a importância do evento para fomentar a troca de conhecimentos e soluções práticas.
“Todos estão convidados a participar deste encontro, que abordará principalmente as vidas em risco devido ao processo histórico de degradação ambiental, conectando diferentes pesquisas e pesquisadores que vêm debatendo diversos temas ao longo dos anos”, afirmou o diretor de Pesquisa e Pós-Graduação, Ismael Gonçalves Alves, enfatizando a importância da colaboração e do diálogo para enfrentar os desafios climáticos.