“O que é uma participação, onde está a palavra? A palavra é o mínimo múltiplo comum? A leitura é a mínima participação? ” Este são os questionamentos que o artista Maurício Bittencourt provoca aos que visitam a exposição na Sala Edi Balod, Espaço de Exposições e Laboratório de Artes Visuais e Curso de Artes Visuais – Bacharelado e Licenciatura, situado no bloco Administrativo da Unesc. A exposição dica aberta à visitação até quinta-feira (11/5).
Buscando tensionar as relações entre a palavra, os múltiplos e o encontro, o comum, o cotidiano, a mostra aberta na última semana propõe um olhar para o fracasso. “O fracasso como palavra-chave de uma operação linguístico-matemática. Os enunciados e as anunciações, os trabalhos que existem como títulos e como ausências”, explica Maurício. O projeto faz parte da pesquisa de mestrado e é desenvolvido com apoio da Capes/CNPQ vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV) da Universidade Federal de Pelotas/RS (UFPEL).
Segundo o artista, a ideia é mostrar de que forma ele consegue pensar a participação através do uso da palavra. “Como um artista que veio do lugar da participação, percebi que meu trabalho tinha a palavra muito presente, tanto nos textos, quanto nos títulos na maneira de criar os trabalhos. Então eu tentei pensar como essa palavra se dá como um gesto de colaboração, porque a leitura é um gesto de participação”, comenta.
Para o egresso, é necessário pensar sobre o fracasso, fazendo alusão aos significados das palavras mínimo, múltiplo e comum. “O mínimo é a palavra, essa colaboração mínima, essa leitura. O múltiplo são esses elementos que a gente leva para casa, que tem tudo a ver com a participação nas feiras gráficas e o comum é esse encontro que a arte busca através da palavra, através da participação, esse encontro através de tudo que é banal, dos encontros em festas, dos amores não correspondidos, das intervenções que retiram algo do espaço em vez de adicionar, do exercício de tentar criar, criar, e nunca criar. Pensar o fracasso como uma palavra potente. A palavra fracasso em suas múltiplas formas”, explicou
Quem é Maurício Bittencourt
O egresso nasceu em Torres/RS, em 1988, onde vive atualmente. É artista e pesquisador. Mestrando na linha de Processos de Criação e Poéticas do cotidiano na UFPel.
Especialista em Poéticas Visuais e em Educação Estética: Arte e as perspectivas contemporâneas e Bacharel em Artes Visuais pela Unesc.
Participa do Grupo de pesquisa Lugares-Livro da UFPel e do Grupo de Pesquisa em Arte (GPA) da UNESC. Seu foco é a produção de trabalhos que atravessam os usos da palavra, os enunciados e instruções, a colaboração, a coleta e de que forma a palavra se torna o contexto da própria produção.