Há 16 anos o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) da Unesc é sinônimo de defesa e compartilhamento em prol da causa afro-brasileira e indígena. A chegada de mais um aniversário do grupo desta vez foi celebrada com a oficialização de mais uma importante parceria e com a comemoração da recente conquista com ativa participação do Núcleo: a Bolsa de Equidade Racial da Universidade.
Na tarde de quinta-feira (22/09) um encontro entre integrantes do Núcleo, lideranças da Universidade, professores, acadêmicos e visitantes serviu como palco para as celebrações. Na oportunidade, o Neabi oficializou o convênio firmado com Museu Afro-Brasil-Sul (MABSul), colocando a Unesc como uma das colaboradoras do museu virtual criado na Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Coordenado pela professora Normelia Ondina Lalau de Farias, o Neabi celebrou o momento de grandes ações, autonomia e reconhecimento por parte da gestão universitária e da comunidade acadêmica. “Ao longo desse tempo, com a confiança que recebemos, com os resultados obtidos e necessidades apresentadas, fomos tendo mais autonomia e, diria até, ficando mais ousados na busca por nossos objetivos. São muitas coisas a comemorar e ainda mais com essas recentes conquistas que nos emocionam. Temos muito pela frente, mas o momento de celebrar o lugar em que estamos também é importante”, pontuou.
Para a reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta, o espaço ocupado pelo Neabi é de extremo significado não só para a Universidade, mas para toda a comunidade. “Já caminhamos muito, mas temos grandes desafios a serem superados. A sensibilização sobre a causa afro-brasileira e indígena precisa ser ativa aqui dentro para podermos ter o reflexo disso na sociedade. Aqui somos responsáveis pela produção de conhecimento e inclusão e é um grande compromisso. Nos sentimos convocados a fazer a diferença e estamos comprometidos com isso”, salientou no encontro de comemoração.
Convênio que abre novos horizontes
A partir da parceria com o MABSul, a Unesc passa a fazer parte da rede que colabora com o acervo, que tem a missão identificar, preservar, divulgar amplamente e tornar acessível em meio digital: o patrimônio cultural material e imaterial pertencentes à região sul do Brasil, presentes nas expressões e manifestações culturais afro-brasileiras especificamente, dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
A coordenadora do MABSul, professora Rosemar Lemos, participou da celebração do Neabi e convidou toda a comunidade a colaborar com imagens históricas de família que possam acrescentar memórias ao acervo. “As pessoas negras não costumavam visitar os museus por que não se enxergavam lá ou apenas enxergavam as formas como castigavam seus antepassados. Isso pode ser mudado com o resgate de imagens de festas, clubes sociais negros, as tradições de culinária e tudo o que aconteceu paralelamente à história que não nos foi contada na escola”, pontuou, acrescentando que “ao conhecer o valor nessa história possa diminuir o racismo, o que ainda faz com que muitas pessoas morram simplesmente por existir”.
