É por Araranguá que inicia o roteiro de encontros e troca de ideias que darão origem ao Plano de Desenvolvimento Socioeconômico das cidades que compõem a Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense (Amesc). A iniciativa é da Unesc, em parceria com o Sebrae/SC e prefeituras da região.
O primeiro contato com a população da maior cidade do Vale será na próxima quinta-feira (24/03), no Auditório Plínio Linhares, no Center Shopping.
Conforme a pró-reitora de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (Proplan), da Unesc, Gisele Silveira Coelho Lopes, o processo se dará de forma parecida ao modelo adotado na Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec). “Agora na Amesc a Unesc vai ampliar um pouco mais o escopo, pois teremos os Planos de Desenvolvimento Municipais”, salienta Gisele, lembrando que após o lançamento, cada cidade receberá os workshops. “Primeiramente faremos o lançamento para convidar a sociedade a participar do movimento. Duas semanas depois, em cada município, teremos o primeiro workshop que é de diagnóstico da sociedade em geral. Este é um movimento de escuta, de entender para onde nós vamos com o município. Depois vamos realizar um workshop com os setores produtivos, os empresários, aqueles que movimentam a economia em momentos diferentes”, explica.
Confira também:
Plano de Desenvolvimento: Municípios da Amesc de olho no futuro
Após este processo de escuta de quem vive o dia a dia dos municípios, a Universidade fará uma proposição de objetivos estratégicos, de visão de futuro e apresentará qual o resultado deste diagnóstico e para onde ele aponta.
Outra novidade neste processo de elaboração do plano da Amesc, de acordo com Gisele, é a forma de realização das reuniões que serão híbridas, permitindo a participação de ainda mais pessoas. Além disso, todos os lançamentos e workshops terão transmissão da Unesc TV. “Teremos também momentos exclusivamente presenciais, mas sempre abertos à participação de todos. Vamos disponibilizar diferentes maneiras para tal, como consulta pública, na qual quem não puder estar no dia da discussão, poderá responder um questionário com tudo o que pensa sobre a região, o município e ser também o autor do processo. Queremos que esta autoria tenha nome e identidade, que são as pessoas de cada uma das cidades. Isso é o que nos faz ser comunidade. Não tem como planejar o futuro tirando as pessoas do debate”, pontua Gisele.
Para participar, os araranguaenses podem se inscrever por meio do link: https://materiais.unesc.net/amesc-ararangua.
Fundamental
Para o prefeito de Araranguá, César Cesa, primeiro anfitrião neste ciclo de conversas, a elaboração do Plano de Desenvolvimento Socioeconômico é de suma importância, principalmente porque o Extremo Sul começa a viver um novo momento. “Temos agora a chegada do geoparque na Amesc e tantas outras belezas naturais. Toda a questão de praias, plantações de arroz, entre outros cultivos. Possuímos uma região com gastronomia bem apurada e tudo isso é extremamente importante para que se traga o turista para cá. Com a chegada da Universidade Federal, do Hospital da Unimed, com a BR-285 entrando aqui, precisamos de planejamento. Planejamento este que a Unesc fará e irá nos apresentar e com isso todos nós teremos a possibilidade de errar o menos possível, porque os números estarão ali, a projeção estará ali mostrando o caminho, e quando você tem um caminho para seguir, fica mais fácil”, cita.
Outro ponto que o prefeito aponta para o qual o estudo será importante é a atualização do Plano Diretor. “Temos um município com território muito grande, somos uma cidade de 70 mil habitantes, a 22ª em população em Santa Catarina e precisamos pensar grande. Para isso, a Unesc nos ajuda com este plano, nos dando o caminho. Estes dados apontarão que somos uma cidade turística de verdade, a nossa região agrícola é toda montada no minifúndio, possuímos água para explorar, comércio forte, então precisamos voltar a ter este protagonismo. Pedimos que todos que compareçam, que discutam, a cidade e a região são de todos nós e precisamos cuidar desta joia que é o Vale do Araranguá. Quando temos uma quantidade de pessoas pensando no mesmo objetivo, o final é bom”, pontua.
O trabalho técnico de análise e reflexão com apontamentos de dados, para o presidente da Amesc, prefeito de Timbé do Sul, Roberto Biava, é instrumento fundamental para o desenvolvimento e sustentabilidade dos municípios. “Estamos contando que o material que será feito é de muita qualidade, já que a Unesc sempre trabalha com dedicação empenho. Nossa expectativa é que toda comunidade receba bem e se engaje neste momento de soma de esforços”, relata.
Ainda para o prefeito, o plano será fundamental para o período pós-pandemia. “A pandemia ocasionou situações adversas para todos e é preciso estar preparado para saber quais reflexos também aconteceram neste período. Este é um momento de reorganização, no qual enfrentamos a pandemia no Extremo Sul com um trabalho dedicado e sério já na busca por minimizar os impactos. Através do plano teremos mais subsídios para nortear este caminho que viemos traçando”, completa.
As informações levantadas ao longo de todo o processo e nas análises, conforme o gerente Regional Sul do Sebrae/SC, Murilo Gelosa, irão nortear as ações a serem realizadas em um curto, médio e longo prazo para alavancar o desenvolvimento dos setores mais importantes da região elevando o nível de competitividade das empresas. “Fazer este projeto a quatro mãos com uma entidade tão relevante como a Unesc, unindo forças e expertise com o Sebrae, facilita muito o avanço para o objetivo a ser alcançado. Os municípios terão a possibilidade de enxergar as suas potencialidades, problemas e caminhos para seguir em uma direção e definir as suas prioridades”, explana.
Sequência do trabalho
Após Araranguá, as equipes da Unesc e do Sebrae/SC vão para Balneário Arroio do Silva, onde o lançamento está previsto para o dia 31 de março. Os moradores da cidade podem confirmar presença pelo https://materiais.unesc.net/amesc-arroio-do-silva.
O crescimento do município, aponta o prefeito da cidade litorânea, Evandro Scaini, deve estar ligado ao desenvolvimento da região e do estado. “A nossa cidade faz parte deste contexto. Precisamos do nosso plano municipal, mas que tenha ligação com o plano regional. Assim crescemos internamente, com reflexos em toda a região e com os olhos voltados ao desenvolvimento estadual. Os workshops são onde vamos ouvir e elaborar o planejamento para que cada segmento faça a sua parte e possamos alcançar os objetivos o quanto antes. Quanto mais estivermos juntos debatendo, mais melhoraremos a nossa cidade e enaltecemos as nossas virtudes”, conta o prefeito da cidade que é um dos principais destinos dos turistas no verão.
Scaini ressalta ainda a importância do envolvimento da Unesc. “Ela é a maior Universidade do Sul, com participação de professores com conhecimento de causa, com muitas informações. A vinda da instituição para esta elaboração é importante pelo conceito que faz perante todo o estado. Este plano visa elencar os potenciais da nossa região e onde temos as dificuldades. A grande importância é para que possamos crescer juntos, que a região possa se ajudar para sairmos do conceito de região com menor crescimento de Santa Catarina”, complementa o prefeito.
A elaboração dos planos tem a participação do Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico e Inovação da Unesc e a importância da participação da população é confirmada por uma das coordenadoras do órgão, professora Melissa Watanabe. “Nesta primeira parte que são os workshops, é fundamental a participação das pessoas que vivenciam a inciativa privada, o poder público e todas as organizações sociais. Nada melhor que as pessoas que vivem naquele lugar para expressar o que é de desejo deles”, fala.
Já a presença da Unesc neste processo é enfatizada pelo também coordenador do observatório, Thiago Rocha Fabris. “Santa Catarina é um estado diferenciado por conta das instituições comunitárias. A gente ainda tem regiões que são desiguais, mas quando olhamos para o Brasil, temos indicadores muito além dos outros estados. Estas instituições comunitárias, onde os recursos são investidos na base, fazem a diferença, além e qualificar a mão e obra, entra com estas questões”, cita.