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Professora da Unesc explica os perigos, a origem e o comportamento das águas-vivas

Professora do curso de Ciências Biológica da Unesc, Mainara Figueiredo Cascaes explica como se proteger neste período de calor (Foto: Adobe Stock)

Os dias de sol são propícios para a diversão na praia e momentos de refresco no mar, especialmente neste período de férias escolares com famílias inteiras aproveitando a beira mar. Com o aquecimento da água no litoral, os dias de verão são chamarizes também para a chegada de animais marinhos que se reproduzem nesta época. É o caso das águas-vivas, que em certos dias invadem as praias brasileiras.

Para explicar o que são essas espécies, como identificar esses cnidários no mar e o que fazer caso alguém sofra queimaduras devido ao contato com as águas vivas, a professora e bióloga da Unesc, Mainara Figueiredo Cascaes, responde os questionamentos pertinentes em uma entrevista sobre o assunto:

 

Agecom Unesc: O que são águas-vivas?

Mainara: As águas-vivas fazem parte de um grupo animal que recebe cientificamente o nome de cnidários. Eles têm por características serem organismos urticantes, ou seja, todos os cnidários, incluindo águas vivas, caravela corais, possuem uma célula especializada, que no seu interior armazena uma substância e em contato com a pele de outros animais vai causar uma sensação de queimor, mas na verdade é uma toxina. É uma substância tóxica que esses organismos possuem para utilizar na captura de presas e também estratégias de defesas. Apesar de costumeiramente chamarmos de “queimadura”, o banhista que tem contato com uma água-vida, na verdade passa por um envenenamento. A toxina em contato com a pele vai causar uma sensação de queimor.

 

Agecom Unesc: Qual a origem destes animais?

Mainara: Esses animais vivem no ambiente marinho, sendo que existem cnidários ao longo de toda a costa brasileira. No período do verão, quando acontece o aquecimento das águas mais próximas à praia, há uma tendência desses animais responderem positivamente a essa mudança, devido a temperatura mais elevada atrair cardumes de peixes. Outra coisa que pode gerar com o aquecimento da água, que na Ciências se chama de blooms populacionais, é o aumento da taxa reprodutiva desses animais. A proliferação desse animal marinho, coincide de tempos em tempos com o aumento da temperatura da água do mar.

 

Agecom Unesc: Quais as espécies que são encontradas em nosso litoral?

Mainara: Com relação às espécies, temos várias espécies na nossa região. São organismos diversificados e conseguimos reconhecer pela própria fisionomia delas na água, algumas são mais transparentes, outras têm cores mais vibrantes, como azuladas ou rosadas. São todas espécies diferentes e é importante que tanto dentro, quanto fora da água, não se toque na parte de baixo desses organismos, parte na qual estão os tentáculos, de onde sai a substância tóxica.

 

Agecom Unesc: Como agem as toxinas? O que fazer ao se deparar com o contato? 

Mainara: Apesar de todas as espécies possuírem essa toxina, algumas vão ter ação mais intensa, outras mais leves. O envenenamento varia muito, realmente de animal para animal. Por isso que existem acidentes que causam mais dor e em outros momentos o sofrimento é menor. É importante durante o processo, ao ter contato com esses animais, que se tome algumas providências como:

 

1) Fazer raspagem dos tentáculos que podem ter ficado na pele. Quanto mais esses tentáculos encostarem na pele, maior a taxa de envenenamento.

2) Não lave a região afetada com água doce, o ideal é utilizar a limpeza com a água do mar mesmo.

3) Não fazer a aplicação de nenhuma substância como: pasta de dente, sal ou açúcar e evitar aplicar protetor solar em cima e muito menos urina.

4) A única substância que pode ser utilizada no local afetado é o vinagre. Após a aplicação do líquido, não se exponha ao sol. 

Uma boa alternativa também é ir aos postos dos guardas salva-vidas, onde estão preparados para realizarem os procedimentos acima citados.

 

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