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Secretaria da Diversidade da Unesc participa de Encontro de Negros e Negras do Judiciário Catarinense

A Secretaria Diversidades e Políticas de Ações Afirmativas da Unesc marcou presença no Segundo Encontro de Negros e Negras do Judiciário Catarinense, evento que teve como objetivo discutir a importância da educação emancipadora e antirracista, bem como debater a necessidade permanente de mudanças na forma como a justiça trata as pessoas negras. O encontro ocorreu na última semana, em Florianópolis.

A participação da coordenadora da Secretaria, a psicóloga Janaína Damásio Vitorio, foi destacada ao enfatizar a relevância do diálogo e das práticas que promovem uma educação voltada para a emancipação de crianças e jovens negros. Durante o evento, ela ressaltou a importância do Programa de Equidade Racial da Unesc, não apenas como uma política de ação afirmativa para o ingresso, mas também como um acompanhamento diário dos acadêmicos.

“Foi incrível observar a grandiosidade desse projeto, algo que muitas vezes pode passar despercebido em nossa rotina diária. Durante o painel, mediante as intervenções e questionamentos dos participantes, ficou evidente para mim o quão diferenciada é cada proposta do Programa. Desde a divulgação até o acolhimento, a matrícula e o acompanhamento dos acadêmicos, percebi o cuidado e a singularidade em cada etapa, especialmente através da atuação do Neabi e da Secretaria de Diversidades junto aos estudantes”, disse Janaina.

“Expresso minha gratidão ao Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina (Sinjusc) pelo convite, pois ter a oportunidade de dialogar com pessoas que lidam com as leis e, muitas vezes, com o destino da população negra, me traz esperança. Vislumbro a possibilidade de um sistema judiciário baseado na equidade, no diálogo e no respeito mútuo nas relações interpessoais”, complementou.

O encontro também contou com a presença da Secretária-geral do Sindicato, integrante do Coletivo de Negras e Negros do Judiciário Catarinense, Ellen Pereira, que enfatizou a necessidade de uma nova educação que valorize os saberes ancestrais e as práticas societárias antirracistas.

“O evento realizado no Quilombo Vidal Martins, em Florianópolis, trouxe à tona discussões sobre a importância de uma educação pública, emancipadora e antirracista, bem como a urgência em alterar a abordagem preconceituosa geralmente adotada pelo sistema judiciário em relação às pessoas negras”, observou Janaina.

Um dos momentos mais significativos foi a intervenção de Paulo Galo, líder dos entregadores de aplicativos em São Paulo, que ressaltou a importância de conectar a luta sindical com a luta antirracista, destacando o papel histórico dos “aquilombamentos” na força dos sindicatos na sociedade brasileira.

A temática do evento foi inspirada nas palavras de Conceição Evaristo, enfatizando que as vivências negras não devem ser contadas para acalmar consciências injustas, mas sim para incomodar, resistir e transformar.

A candomblecista Sully Santos, auxiliar de serviços gerais e estudante de Ciências Políticas, trouxe à discussão a questão da ancestralidade e do conhecimento transmitido ao longo das gerações, ressaltando a importância da resistência e do pertencimento para o povo negro.

“Quando a gente lembra de onde a gente vem, a gente tem muita certeza de porque está ali. Porque a gente não está ali só, né? Eu estou aqui, mas tenho várias outras mulheres que não tiveram a mesma oportunidade que eu e eu estou aqui por elas e isso é muito gratificante, por que eu não me sinto só”, disse Sully, ressaltando a importância da representatividade e da luta coletiva.

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