Para toda dor há uma solução e ela pode vir de qualquer lugar. De alguém que conviveu com um problema e buscou superá-lo, ou de uma pessoa que percebeu algo em determinado processo e verificou ali a possibilidade de melhora.
O certo, é que os insights podem surgir a qualquer momento, em qualquer ambiente e na cabeça de qualquer pessoa.
Mas depois da ideia formatada no cérebro, é preciso colocá-la em prática e, para isso, são necessários incentivos, mentorias, um local apropriado, entre outras coisas.
Fatores encontrados na Unesc que, por meio de seu Programa de Incubação Tecnológica de Ideias e Negócios (Itec.in), vem contribuindo com diversas startups e, consequentemente, com o ecossistema de inovação do Sul de Santa Catarina.
Atualmente são 22 ideias incubadas no Talent Lab, o coworking da Unesc, instalado no Parque Científico e Tecnológico (Iparque). Startups que vão ganhando corpo, notoriedade e mercado, como a plataforma psiU, um dos grandes destaques da Universidade.
Idealizada para utilizar inteligência artificial e gamificação na identificação de métricas que envolvem saúde física, mental, social e ambiental para mensurar a qualidade de vida dos trabalhadores de organizações, a psiU recentemente foi a vencedora do Gramado Summit, conferência de tecnologia e empreendedorismo que teve mais de 200 expositores, 150 palestrantes e 15 mil visitantes diários. Soma ainda à breve e vencedora trajetória, o título da Feira de Inovação da Semana de Ciência e Tecnologia (SCT) da Unesc.
O grupo de estudantes venceu ainda o Reuni Challenge SC, maior competição de empreendedorismo universitário, na qual conquistou o terceiro lugar e consolidou a Universidade como instituição de ensino superior não estatal mais empreendedora do estado e a segunda melhor no quesito. “Uma ideia construída dentro da Universidade a partir de estudantes e que hoje está novamente levando o nome da instituição, a força do nosso empreendedorismo para outros estados. Esse é o resultado de um trabalho em conjunto”, disse Cassiano que faz parte da equipe”, explica o egresso Cassiano Carlos Farias, um dos integrantes da equipe.
Fundador da psiU, Cassiano Carlos Farias fala do funcionamento da startup:
Os destaques cada vez mais constantes, conforme a reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta, são motivos de muito orgulho e convicção de que as defesas da Instituição em prol das oportunidades de empreendedorismo e inovação dentro e fora da comunidade acadêmica são transformadoras e promissoras. “Temos trabalhado intensamente em projetos destas áreas porque entendemos que este é um caminho fundamental para a transformação social e para o desenvolvimento. Estamos não só oportunizando o aprendizado dos acadêmicos, mas colaborando com a sociedade sobremaneira com o desenvolvimento de ideias capazes de solucionar dores de forma criativa e sustentável. A magnitude de projetos como esses é imensurável e terá sempre nosso olhar especial”, salienta, convicta.
Ajudando a transformar ideias em bons negócios
O ITEC.in, em atividade desde 2012, tem como objetivo incentivar e apoiar a criação de empreendimentos inovadores, incentivar a produção de conhecimento, consolidar empresas nascentes e contribuir para a geração de emprego e renda da região, por meio de infraestrutura adequada e orientações mercadológicas.
Os incubados desfrutam ainda do compartilhamento das salas de treinamento, biblioteca, cantina e outros recursos relacionados à infraestrutura e tem como público-alvo estudantes, pesquisadores, empreendedores, empresas em constituição e que desejam desenvolver novos projetos, além de produtos e serviços baseados em tecnologia inovadora.
A boa notícia para quem não é acadêmico é que a incubadora da Unesc recebe todas as pessoas que têm uma boa ideia. Para isso, a instituição possui um Comitê Permanente de Inovação. “Quem tiver interesse pode entrar em contato e agendar uma apresentação no Talent Lab. Quem quer ser empreendedor, quer ter uma startup, e tem ideias engavetadas, fique de olho no formato de apresentação utilizado. Ajudamos a transformar ideias em bons negócios”, relata o Assessor de Inovação da Unesc, Christian Engelmann.
Ele ressalta também que o Programa de Incubação de Ideias e Negócios da Universidade é um ambiente de partilha, de formação, de mentoria e de indicação de caminhos para que as ideias que ainda estão no início possam se desenvolver e tornarem-se negócios reais. “O ciclo de incubação ocorre a cada ano, encerrando com o Demoday, um encontro no qual os incubados apresentam o trabalho desenvolvido no período”, fala.
Engelmann salienta que existem duas formas de ingressar no Programa de Incubação da Unesc: através de editais públicos ou da própria instituição. “O comitê avalia as ideias apresentadas que podem ser aqui da nossa região ou até mesmo de outros lugares. Se a pessoa quiser fazer parte do nosso programa de incubação, basta nos procurar”, explica.
Assessor de Inovação da Unesc, Christian Engelmann , comenta sobre o Ecossistema de Inovação:
Coworking é um espaço onde várias empresas compartilham o mesmo ambiente de trabalho e ideias, dividindo entre si as despesas gerais e os locais de área comum. Este tipo de ambiente se tornou comum ao redor do mundo e a Unesc decidiu ter o seu, visando contribuir com novos negócios e, por consequência, com a economia regional. “O Talent Lab é um espaço de convivência, um coworking, onde ninguém tem uma sala específica. Trata-se de um espaço amplo, moderno, colorido, com salas de reuniões, local para receber os clientes, para se concentrar, não precisando assim alugar uma sala comercial. Os empreendedores têm onde ficar por um valor muito pequeno e receber mentorias e capacitação para desenvolver o trabalho deles. Aqui eles se instalam para se desenvolver até chegar o momento em que irão para o mercado”, afirma o Gerente de Inovação da Unesc, Oscar Montedo.
Um passo de cada vez
O Programa de Incubação da instituição consiste em quatro etapas, chamadas de quarters, sendo que a primeira é como se fosse um “banho de loja” na Startup. “Ao longo de um mês nós operamos um programa chamado Galápagos com os novos empreendedores, despertando a mentalidade de empreendedor desde o início. Quais são os desafios que eles vão enfrentar nos próximos meses. A segunda etapa é o chamado ‘Product Market Fit’, ou seja, avaliar se o produto está ajustado com as demandas do mercado. Para isso, levamos uma série de dinâmicas em uma semana. Na semana seguinte eles recebem aula com um especialista, seguindo daí para a mentoria. Após lapidar a ideia, é verificado se ela se insere no mercado de forma eficiente”, descreve Engelmann.
Depois destas fases, as startups chegam ao “Go to Market”, em Língua Portuguesa: “Ida Para o Mercado”, com uma série de ferramentas de marketing trabalhadas com mecanismos de venda interna quanto externa. “Assim fechamos um ciclo completo da incubadora que é de um ano, podendo renovar por mais 12 meses, e no fim, nós sempre temos evento que celebra o término deste circuito”, acrescenta.
Fim de ciclo, continuidade da caminhada
Cinco minutos. Ideias inovadoras. Muito talento. Este é o Demoday, aquele evento que encerra o ciclo das startups incubadas no Talent Lab citado por Engelmann.
Em abril de 2022 e diante de um Auditório Ruy Hülse praticamente lotado e de uma banca de avaliadores exigente, representantes de 12 Startups do Programa de Incubação da Unesc tiveram que defender as suas ideias.
Ao final, três delas foram escolhidas as melhores da noite. Em primeiro lugar, ficou a psiU, em segundo a Controll.edu e na terceira posição a Peptnano, todas ideias de egressos e acadêmicos da Unesc.
As apresentações realizadas pelos incubados são chamadas de pitch, uma exposição direta e curta, com o objetivo de vender a ideia da startup para avaliadores e investidores. Essa ideia dar certo. São cinco minutos de exposição e outros cinco para responder questionamentos como: qual o problema que eles vão resolver; qual a solução criada para resolver esse problema; como eles pretendem ganhar dinheiro com essa ideia; e quem faz parte do time capaz de fazer.
Agregando conhecimento
Pessoas que têm vontade de estudar, mas com dificuldades de pagar um curso superior, podem buscar bolsas de estudo, porém, cerca de um terço destes alunos sequer conseguem completar todo o processo necessário para conquistar uma bolsa. Isso se dá, em grande parte, devido às questões burocráticas, entre outras dificuldades dentro do processo.
Foi ao verificar esta dor que Thiago Watanabe Furlan, fundou a Controll.edu, uma startup que visa facilitar a jornada do aluno em busca destes valores que irão contribuir com a sua formação.
Ele conta que a estatística aponta que 95% dos alunos não conseguem terminar a aplicação para a bolsa de estudos na primeira vez e, muitas vezes, mais de 30% deles acabam perdendo o período de inscrição, não tendo acesso à bolsa. O aluno tem as informações em mãos e nós os ajudamos a organizar melhor, porque, muitas vezes, é falta de organização do próprio aluno, sim, mas também falta de entendimento de qual documento precisa, para qual área, como buscar este documento. Através da Controll.edu, levamos muito mais alunos para a universidade e que os alunos que realmente precisam da bolsa consigam”, conta.
A startup do acadêmico do curso de Engenharia de Produção da Unesc é mais uma incubada no Talent Lab que mantém contato constante com outros empreendedores e mentores, agregando conhecimento e encontrando soluções. “Fico muito feliz porque a gente também, além de ter o Talent Lab, recebe um valor para investir na nossa própria solução e no desenvolvimento da startup. Este contato constante com a incubadora e a quantidade de conhecimento que a gente tem, muda o nosso modo de pensar, através de todas as metodologias que são produzidas ao longo do processo”, destaca.
A Controll.edu foi a segunda colocada no Demoday deste ano. “Eventos como o promovido pela Universidade são importantes para o ecossistema de startups. Isso nos ajuda a ganhar visibilidade estadual, principalmente, com uma banca formada por pessoas de fora como Florianópolis e São Paulo. Traz muitas vezes novos investimentos para a região, para a tecnologia. É satisfatório poder apresentar a startup para uma banca qualificada e receber feedbacks. É de grande valia e nos ajuda muito”, comenta.
Ainda para ele, o Demoday ajuda no desenvolvimento pessoal e profissional. “É importante que os alunos se engajem. Eu sou o exemplo que dá para fazer, comecei dois anos atrás me inserindo no movimento de empresas júnior e agora estou há um ano com a empresa incubada e consegui o segundo lugar. Esta é a base para quem quer trabalhar com tecnologia, o melhor lugar para começar pelo movimento empresa júnior”, acrescenta Furlan que atualmente ocupa a presidência do Movimento de Empresas Júnior.
Como é estar encubado na Unesc, segundo Thiago Watanabe Furlan:
Energia, força e oportunidades
As três palavras são utilizadas pela Pró-reitora de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, Gisele Coelho Lopes, para descrever um pouco do que foi o Demoday de 2022 e as ideias incubadas no Talent Lab da Unesc. “Juventude é energia, força e oportunidade. O Demoday é um grande programa institucional que tende a valorizar oportunidades. Grandes ideias precisam ser encaradas como grandes oportunidades. E por falar nisso, elas precisam ser encaradas a partir daquelas pessoas que desenvolvem sensibilidade, aquelas que têm condições de observar o ambiente e enxergar aquilo que o outro não enxerga”, enfatiza.
Ainda segundo Gisele, a Unesc trabalha em prol do desenvolvimento de projetos de grande relevância. “Somos uma Universidade Comunitária e uma das 14 instituições do sistema Acafe que está distribuindo em todo o estado de Santa Catarina um grande conglomerado de instituições que trabalham em prol do desenvolvimento regional, fazendo parcerias com outras instituições de ensino do seu entorno. Estou muito feliz porque a Unesc dá oportunidades para preparar novos projetos que venham fazer com que essa região seja cada vez mais forte. É uma oportunidade de conhecer como funciona esse processo de construção,que chamamos de emancipação, voltado ao protagonismo estudantil, mas também ao protagonismo pessoal e profissional”, afirma.
Nada de competição. Tudo de cooperação
Imagine você chegando em uma construção. O que vê? É provável que as primeiras coisas que surgiram em sua cabeça foram paredes cinzas, aguardando a pintura, tijolos, cimento, areia, pedras.
Mas uma coisa constantemente presente em obras são papéis. Isso mesmo, papel. Celulose. O engenheiro chega ao local, desdobra uma grande folha onde está desenhada a planta da edificação em questão. E ali, naquela mesa, ela fica, para os mestres de obras se basearem.
Isso se dá porque, conforme o egresso da Unesc, Jonas Vargas da Silva, a Engenharia Civil é um dos setores mais atrasados quando o assunto é tecnologia, sendo ainda o que menos investe.
Foi identificando esta dor que Silva se aliou a um sócio para, juntos, criarem a InMeta, uma startup que busca processos e digitalizar, retirando, consequentemente, cerca de 80% dos papéis utilizados em obras atualmente. “Atendemos várias demandas com uma solução 360º. Participamos desde o início da construção, desde o projeto arquitetônico, passando pelo estrutural, chegando aos projetos de estudos complementares. Ao invés de imprimir um projeto, eu consigo digitalizar aquela informação e torná-la acessível em qualquer dispositivo, como no celular”, afirma.
A InMeta faz tudo isso por meio de um aplicativo com inspeções realizadas em campo, permitindo que os profissionais da Engenharia Civil tenham na palma das mãos aquilo que antes precisava ser impresso.
A startup, que hoje conta com uma equipe formada por 12 pessoas, é mais uma incubada no Talent Lab, da Unesc. “Primeiro porque a gente é daqui, então já temos este vínculo, até mesmo afetivo com a Universidade. E também por conta de toda esta estrutura que é disponibilizada, favorecendo o processo de incubação, porque, por mais que a gente tenha conhecimento da parte técnica, às vezes falta o conhecimento”, explana.
A troca de ideias entre os incubados, que não disputam entre si, mas sim trabalham com a cooperação, é benéfico para todos, aponta o gerente de Inovação da Unesc, Oscar Montedo. “Eles trocam ideias de suas dores e soluções, e isso faz com que cresçam juntos, porque eles não competem entre si. A Unesc oferece este espaço para permitir isso e, ao mesmo tempo, oferecemos um programa de qualificação com profissionais de alto nível, não só internos. Temos uma empresa que é nossa parceira para fornecer esta capacitação”, menciona.
Jonas Vargas da Silva descreve o trabalho da startup InMeta:
A InMeta é um dos exemplos de incubados que geram ampliaram o número de colaboradores, e esta não é uma particularidade somente dela. “Temos startups que começaram com um ou dois funcionários e já contratam até cinco. Elas conseguiram aumentar a sua capacidade de entrega, gerando oportunidades de emprego para o desenvolvimento de talentos e aumento da receita, crescendo de forma consistente ao longo deste período”, revela o Agente de Inovação da Unesc, Paulo Priante.
Possibilidades abraçadas e perspectivas superadas
A falta de insumos no universo da biotecnologia no período mais agudo da pandemia de Covid-19, resultando também na falta de produtos essenciais em indústrias farmacêuticas e veterinárias, por exemplo, chamou a atenção de pesquisadores da Unesc e, surpreendentemente, se tornou uma oportunidade de ouro.
Com mais de uma década de experiência na área, os pesquisadores Paulo Emílio Feuser, Paulo Silveira e Ricardo Andrez Machado de Ávila uniram conhecimentos para a criação da startup Peptnano. A empresa oferece soluções personalizadas na área da biotecnologia e, com o incentivo da Universidade, já colhe frutos da ideia. “Vimos um edital da Unesc para ideias inovadoras a serem incubadas e resolvemos apostar nesse projeto. Hoje seguimos com acompanhamento da incubadora, o que é fundamental para o nosso desenvolvimento enquanto negócio, já com sede própria, investidores e novas perspectivas para o futuro”, destaca Feuser.
Paulo Emílio Feuser conta a história da startup Peptnano:
Sementes plantadas, regadas com afinco e frutos já colhidos
A ideia do CEO Fábio Feltrin da Silveira também já ultrapassou os limites da sua casa, da Universidade, do Município, do Estado e até do país. Isso porque a engenhoca que ele começou a montar de forma independente em 2015 com dois anos de intenso aprimoramento sem nenhum retorno financeiro, hoje é uma empresa que cresce e ganha espaço na área industrial, especialmente na indústria cerâmica.
Feltrin criou uma solução para estamparias unindo sensores e um software capaz de identificar problemas na produção e, assim, aprimorar processos, evitar perdas, melhorar a produtividade e, logo, os lucros. O que hoje é um sistema com muitos recursos tecnológicos avançados, emprega colaboradores e colabora com a economia, iniciou, literalmente, com uma caixa de sapato, algumas peças e tendo a cozinha de casa como laboratório.
Galgar novos passos no universo das startups foi possível, para Fábio, graças aos caminhos trilhados a partir da participação no projeto Plano de 60 Dias, do Núcleo de Empreendedorismo da Unesc. “Eu estava em um momento crucial de definição para onde eu queria ir com a empresa. Foi a partir daí que fui encaminhado para utilização do Talent Lab e, na sequência, para a consultoria, o que me oportunizou a virada de chave que precisava. Esse passo mudou toda a trajetória”, pontua.
Foi com esse empurrãozinho que a iForth passou a empregar pessoas, adquirir patrimônio, construir espaço físico, ousar e vislumbrar sonhos ainda maiores. Para o empresário, apesar da confiança no potencial da ideia e de conhecer de perto a necessidade da resolução do problema o qual ela se propõe, com toda essa ajuda a empresa pode ser dividida como antes e depois da participação dos programas de incentivo à inovação e ao empreendedorismo da Universidade. “Adquiri conhecimento, confiança, visão de mercado e abracei a oportunidade de ter ao meu lado profissionais capazes de me desafiar a pensar ainda mais longe e validar minha proposta de todas as formas”, destaca orgulhoso da empresa que tem como grande troféu.
CEO da Iforth, Fábio Feltrin, e a trajetória da startup:
Despontando talentos
O ecossistema de Inovação da Unesc é composto por diferentes projetos, programas e ambientes que contribuem com o seu desenvolvimento, envolvendo o engajamento dos cursos de graduação, o que acaba gerando oportunidades para os talentos da Universidade, principalmente aqueles que têm a veia empreendedora e ainda não foram provocados para que possam se
conectar. “O ecossistema é uma alternativa para o desenvolvimento de novos negócios que normalmente são transformadores para toda a sociedade. Além do campus temos o Iparque, que é uma extensão deste braço de inovação por meio do Talent Lab. Para o ano que vem teremos o nosso Centro de Inovação de Criciúma, onde a Unesc será protagonista, começamos a ter uma rede com o ecossistema da própria Universidade conectado ao ecossistema local e, consequentemente, estadual e todos os demais ambientes do Brasil e fora dele”, destaca o Agente de Inovação da Unesc, Paulo Priante, acrescentando que a instituição já se conectar com países como Portugal e China.
Há dois anos contribuindo com o desenvolvimento do ecossistema da Unesc, Priante cita a Jornada Empreendedora, um modelo executado junto aos cursos de graduação como uma disciplina. “Ou seja, faz parte da curricularização e da entrega de conhecimento para os alunos, apoiando empreendedores locais. Agora estamos trazendo a 49 Educação como um grande parceiro, uma plataforma de aceleração, que possui conexão com os melhores mentores de inovação e empreendedorismo do estado e fora dele. Esta união vai fazer com que a gente dê um próximo passo e possa avançar de uma forma consistente e madura, para cada vez mais poder entregar para todo o nosso ecossistema, experiência, mentores com grande qualificação e possam contribuir com os desafios de cada um dos empreendedores”, ressalta.
O Agente de Inovação da Aditt, Gustavo Bisognin, avalia o ecossistema de inovação como uma espécie de bioma, no qual os empreendedores têm a oportunidade de validar os seus negócios e contribuir com a sociedade, gerando emprego e renda. “Diversas startups procuram os espaços da Unesc para apresentar suas ideias, nosso movimento de inovação contribui para o aprimoramento e a capacitação dos empreendedores, fazendo com que ideias que antes ficavam no campo do conhecimento tornem-se negócios, fortalecendo o ecossistema local”, conta.
Bisognin destaca ainda que todo ecossistema necessita de uma base de conhecimento como alicerce e que a Universidade, no seu papel de construir estruturas de ensino e pesquisa, traz esta base para formatação do ecossistema, fortalecendo significativamente a base da estrutura de inovação.
Agente de Inovação da Unesc, Paulo Priante, e a sua visão sobre atuação da Unesc neste segmento:
Projetos com propósito
A pró-reitora Gisele Coelho Lopes, acrescenta que na identificação de grandes oportunidades é possível construir projetos voltados ao propósito. “Vamos tentar nos conectar e entender quais as suas ideias, para que possamos te apoiar a construir um negócio, um projeto para que no final do curso, quem sabe dizer: ‘já estou empregando pessoas e distribuindo renda’. Você talvez pode ter um grande projeto nas suas mãos e pode não ter tido a oportunidade de ter alguém ao seu lado para ajudar a ampliar o teu olhar”, pontua a pró-reitora, acrescentando que um novo projeto será lançado em maio, mas não revelou qual. “Serão nove verticais e grandes temáticas e as pessoas terão acesso a grandes nomes para poder tirar do papel as suas ideias. Serão programas digitais e presenciais”, conclui.
Estar na vanguarda da inovação coloca a Unesc no cenário do ecossistema de todo o estado. O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), Fábio Zabot Holthausen, enfatiza que este é um mérito das universidades e a Unesc tem se despontado com programas e projetos neste segmento. “Aplaudimos esta iniciativa das universidades porque para nós como Governo do Estado e como Fapesc, como agência de fomento à pesquisa e à inovação, não fizemos pesquisa, não fizemos inovação, a gente depende e precisa do pesquisador, do empreendedor, do inovador, que está no ecossistema do qual a Universidade faz parte para que isso aconteça. Nós podemos fomentar, conectar e gerar programas, mas nós mesmos não geramos conhecimento e inovação. Quando vimos estas iniciativas das universidades gerando inovação, temos que parabenizar e apoiar.”, diz.
Ainda para Holthausen, as instituições de ensino superior, principalmente a partir da Lei de Inovação de 2004, abraçaram a inovação como um aspecto transversal. “Ou seja, como a universidade pode contribuir para o ecossistema se desenvolver a partir da interlocução da inovação, do resultado prático da pesquisa, a pesquisa aplicada, solucionando problemas e demandas das comunidades locais. A participação da Universidade dentro da pesquisa é antiga, começou com ensino, e despertou há um certo tempo, com isso vieram os programas de stricto sensu, apoio às pesquisas de forma mais profunda, mas a inovação é algo mais recente dentro deste cenário”, pontua.
Presidente da Fapesc, Fábio Holthausen, avalia importância do Ecossistema de Inovação existente dentro da Universidade:
Convite ao conhecimento
O Gerente de Inovação da Unesc, Oscar Montedo sugere que todos possam conhecer o Talent Lab e presenciar a estrutura e o acompanhamento dispensado aos incubados, “Todos são convidados para conhecer o que a gente faz. Aqui tem oportunidade para cada um colocar as suas ideias em prática. Pode ser uma ideia inicial, um pouco mais avançada, ou em qualquer que seja o estágio em que se encontra, pode encontrar na Unesc um ambiente adequado e frutífero para ela se desenvolver. Por vezes temos ideias não valorizadas por nós mesmos, mas não façam isso. Tragam para cá e conversem com a nossa equipe”, propõe.
O Ecossistema de Inovação da Unesc:
Mais inovação
Mais um programa que faz parte do ecossistema de inovação da instituição é o Unesc Labs, uma iniciativa que, conforme Paulo Priante, conecta a Universidade às empresas, com o objetivo de promover uma experiência formativa aos alunos. “Isso ocorre ao longo de uma esteira de inovação que a empresa traz para a Unesc, montando um laboratório customizado, com a sua identidade visual, para que os alunos comecem a ter a cultura daquela empresa, entendam o tipo de negócio e façam entregas dos desafios do empreendimento em questão, muitos relacionados a soluções inovadoras que muitas vezes a empresa não tem condições de avançar com o time interno dentro destes laboratórios, Isso tem feito que que a academia se aproxime das empresas e conectado este guepe, que é Universidade e setor produtivo”, pontua.