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Geral

Programa internacional é tema de Aula Magna do curso de Nutrição 

Aula Inaugural reuniu acadêmicos de todas as fases no auditório Ruy Hülse. (Fotos: Vanessa Clarinda/Agecom/Unesc)

Alimentação é uma atividade que envolve muito mais que o ato de comer e a disponibilidade de alimentos. Por isso o curso de Nutrição da Unesc promoveu na noite desta terça-feira (20/03), uma reflexão sob a perspectiva da bióloga, Patrícia Sfair Sunye, com o tema “Nutrição e Sustentabilidade”, com ênfase no movimento Slow Food Laguna.

Durante a palestra, Patrícia abordou a produção de alimentos no Brasil, o agronegócio, a agricultura familiar e os modelos de sustentabilidade. “As temáticas estão intimamente conectadas ao movimento Slow Food, que fomenta a saúde, defende o direito ao prazer na alimentação e reconhece a comida como um elemento cultural. O movimento constitui um espaço contínuo de encontros gastronômicos, nos quais as pessoas interagem e compartilham experiências alimentares”, cita.

Em sua fala, a palestrante ressalta que o profissional da Nutrição necessita reeducar hábitos da sociedade. “O nutricionista deve estimular o consumo apropriado de alimentos, e estabelecer uma relação próxima com produtores para valorizar práticas tradicionais. Priorizar alimentos locais e reconhecer a importância do trabalho artesanal e da agricultura familiar é fundamental para uma economia justa”, considera. 

Aprendizado

A acadêmica Rityelle Medeiros Gonçalves, revela que não conhecia o movimento Slow Food até então, e demonstrou grande interesse no projeto. “Os temas discutidos na palestra são altamente relevantes para nosso curso, pois confrontam diretamente os hábitos contemporâneos, como o consumo de fast food e alimentos de preparo rápido. Há uma notável falta de consciência em relação ao que consumimos, e reunir todas as fases da graduação para conhecer este movimento foi uma oportunidade valiosa”, comenta.

“Além disso, faço parte de uma família de agricultores, e experimento pessoalmente as dificuldades enfrentadas pela agricultura familiar. Apesar da produção significativa do setor, a modalidade é frequentemente subestimada e pouco valorizada, o que requer uma luta contínua”, complementa a acadêmica.

Inspiração

A coordenadora do curso de Nutrição, Fabiane Maciel Fabris, e a coordenadora-adjunta Alessandra Zanette Ghisi Frassetto, manifestaram interesse em trazer o movimento Slow Food para dentro da Universidade e integrá-lo à rotina dos acadêmicos. “Estamos convencidas de que a iniciativa trará uma contribuição significativa para a formação acadêmica dos estudantes, além de beneficiar toda a comunidade universitária”, declaram.

“Portanto, estamos comprometidas em trabalhar para concretizar essa visão e participar ativamente do movimento, que promove uma alimentação saudável, sustentável e culturalmente enriquecedora. O programa respeita os ciclos naturais de produção e valoriza a cultura alimentar local, que é um dos objetivos do curso”, consideram Fabiane e Alessandra.

O presidente do Centro Acadêmico do curso, Leandro João, considera o tema como emergente e propôs uma reflexão aos estudantes. “Qual é a relevância que atribuem a este assunto, se considerar que cada um de nós se tornará nutricionista em breve?”, questiona.

“É importante que dediquemos atenção a temas intrinsecamente ligados, como ‘Nutrição, Sustentabilidade e Segurança Alimentar Nutricional’, fundamentais em qualquer campo que optemos por atuar. O mundo e o meio ambiente necessitam de profissionais comprometidos com as causas globais”, afirma o estudante.

Bom, Limpo e Justo

O Slow Food, traduzido literalmente como “comida lenta”, é uma associação internacional sem fins lucrativos fundada em 1989 como uma reação aos efeitos homogeneizantes do fast food, ao ritmo acelerado da vida contemporânea e à perda das tradições culinárias regionais.

Reconhece as profundas conexões entre o prato e o planeta e tem como lema ‘Alimento Bom, Limpo e Justo’ para todos. Surge também como reação à diminuição do interesse das pessoas pela origem e pelo sabor dos alimentos, bem como pelo impacto das escolhas alimentares no mundo.

Este movimento adota o conceito de ecogastronomia, que busca integrar o prazer e a alimentação com consciência e responsabilidade. Seu princípio fundamental é o direito ao prazer gastronômico, priorizando o uso de produtos artesanais de qualidade excepcional. Estes são produzidos de maneira a respeitar tanto o meio ambiente quanto as pessoas envolvidas na produção e no consumo alimentar.

Formação profissional

Doutora em Oceanografia Biológica pela Universidade da Bretanha, na França, Patricia Sfair Sunye é professora no Departamento de Engenharia de Pesca e Ciências Biológicas da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em Laguna desde 2010. Seu foco de Pesquisa e Extensão está nos recursos alimentares costeiros e lagunares, bem como no apoio aos pescadores artesanais.

Ainda coordena atividades de desenvolvimento socioeconômico que envolvem agricultores familiares, pescadoras artesanais e a comunidade acadêmica da Udesc. Desde 2018, ela faz parte do movimento Slow Food, sendo membro do conselho e porta-voz da comunidade Slow Food Terra de Anita.

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