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Desafios do ensino superior e suas intersecções com os movimentos sociais

Professoras doutoras abordam aspectos envolvendo a importância da academia nos debates e lutas de grupos sociais (Fotos: Reprodução)

O segundo dia do 4º Congresso Ibero-Americano de Humanidades, Ciências e Educação da Unesc, foi marcado por debates relevantes envolvendo a academia e a sociedade. No período da manhã, a mesa redonda “Desafios do Ensino Superior e suas Intersecções com os Movimentos Sociais”, trouxe as professoras doutoras da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Valeska Nahas Guimarães e Joana Maria Pedro e a professora doutora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Megg Rayara Gomes de Oliveira para abordar o assunto, compartilhando as experiências de cada uma com estudos sobre movimentos sociais envolvendo agricultores, mulheres, negros e população LGBT+.

A professora doutora Valeska Nahas Guimarães, pesquisadora associada do Laboratório de Educação no Campo e Reforma Agrária da UFSC, iniciou as falas da mesa redonda trazendo sua experiência com movimentos sociais do campo. Segundo ela, os movimentos sociais são expressão de uma ação coletiva decorrente de lutas sociopolíticas, econômicas ou culturais que viabilizam a expressão de demandas de parcelas distintas da população. A professora ressalta que a maior parte das lutas dos movimentos sociais presentes no decorrer da história não tiveram o devido acompanhamento acadêmico. “O dilema que se coloca é o de como estabelecer interrelações mais apropriadas e compatíveis para a proposta de compartilhamento dos saberes populares, trazidos pelos movimentos sociais, e adequação ao conhecimento científico e modelo civilizatório apropriado pelas Instituições de Ensino Superior, que se traduza em transformação social?”.

Na sequência, a professora doutora Maria Pedro Possui, também pesquisadora do Instituto de Estudos de Gênero, contextualizou as lutas e conquistas dos movimentos sociais, incluindo na década de 90, quando ativistas femininas conseguiram legitimar a “categoria gênero”, incluindo-a nos documentos das conferências sociais da ONU e conseguiu incluir no Plano Nacional de Educação para o período entre 2011 a 2020, os termos gênero e orientação sexual. “Isso foi uma luta, não só da militância, mas também das academias e das instituições. Entre movimentos sociais e academia temos tido um esforço. Entrar nas universidades foi uma das alternativas dos movimentos das mulheres e feministas e o ensino superior se enriqueceu com esta presença”.

A professora Megg Rayara Gomes de Oliveira, primeira mulher negra trans doutora em Educação do Brasil e uma das coordenadoras do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) da UFPR, trouxe ao debate o cenário criado pelas políticas afirmativas, que oportunizaram acesso ao ensino superior para grupos da sociedade que tradicionalmente não fazem parte do corpo docente e discente das IES. “Tivemos conquistas com as políticas afirmativas para estudantes e hoje estamos dialogando sobre a implantação de políticas afirmativas nas vagas de professores. Temos que abrir o debate e discutir com a sociedade essas ausências. As universidades também precisam estar preparadas para receber estes alunos e estes professores”.

A mesa redonda desta terça-feira teve a mediação da professora doutora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Socioeconômico (PPGDS) da Unesc, Giovana Ilka Salvaro.

O Congresso segue até sexta-feira (27/8) com conferências, mesas redondas, grupos temáticos e lançamentos de obras. Todo o evento será transmitido ao vivo no canal do Youtube da Unesc TV e ficará disponível no canal.

Confira a programação e participe dos debates

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