A Unesc, por meio do Centro de Memória e Documentação (Cedoc) está à frente de um projeto cinematográfico emocionante que presta homenagem a Dom José Gomes, bispo cuja atuação deixou uma marca significativa na região Oeste catarinense, sobretudo nas décadas de 1970 e 1980.
Com o título provisório de “Dom José Gomes – Mestre e aprendiz do povo”, o filme de média metragem é uma iniciativa do Instituto de Educação Popular Dom José Gomes como forma de comemoração aos cem anos de nascimento do Bispo, celebrado em 2021. A iniciativa teve os recursos viabilizados por meio de emenda parlamentar do Deputado Federal Pedro Uczai.
A reitora da Instituição Luciane Bisognin Ceretta, enfatizou que para a Universidade, é uma honra participar de um projeto tão significativo como esse que preserva a memória e o legado de uma figura tão importante para a história. “Acreditamos que essa iniciativa contribuirá não apenas para enriquecimento cultural, mas também para o reconhecimento da importância de Dom José Gomes na história do oeste catarinense”, diz.
“Acreditamos que a cultura é um elemento essencial para a formação integral do indivíduo, enriquecendo não apenas a sua bagagem acadêmica, mas também sua percepção de mundo e cidadania”, complementou a reitora.
As gravações estão em andamento na cidade de Chapecó, no Oeste catarinense, desde a última semana e o público local é convidado a participar de momentos especiais, como as cenas de discursos e sermões de Dom José e do velório, marcada para esta terça-feira (6/02) com centenas de figurantes para a composição da cena. A comunidade é incentivada a se envolver, contribuindo para a autenticidade e riqueza das representações.
A Unesc foi escolhida para coordenar o projeto de produção do filme, contando com parcerias, como o Polo de Cinema de Criciúma. Conforme o coordenador do Centro, coordenador do curso de Ciências da Religião e professor do curso de História, Paulo Sérgio Osório, a expectativa é extremamente positiva.
Conforme o professor, Dom José Gomes participou do Concilio Vaticano II (1962-1965) e da Conferência Episcopal de Medellín (1968) e, a partir dali, desempenhou um papel fundamental na região, especialmente em um período em que a igreja redefinia e reorientava sua atuação junto às comunidades. “Ele foi ativo na organização de comunidades de base, incluindo povos indígenas, e na defesa dos camponeses em questões relacionadas à terra, contribuindo para a formação de entidades como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento de Mulheres Camponesas”, descreve.
Segundo ele, o filme não se limita a ser apenas uma obra de ficção, mas é fundamentado nas memórias, na história e na trajetória de Dom José Gomes. “A comunidade teve participação ativa na concepção do filme, envolvendo pessoas que viveram e experimentaram as três décadas de atuação do bispo no Oeste. Essa colaboração resulta em uma obra que captura de maneira autêntica as experiências e contribuições significativas de Dom José Gomes”, observa Osório.
“As locações escolhidas são igualmente significativas, muitas delas sendo palcos reais de episódios marcantes na história da região oeste. Desde a terra indígena Toldo Chimbangue, áreas rurais como Faxinal dos Rosas, onde o movimento de mulheres camponesas é forte, até o Assentamento da Reforma Agrária 25 de Maio em Abelardo Luz. Ou seja, as gravações abrangem lugares e comunidades que foram fundamentais na organização do povo ao longo das três décadas de atuação do de Dom José na Diocese de Chapecó”, acrescenta o professor.
Futuras gravações estão programadas para ocorrer em Abelardo Luz, no assentamento 25 de maio, e também em acampamentos como o acampamento Kide, todos ligados ao MST. A catedral, com sua vinculação significativa para o bispo, também será um cenário importante. “As locações, portanto, abrangem uma variedade de lugares onde o povo se organizou, lutou e enfrentou desafios ao longo do tempo”, complementou o professor.
Programação
A equipe de produção é composta por aproximadamente 20 pessoas, mas quando considerada a inclusão de atores, coadjuvantes e figurantes, em determinadas cenas, o número pode chegar a até 500 pessoas.
A equipe de produção conta com profissionais talentosos, como o diretor Sander Hahn, o primeiro assistente de direção Francisco (Chico Caprário), o diretor de fotografia Pedro Oliveira e a diretora de arte, professora Aurélia Honorato da Unesc. A produção executiva está sob a responsabilidade do professor do curso de Teatro da Unesc, Luiz Gustavo Bieberbach, e com a coordenação geral do projeto do professor Paulo Sérgio Osório.
Conclusão para julho
Após a conclusão das gravações em fevereiro, o projeto seguirá para a etapa de pós-produção com conclusão prevista para julho, com a montagem e edição do filme. Já há o planejamento para lançamentos especiais do filme, começando por Chapecó, onde a comunidade local poderá testemunhar a celebração do legado de Dom José Gomes.
“Eventos semelhantes estão programados para outras localidades do estado, proporcionando ao público a oportunidade de se conectar com esta emocionante narrativa que mergulha nas memórias e na história de um líder marcante”, diz Osório.
Equipe:
Roteiro e Direção de Sander Hahn;
Produção Executiva: Luiz Gustavo Bieberbach;
Ator Protagonista (D. José) – Reveraldo Joaquim;
Assistência de Direção: Chico Caprario;
Direção de Fotografia: Pedro Oliveira;
Direção de Arte: Aurélia Honorato;
Figurinos: Mikael Mizieski;
Cenários: Sérgio Honorato;
Coordenação do projeto: Paulo Sérgio Osório.
Texto/colaboração: Alfa Comunicação e Conteúdo