Tecnologia, mídias sociais, jogos eletrônicos, pandemia, isolamento, entre outros temas, vêm alterando o comportamento mental das crianças e dos adolescentes. A professora Amanda Luiz Maciel, do curso de Enfermagem, Farmácia e Nutrição e pesquisadora do Laboratório de Neurociências da Unesc (Neurolab), trabalhou estas situações no CAPS e projetos em que atuava.
Durante a Semana de Ciência e Tecnologia (SCT), ela apresentou aos estudantes dos cursos de Saúde a sala-temática: “A saúde mental na infância e Adolescência”, momento em que abordou os vários aspectos que influenciam o desenvolvimento psíquico e comportamental das novas gerações.
“É importante aos futuros profissionais da saúde abordarem o tema. O acolhimento a essas crianças e adolescentes tem que ser pauta dentro da saúde pública, e nos ambientes escolares”, salientou.
Atenção
Segundo a professora, algumas situações precisam de mais atenção e cuidados. “O bullying; as experimentações; a sexualidade; as drogas. É um mundo de novidades, ainda mais em uma fase de muito impulso.
Temos que estar preparados para tratar essas crianças e principalmente como alertar os pais nessas situações”, alertou.
Cuidados
A professora também salientou sobre as possíveis estratégias para com a saúde familiar e escolar. “Professores, familiares e até mesmo as crianças e adolescentes precisam estar alertas para os transtornos nesta faixa etária. Precisamos estar atentos sobre as influências das mídias sociais e dos jogos eletrônicos. Essa problemática tem atrapalhado até na aprendizagem, já temos estudos mostrando inclusive esse atraso na fala e no cognitivo das crianças, devido ao longo tempo exposto as telas”, comentou.
Doenças
Enfermidades de adultos estão sendo diagnosticadas na infância e na adolescência. “Atualmente tem crescido muito o número de casos de depressão em adolescentes. Notificação por automutilação, é um problema que nos assusta e isso pode levar inclusive ao suicídio, nos casos mais graves”, cita.
“O transtorno de ansiedade, oriundo da pós-pandemia, as compulsões e o consumo de drogas são um problema de saúde pública. Tudo isso, merece um olhar especial para as nossas crianças e adolescentes. Anos atrás, já falamos que em 2020 teríamos um marco para as doenças como depressão e ansiedade, se equiparando às cardiovasculares. E a pandemia exacerbou tudo isso”, acrescentou.
Rotação por estações
Após a palestra, a professora ainda desenvolveu uma atividade chamada: ‘Rotação por Estações’. Os acadêmicos foram divididos em grupos e temáticas e realizaram uma interação entre si. “No exercício as equipes vão rodando nas estações descrevendo, por exemplo, como tratar o bullying, a ansiedade e o transtorno opositor desafiador, entre outros fatores. No final eles apresentaram algumas propostas de trabalho que pudessem ser desenvolvidas para ajudar as crianças e os adolescentes, dentro desse transtorno ou manifestação da idade”, concluiu a professora.