A Unesc reativou o Programa de Atendimento aos Portadores de Parkinson (ProPark), após dois anos de inatividade devido à pandemia da Covid-19.
O reencontro aconteceu na tarde de quarta-feira (28/06), com a presença de 20 pessoas que, a partir de agora, estarão na Universidade nas segundas e quartas-feiras para receberem, gratuitamente, atendimentos com a equipe da professora e coordenadora do programa e do curso de Fisioterapia, Ariete Inês Minetto.
Durante o encontro também foi criada uma associação com o objetivo de unir forças em busca de melhores condições para o tratamento da doença junto ao poder público. A estrutura onde serão realizadas as atividades também foi apresentada aos participantes.
Segundo Pedro Carlos Mendes, remanescente do Programa, a retomada das atividades proporcionará muitos benefícios aos participantes. “Estamos formatando algumas ideias para o nascimento da nossa associação com a intenção de oferecer aos portadores de Parkinson todas as terapias possíveis para uma melhor qualidade de vida”, explicou.
Pedro, que há seis anos descobriu a enfermidade, ressaltou a importância do apoio da Unesc. “A Universidade nos auxilia muito. Será muito benéfico para todos, colocando toda a estrutura clínica para os participantes”, citou.
Diagnosticada com Parkinson aos 37 anos, Tatiana Fernandes da Dagostim Felisbino, retornou ao campus para fazer parte do ProPark. “Já participei do projeto 2018. Foi o primeiro ano em que as mulheres puderam ser integradas aos atendimentos e com o crescente número de portadores sentimos a necessidade de reativar o Programa”, contou.
“Agora, damos graças a Deus de estarmos aqui na Unesc, com o início dos atendimentos dos profissionais nos orientando e nos ajudando a melhorar a nossa condição de vida”, comentou.
A coordenadora da iniciativa, professora Ariete Inês Minetto reforçou que para participar os interessados precisam comparecer ao setor de Fisioterapia, nas Clínicas Integradas da Unesc para fazer a inscrição.
“O atendimento é gratuito e não precisa de nenhum encaminhamento médico. Qualquer pessoa que for portadora de Parkinson será acolhida pela nossa equipe”, disse.
“Os atendimentos serão realizados em grupo, por profissionais das diversas áreas. Estão agendados encontros quinzenais, com médicos que farão orientação do uso da medicação, psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas e especialistas de todas as áreas estarão contribuindo com o programa”, pontuou.
O ProPark
O Programa de Atendimento aos Portadores de Parkinson (ProPark) foi criado em 2016 depois de um projeto de mestrado e como plano de trabalho do Programa de Iniciação Científica (PIC 170).
A proposta consiste na realização de dois encontros semanais, com duração de 45 minutos de prática, conforme a recomendação da Diretriz Europeia de Fisioterapia para a doença de Parkinson, além de alguns minutos para aferição dos sinais vitais e tempo extra para organização da sala utilizada para os atendimentos.
O grupo tem o acompanhamento de um método avaliativo e analítico, com a realização da coleta de sangue, testes físicos de força muscular, flexibilidade, resistência muscular e cardiorrespiratória, motricidade e coordenação motora.
O método desenvolvido para o estudo consiste em dois protocolos de treinamento funcional, um aeróbico e um anaeróbico. O acompanhamento é realizado pela professora Ariete Inês Minetto, responsável pelo projeto, e por acadêmicos de Fisioterapia, Medicina, Farmácia e Psicologia.
O grupo ProPark proporciona melhor compreensão perante a patologia, tanto para os acometidos, quanto para os familiares e cuidadores, dando amparo e apoio, sendo um grupo de Extensão, poderá auxiliar a comunidade e a equipe multidisciplinar a buscar uma melhor qualidade de vida e capacidade funcional dos acometidos. O conhecimento produzido beneficia não só quem está diretamente envolvido com a patologia, mas também aqueles que participam do grupo como forma de complementar a formação acadêmica ou até mesmo como experiência de vida.
Durante sua trajetória, o Programa busca ampliar o número de pessoas atendidas a partir da divulgação da doença e assim mostrar-se disponível à comunidade em geral. Não somente o participante do grupo é favorecido, mas toda a população. Além disto ser núcleo da Associação de Parkinson Criciúma trará inúmeros benefícios dentro de informativos e aprendizagem.
Parkinson
A Doença de Parkinson (DP) é neurológica e afeta os movimentos das pessoas. Ocorre por causa da degeneração das células situadas em uma região do cérebro chamada substância negra. Essas células produzem a substância dopamina, que conduz as correntes nervosas (neurotransmissores) ao corpo. Sua falta ou diminuição afeta os movimentos provocando os sintomas da doença.
A evolução da doença é variável entre os pacientes. No geral ela possui um curso vagaroso, regular e sem rápidas mudanças. O público mais afetado com a doença são pessoas acima de 60 anos, mas o número de pessoas mais jovens diagnosticadas vem aumentando nos últimos anos.
Conforme a Doença de Parkinson avança, ela se torna cada vez mais incapacitante e, com o decorrer do tempo faz com que tarefas diárias se tornam quase impossíveis. Os sintomas mais comuns da doença são: Tremor, Rigidez, Bradicinesia ou acinesia (lentidão de movimentos ou ausência de movimento), Instabilidade postural (deficiência de equilíbrio e coordenação) e dificuldade na marcha. A DP não tem cura, mas o tratamento é fundamental para a qualidade de vida.
O tratamento é multiprofissional e, neste contexto, a fisioterapia deve ser iniciada logo após o diagnóstico da doença, visando desacelerar a progressão da mesma e impedir complicações e deformidades secundárias. A fisioterapia tem como objetivo minimizar os problemas motores, ajudando o paciente a manter a independência para realizar as atividades de vida diária e melhorar a qualidade de vida.