
Isabela Tomé/Marciano Bortolin
O Museu da Infância da Unesc inaugurou, nesta semana, uma nova exposição. Intitulada “Vamos Lá Fora Brincar”, a mostra convida ao diálogo e à reflexão sobre a importância dos espaços brincantes na vida da criança e estará disponível para visitação até 12 de outubro, Dia das Crianças.
Com curadoria de Amalhene Baesso Redigg, a Lenita, coordenadora do Setor Arte e Cultura e do Museu da Infância, a exposição conta com brinquedos como “perna de pau”, “pé de lata”, “jogo da velha”, entre outros.
De acordo com ela, realizar o estudo curatorial para a exposição trouxe um misto de emoções. “Revisitar minhas próprias memórias de uma infância vivida no meio rural, em total sintonia com a natureza e o brincar livre, sem brinquedos comprados, foi emocionante”, afirma.
Momentos eternizados
A pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação, Inovação e Extensão, Gisele Coelho Lopes, relata que, há 18 anos, o Museu da Infância da Unesc é um grande instrumento de cultura que apresenta para à comunidade as memórias que se perderam ao longo do caminho.
“O momento da brincadeira fica eternizado, pois o tempo para quando brincamos, por isso precisamos vivenciar o lúdico, a troca. Hoje, com a evolução das tecnologias, nós já nascemos adultos, somos convidados a pensar como adultos e envolvidos em muitas informações. Então, é importante olhar para o futuro, mas refletindo o passado”, salienta.
“O Museu da Infância tem a função de chamar o passado para o presente e repensar o futuro em uma perspectiva que coloque as crianças para reviver as memórias daquilo que foi vivenciado por muitas pessoas. O museu é, sobretudo, um espaço onde se dá ênfase aos instrumentos de brincar que não encontramos mais no cotidiano das pessoas”, acrescenta.
A escolha das peças
A docente explica ainda o processo por trás da escolha das peças. “Foi um exercício com diferentes e atuais leituras acerca da cultura da infância e das diversificadas formas de brincar e aprender em diálogo com a natureza”, fala Lenita.
Flor símbolo do Museu da Infância
Com o objetivo de incentivar o maior contato com a natureza, o Museu da Infância instituiu a flor do algodoeiro como “flor símbolo” do museu.
As sementes, coletadas na residência de infância curadora Amalhene, são sempre enviadas ao Horto Florestal Unesc para preparação das mudas. Nesse dia, dezenas de mudas foram distribuídas ao público e escolas como forma de incentivar o plantio, cuidado e observação da natureza. De agora em diante, as escolas que visitarem o museu poderão levar mudas de algodoeiro para plantar e cuidar com os estudantes.
A exposição faz parte do projeto “Museu da Infância: Conservação, Adaptação e Exposição do Acervo”, projeto cultural selecionado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura – Edição 2022, e executado com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Cultura (FCC).
Também presente na abertura, o ex-diretor de Extensão e Ações Comunitárias e ex-reitor da Unesc, Gildo Volpato, cita que esse tipo de atividade deve ser valorizada, respeitada e incentivada no espaço da Universidade.
“A Instituição é um espaço de produção de conhecimento, de ensino e formação profissional, mas é um espaço de cultura, de arte, de entretenimento e de lazer. Fico feliz em participar deste momento, pois tenho uma trajetória bastante intensa sobre brincar e pesquiso sobre jogos e brincadeiras”, diz.
O professor Gildo, a convite da curadora, declamou a poesia “O Tempo” de Mário Quintana e em seguida propôs na Praça do Museu da Infância uma brincadeira de roda envolvendo a grande maioria do público presente.
O agendamento de visita em grupo pode ser feito pelo telefone e WhatsApp (48) 3431-4517.
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