O Programa de Auto Monitoramento Glicêmico Capilar (PAMGC), desenvolvido na Clínica Escola de Enfermagem da Universidade, promoveu na tarde dessa quinta-feira (11/05) um encontro com os pacientes. A atividade é uma forma de compartilhar informações básicas sobre a doença e suas possíveis terapias.
“Apesar de ser uma doença comum, muitas pessoas carecem de informações básicas sobre o diabetes mellitus e suas possíveis terapias. Neste sentido, os profissionais de saúde compartilham seus conhecimentos sobre as diferentes opções de tratamento e todo o processo necessário para que o paciente possa atingir o bom controle da doença”, comentou a educadora em diabetes, professora Liliana Dimer.
Segundo ela, a educação em diabetes é essencial para o desenvolvimento de habilidades específicas e a incorporação de ferramentas necessárias para atingir as metas estabelecidas em cada etapa do tratamento do diabetes.
“Infelizmente, nem todas as pessoas com diabetes são bem orientadas em relação à doença e suas consequências, o que pode agravar o controle e favorecer o surgimento de complicações”, comentou.
“É por meio de diálogo que buscamos trabalhar coletiva e individualmente a Educação em Diabetes. A prática educativa, pautada no diálogo e na troca de saberes, valoriza o conhecimento popular, estimula e respeita a autonomia do sujeito no cuidado de sua própria saúde e incentiva a participação ativa no controle social, com vistas a contribuir para a melhoria das condições de vida e de saúde”, sublinha Liliana.
Equipe multiprofissional
As atividades de educação em diabetes são desenvolvidas por uma equipe multiprofissional que conta com enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e farmacêuticos, além de profissionais das residências multiprofissionais. Por meio de suas atividades, o PAMGC busca promover a qualidade de vida dos pacientes, aliviar a sobrecarga no sistema de saúde e evitar hospitalizações resultantes do diabetes mal controlado.
“Nos dias atuais, a educação em diabetes é considerada parte integrante do tratamento e, portanto, deve ser inserida em todos os níveis de assistência à pessoa com diabetes”, complementou Liliana.
Os encontros acontecem na Clínica Escola de Enfermagem a cada 15 dias, às 14h, de forma coletiva, com uma equipe multidisciplinar, juntamente com os residentes.
Cuidados
Além de alimentação, as residentes abordam autocuidado e aceitação da doença e cuidados com o armazenamento de insulina, medicamento essencial para o tratamento da doença e que é fornecida para pessoas com diabetes.
“Esses encontros são muito importantes, pois eles acabaram de descobrir a doença e ficam com muitas dúvidas, principalmente na alimentação”, comentou a farmacêutica Caroline Freitas, que esteve no último encontro.
Além dela, também participaram a nutricionista Maria Eduarda Cardoso e a psicóloga Cíntia Tournier. O espaço atende, mensalmente, em torno de duas mil pessoas com diabetes mellitus, em uma parceria com a Prefeitura de Criciúma e Governo do Estado.
Doença
O Diabetes Mellitus (DM) é um grave problema de saúde pública em todo o mundo, cujas previsões têm sido superadas a cada nova triagem. O Brasil ocupa o 5º lugar em incidência de diabetes, com 16,8 milhões de adultos com esta condição. A crescente prevalência de diabetes em todo o mundo é impulsionada por uma complexa interação de fatores socioeconômicos, demográficos, ambientais e genéticos. O aumento contínuo se deve, em grande parte, aos níveis crescentes de obesidade, dietas não saudáveis e falta de atividade física.