Acadêmicos dos cursos de História, Letras, Ciências da Religião e integrantes da disciplina de Sociologia do curso de Administração – Comércio Exterior, da Unesc tiveram a oportunidade de participar de palestra enriquecedora ministrada pela educadora, arquiteta e pesquisadora de terra e educação indígena, Maria Agraciada Tupinambá, na noite desta sexta-feira (19/04).
A apresentação, que ocorreu de forma virtual com a participação da palestrante online e os acadêmicos no Auditório Edson Rodrigues, da Universidade, fez parte da programação do 6º Abril Indígena – Aldear a Universidade para a Justiça Social.
A coordenadora do curso de História, Michele Gonçalves, salientou a relevância da atividade realizada em uma data tão significativa. Ao dar início a mais uma atividade da Semana Indígena, ela ressaltou o propósito de refletir sobre as diversas questões que envolvem os povos indígenas. “Essa iniciativa representa um espaço de troca de conhecimento e experiências, onde os participantes têm a oportunidade de ampliar sua compreensão sobre a riqueza cultural e as lutas enfrentadas pelos povos indígenas no Brasil”, disse.
História
A palestrante compartilhou histórias relevantes de sua própria vida, ao destacar os papéis significativos que desempenha como mãe, avó e costureira de mundos, rompendo bolhas e conectando realidades diversas.
Vivendo em Serra Grande, na Bahia, conforme Maria, 19 de abril, não se limita a uma data específica no calendário, mas é celebrado diariamente pelos povos indígenas por meio de rituais cotidianos que ressoam com o bem-viver.
“Cada dia é uma celebração da presença da natureza em nossas vidas, um reconhecimento constante da interdependência entre seres humanos e o ambiente. É um compromisso contínuo de compartilhar, ouvir, dançar, cantar e entender uns aos outros, uma prática que se assemelha ao cotidiano do bem-estar, bem-viver, bem-fazer, na qual a comunidade se fortalece e se nutre mutuamente, navegando entre as ondas do som e os mistérios da floresta e do mar”, refletiu Maria.
Assim, cada novo amanhecer é uma oportunidade para cultivar a empatia e a compreensão mútua, essenciais para iniciar o dia com plenitude e gratidão”, acrescentou.
A escritora Martha Batista de Lima, que também participou remotamente do evento, expressou a honra em fazer parte da experiência. Ela ressaltou a inovação e a importância desse movimento e o compromisso em dar continuidade aos diálogos e aprendizados iniciados.
“Mesmo após o mês de abril, haverá uma série de eventos dedicados às culturas indígenas e às discussões pertinentes, enfatizando que os caminhos para esse intercâmbio de saberes permanecerão abertos”, comentou Martha.
A palestrante ainda é integrante do TerraBrasil. Mulher de linhagem Tupinambá e ativista das causas dos povos Pataxó Hã-hã-hãe e Tupinambá do Sul da Bahia e idealizadora e diretora do Instituto Etno.
O 6º Abril Indígena é organizado pela coordenadora e pelo pesquisador do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi), Normélia Ondina Lalau de Farias e Douglas Vaz Franco; pela coordenadora do curso de História, Michele Gonçalves; pelo coordenador do Laboratório de Arqueologia Pedro Ignácio Schmitz (Lapis), Juliano Bitencourt; pelo representante do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), Carlos Renato Carola e pela historiadora Liziane Acordi, que representou o Centro de Memória e Documentação (Cedoc).